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03/12/2004
-
12h17
ROSE ANE SILVEIRA
da Folha Online, em Brasília
A "Operação Sentinela" da Polícia Federal, que prendeu 10 pessoas ontem em Brasília e lançou suspeitas sobre a empresa Confederal, de propriedade do ministro das Comunicações, Eunício Oliveira (PMDB), pode complicar a articulação do governo Lula para manter o PMDB na base aliada.
Juntamente com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o ministro é um dos maiores defensores da manutenção do PMDB na base do governo.
A Confederal foi considerada ontem pela PF suspeita por fraudes em licitações do TCU (Tribunal de Contas da União), órgão responsável por fiscalizar o gasto do dinheiro público. Eunício afirmou que, apesar de ser sócio da empresa, está afastado de sua administração e não tem conhecimento de suas ações.
Segundo reportagem publicada pela Folha de S.Paulo, Eunício teria reclamado diretamente com o ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça), a quem a PF está subordinada, por um suposto uso político da organização.
O próprio líder do governo na Câmara, deputado professor Luizinho (PT-SP), sinalizou que está preocupado com a repercussão da ação da PF dentro do PMDB. Ele afirmou ontem que a ação foi conduzida politicamente e colocou em risco "as instituições", o "processo republicano" e o "crescimento do país". Meia hora depois, Luizinho discursou na Câmara, recuou e elogiou a PF.
A cúpula do PMDB se recusou hoje a comentar a operação. Nenhum dos dirigentes ou líderes do partido quis falar sobre as denúncias feitas contra a empresa de Eunício. Entretanto, parlamentares que não quiseram ter seus nomes revelados avaliaram que a manutenção do apoio do PMDB ao governo Lula já estava em risco antes mesmo da ação da PF.
O PMDB realiza no próximo dia 8 uma reunião da Comissão Executiva Nacional, em Brasília. O objetivo do encontro é decidir se a convenção do partido, marcada para o dia 12, será ou não adiada.
Esse é o último recurso dos governistas para evitar que a convenção aconteça. A pauta da convenção prevê a escolha do rumo que o partido vai seguir até 2006. O partido está dividido em três grupos: um que defende o rompimento com o governo Lula e a ida para a oposição, outro que quer deixar a base aliada para uma posição mais independente e uma última que quer continuar como está.
Caso aprovada a decisão de deixar o governo, os dois ministros do partido, Eunício Oliveira (Comunicações) e Amir Lando (Previdência), deverão entregar seus cargos. O PMDB ocupa ainda vários cargos de segundo e terceiro escalões no governo Lula.
Além da reunião da Executiva, os governistas preparam para a próxima semana a entrega de um documento assinado pelas bancadas na Câmara e no Senado, defendendo a permanência do partido na base. No Senado, 20 dos 22 peemedebistas com assento na Casa assinaram o documento.
Na Câmara, de acordo com assessores do partido, 49 deputados endossaram o pedido de adiamento da convenção. Outra possibilidade que está sendo cogitada para adiar a convenção é o ingresso de um recurso na Justiça, assinado pela maioria dos integrantes da Executiva. O PMDB só vai discutir o recurso judicial após quarta-feira, caso ele ainda seja necessário.
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da Folha Online, em Brasília
A "Operação Sentinela" da Polícia Federal, que prendeu 10 pessoas ontem em Brasília e lançou suspeitas sobre a empresa Confederal, de propriedade do ministro das Comunicações, Eunício Oliveira (PMDB), pode complicar a articulação do governo Lula para manter o PMDB na base aliada.
Juntamente com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o ministro é um dos maiores defensores da manutenção do PMDB na base do governo.
A Confederal foi considerada ontem pela PF suspeita por fraudes em licitações do TCU (Tribunal de Contas da União), órgão responsável por fiscalizar o gasto do dinheiro público. Eunício afirmou que, apesar de ser sócio da empresa, está afastado de sua administração e não tem conhecimento de suas ações.
Segundo reportagem publicada pela Folha de S.Paulo, Eunício teria reclamado diretamente com o ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça), a quem a PF está subordinada, por um suposto uso político da organização.
O próprio líder do governo na Câmara, deputado professor Luizinho (PT-SP), sinalizou que está preocupado com a repercussão da ação da PF dentro do PMDB. Ele afirmou ontem que a ação foi conduzida politicamente e colocou em risco "as instituições", o "processo republicano" e o "crescimento do país". Meia hora depois, Luizinho discursou na Câmara, recuou e elogiou a PF.
A cúpula do PMDB se recusou hoje a comentar a operação. Nenhum dos dirigentes ou líderes do partido quis falar sobre as denúncias feitas contra a empresa de Eunício. Entretanto, parlamentares que não quiseram ter seus nomes revelados avaliaram que a manutenção do apoio do PMDB ao governo Lula já estava em risco antes mesmo da ação da PF.
O PMDB realiza no próximo dia 8 uma reunião da Comissão Executiva Nacional, em Brasília. O objetivo do encontro é decidir se a convenção do partido, marcada para o dia 12, será ou não adiada.
Esse é o último recurso dos governistas para evitar que a convenção aconteça. A pauta da convenção prevê a escolha do rumo que o partido vai seguir até 2006. O partido está dividido em três grupos: um que defende o rompimento com o governo Lula e a ida para a oposição, outro que quer deixar a base aliada para uma posição mais independente e uma última que quer continuar como está.
Caso aprovada a decisão de deixar o governo, os dois ministros do partido, Eunício Oliveira (Comunicações) e Amir Lando (Previdência), deverão entregar seus cargos. O PMDB ocupa ainda vários cargos de segundo e terceiro escalões no governo Lula.
Além da reunião da Executiva, os governistas preparam para a próxima semana a entrega de um documento assinado pelas bancadas na Câmara e no Senado, defendendo a permanência do partido na base. No Senado, 20 dos 22 peemedebistas com assento na Casa assinaram o documento.
Na Câmara, de acordo com assessores do partido, 49 deputados endossaram o pedido de adiamento da convenção. Outra possibilidade que está sendo cogitada para adiar a convenção é o ingresso de um recurso na Justiça, assinado pela maioria dos integrantes da Executiva. O PMDB só vai discutir o recurso judicial após quarta-feira, caso ele ainda seja necessário.
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