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22/10/2004
-
04h32
da Folha de S.Paulo
Os eleitores de Paulo Maluf (PP) não concordam com a decisão política de seu candidato. Entre os que dizem ter votado no ex-prefeito no primeiro turno, 60% acreditam que ele "agiu mal" ao declarar apoio a Marta Suplicy (PT) no segundo turno.
Apenas 28% dos malufistas, menos de um terço dos 734.580 eleitores que escolheram o ex-prefeito paulistano no primeiro turno, avaliam que seu candidato "agiu bem" ao apoiar a petista.
Na segunda-feira, a Justiça aceitou denúncia contra Maluf por evasão de
divisas. Em outra ação, promotores querem que Maluf e outros acusados devolvam R$ 5 bilhões aos cofres públicos.
Para justificar seu apoio a Marta, Maluf tem dito que escolheu a candidata do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o único capaz, segundo o ex-prefeito, de ajudar a cidade, completamente engessada financeiramente. Por esse raciocínio, só os recursos federais poderão ajudar a tocar a maior cidade do país.
Mesmo assim, a decisão provocou surpresa, uma vez que Maluf e Marta já trocaram adjetivos muito pouco abonadores. Na campanha de 2000, a então candidata chamou o adversário de "nefasto". O ex-prefeito, por seu lado, classificou a petista de "devassa".
Para atenuar as críticas, Marta costuma dizer que não pediu o apoio do adversário, mas que não recusa o voto de um cidadão. Além disso, sempre conjectura "o que o Serra pode ter feito a Maluf" para que o candidato do PP tenha decidido apoiá-la, mesmo com tantas divergências no passado.
Ontem, em entrevista, Maluf distribuiu até material de campanha para favorecer seu ex-desafeto. Circulam pela cidade 40 kombis com fotos dos dois juntos.
Já o candidato do PSDB utiliza o apoio malufista a Marta para minar o principal ataque dos petistas à sua campanha. A campanha da prefeita liga o vice de Serra, Gilberto Kassab, ao ex-prefeito Celso Pitta. Para atenuar o efeito dessas críticas, os tucanos mostram que o padrinho de Pitta, justamente Maluf, declarou apoio a Marta.
O anúncio do apoio de Maluf ocorreu depois de muitas negociações. No primeiro turno, a Folha revelou um acordo entre o ex-prefeito e a campanha petista para que Maluf atacasse Serra e poupasse Marta. Em troca, seria protegido na CPI do Banestado.
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Maioria dos malufistas reprova apoio a Marta
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Os eleitores de Paulo Maluf (PP) não concordam com a decisão política de seu candidato. Entre os que dizem ter votado no ex-prefeito no primeiro turno, 60% acreditam que ele "agiu mal" ao declarar apoio a Marta Suplicy (PT) no segundo turno.
Apenas 28% dos malufistas, menos de um terço dos 734.580 eleitores que escolheram o ex-prefeito paulistano no primeiro turno, avaliam que seu candidato "agiu bem" ao apoiar a petista.
Na segunda-feira, a Justiça aceitou denúncia contra Maluf por evasão de
divisas. Em outra ação, promotores querem que Maluf e outros acusados devolvam R$ 5 bilhões aos cofres públicos.
Para justificar seu apoio a Marta, Maluf tem dito que escolheu a candidata do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o único capaz, segundo o ex-prefeito, de ajudar a cidade, completamente engessada financeiramente. Por esse raciocínio, só os recursos federais poderão ajudar a tocar a maior cidade do país.
Mesmo assim, a decisão provocou surpresa, uma vez que Maluf e Marta já trocaram adjetivos muito pouco abonadores. Na campanha de 2000, a então candidata chamou o adversário de "nefasto". O ex-prefeito, por seu lado, classificou a petista de "devassa".
Para atenuar as críticas, Marta costuma dizer que não pediu o apoio do adversário, mas que não recusa o voto de um cidadão. Além disso, sempre conjectura "o que o Serra pode ter feito a Maluf" para que o candidato do PP tenha decidido apoiá-la, mesmo com tantas divergências no passado.
Ontem, em entrevista, Maluf distribuiu até material de campanha para favorecer seu ex-desafeto. Circulam pela cidade 40 kombis com fotos dos dois juntos.
Já o candidato do PSDB utiliza o apoio malufista a Marta para minar o principal ataque dos petistas à sua campanha. A campanha da prefeita liga o vice de Serra, Gilberto Kassab, ao ex-prefeito Celso Pitta. Para atenuar o efeito dessas críticas, os tucanos mostram que o padrinho de Pitta, justamente Maluf, declarou apoio a Marta.
O anúncio do apoio de Maluf ocorreu depois de muitas negociações. No primeiro turno, a Folha revelou um acordo entre o ex-prefeito e a campanha petista para que Maluf atacasse Serra e poupasse Marta. Em troca, seria protegido na CPI do Banestado.
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