23/11/2004 - 09h51

Para Temer, almoço de Lula "é cooptação"

da Folha de S.Paulo, no Rio
da Folha de S.Paulo

O presidente do PMDB, deputado federal Michel Temer (SP), criticou ontem o encontro realizado entre o presidente Lula e senadores de seu partido, em Brasília. "Se eu pudesse propor ao presidente Lula, eu diria: "Não participe desses almoços porque pode parecer uma tentativa de cooptação'".

Na sexta, Lula jantou na casa do ministro da Previdência, Amir Lando. O churrasco teve como objetivo tentar inviabilizar uma proposta de ruptura do PMDB com o governo. No jantar, Lula chegou a indicar que pode ceder mais uma pasta à sigla.

Ontem, Temer, que, com o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, esteve na Associação Comercial de São Paulo, voltou a defender que o partido entregue os cargos que ocupa no governo federal.

"Eu me pergunto o que é que dois ministros, por mais sábios que sejam, ou três ministros, intelectualmente poderosos que sejam, podem [fazer para] garantir a governabilidade", disse Temer. "O que garante a governabilidade é a aprovação de bons projetos no Parlamento. E o que estamos propondo é justamente isso."

Como a tese de abandonar a participação no governo federal não é consensual, Temer já cogita a redução do partido. "[É melhor] termos um partido menor, se for o caso, mas com uma consciência absoluta de sua tarefa, de sua função no cenário nacional, do que um grande partido fragmentado."

Ontem, o ex-governador do Rio e presidente estadual do PMDB, Anthony Garotinho, afirmou que o grupo que defende a saída dos peemedebistas do governo federal já tem maioria para aprovar suas teses na convenção nacional.

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