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10/11/2009 - 21h02

Justiça do Pará decreta prisão de seis sem-terra suspeitos de depredar fazenda

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ROBERTO MADUREIRA
da Agência Folha

A Justiça do Pará decretou nesta terça-feira a prisão de seis sem-terra suspeitos de invadir e depredar, na semana passada, a fazenda Espírito Santo, em Xinguara, no sul do Estado.

A Agropecuária Santa Bárbara, dona da terra e que tem como um dos sócios o banqueiro Daniel Dantas, afirma que os seis são integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). A Justiça não especifica a que movimento eles pertencem.

A depredação da fazenda Espírito Santo não havia sido informada pela polícia na última semana. A polícia só havia confirmado destruição na Rio Vermelho, em Sapucaia, e Maria Bonita, também da Santa Bárbara, em Eldorado do Carajás.

"Identificamos que lá houve crimes também e instauramos inquérito. Nas outras propriedades, as investigações também estão rolando", disse o delegado Miguel Cunha Filho, da Polícia do Interior.

Segundo a polícia, cerca de 70 homens invadiram e depredaram uma vila de funcionários da fazenda na tarde do dia 3. Os homens estavam armados.

Charles Trocate, um dos líderes do MST no Estado e acusado pela polícia como o mentor dos ataques na região, ainda não teve o pedido de prisão analisado, o que deve acontecer amanhã, segundo o tribunal.

O MST disse que o homem com apelido de Boca Cheia, apontado como líder da invasão à Espírito Santo, não faz parte do MST. O movimento não soube dizer se os demais suspeitos também não fazem parte do movimento.

"Acredito que essas pessoas não são do MST. Nós costumamos assumir nossos atos de protesto e estamos na posição de que se façam as investigações necessárias", disse Maria Raimunda de César, líder nacional do MST no Pará.

Alagoas

Integrantes do MST de Alagoas invadiram ontem à noite a sede do DER (Departamento de Estradas e Rodagens) em Maceió.

Os sem-terra reivindicavam o empréstimo de um trator para o assentamento Jaelson Melquíades, em Atalaia, prometido pelo órgão para setembro. O equipamento será usado para preparar o terreno para a construção de 80 casas de alvenaria para os assentados, que hoje moram em barracos.

No final da manhã de hoje, o DER acertou com os sem-terra o empréstimo do trator a partir de amanhã. Após o acordo, os agricultores deixaram o prédio pacificamente.

Colaborou SÍLVIA FREIRE, da Agência Folha

Comentários dos leitores
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 18h28
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 18h28
Sr Mauricio de Andrade.
Má distribuição de riquezas e terras são problemas, mas não são mais graves do que o nosso sistema educacional público. Este sim, nosso maior problema, que perpetua o ciclo vicioso da concentração de riquezas. Resolva-se o problema da educação e eliminamos o problema da miséria. Educação dá discernimento, cidadania, melhora a qualidade na escolha de políticos e multiplica as chances de inclusão social e econômica. É a solução mais eficaz e qualquer estatística sobre índices de desenvolvimento humano mostram isso, e isso independe do sujeito pertencer ao campo ou a cidade.
sem opinião
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Marcelo Takara (65) 01/02/2010 17h43
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 17h43
Acho que não me fiz entender direito.Valoriza-se mais as posses materiais do que a formação educacional. A agricultura familiar mudou muito, comparada àquela que se praticava décadas atrás. Sou de origem japonesa, meus avós foram agricultores, meu pai foi agricultor e migrou para cidade, onde conseguiu montar um comércio, graças a algumas boa colheitas. Detalhe: meu pai nunca foi proprietário de terras, sempre arrendou. Tenho alguns tios que continuaram na agricultura, no cultivo de hortaliças, e eles somente conseguem se manter porque se adaptaram, do contrário é difícil manter os custos. Atualmente, mesmo para tocar uma pequena propriedade, é necessário conhecimento técnico e qualificação para manejo sustentável, rotação de culturas, uso correto de fertilizantes e recuperação de solo. Ou seja eis a necessidade da QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL. A má distribuição de riquezas é consequência funesta da incapacidade de nossos governantes em dar uma educação digna à toda população, daí o fato de haver o exército de desempregados nos grandes centros urbanos. Igualmente continuarão a levar uma vida miserável mesmo na posse de uma terra, se não houver capacitação técnica. Por outro lado, tem surgido muitas vagas de empregos em muitas cidades pequenas e médias do interior do Brasil, que não são preenchidas por falta de formação educacional. A distribuição de terras pode até ser uma solução para o campo, mas não é a única. A melhor solução é de longo prazo e é EDUCAÇÃO. sem opinião
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Tiago Garcia (41) 01/02/2010 11h04
Tiago Garcia (41) 01/02/2010 11h04
A lei é para todos sem exceção.
Se a Cutrale grilou ou não fazenda a justiça que resolve, não o MST que eu nunca votei nem autorizei a fazer valer a vontade da lei. MST não tem legitimidade para isso.
A anos atrás quando eu estudei o MST seu principal argumento para invasões sempre era os grandes latifúndios improdutivos, terras paradas nas mãos da especulação. O que aconteceu com essa justificativa do MST?
2 opiniões
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