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21/01/2005
-
17h36
ROSE ANE SILVEIRA
da Folha Online, em Brasília
O PMDB pretende resolver dois problemas com uma única ação: a filiação do ministro da Integração Nacional em seus quadros. Segundo fontes do partido, o primeiro problema seria atender a um pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O segundo, uma forma de enfraquecer a influência do ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho.
A entrada de Ciro Gomes no PMDB pode jogar uma sombra sobre Garotinho e seu espaço dentro do PMDB. Atualmente, o ex-governador é o único presidenciável do partido que já tem seu nome cogitado para a disputa em 2006.
Assim, Ciro Gomes viria para disputar este espaço dentro do PMDB e fortalecer a ala governista do partido, já que Garotinho engrossa as fileiras dos peemedebistas que querem o rompimento do partido com o governo.
A manobra para enfraquecer Garotinho ganha força dentro da ala governista do PMDB. Na última semana, em mais um ato de rebeldia, o presidente nacional do partido, deputado federal Michel Temer (SP), e o ex-governador de São Paulo, Orestes Quércia, se encontraram com Garotinho no Rio para articular um movimento contra a candidatura de Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) à presidência da Câmara.
Uma força política como Ciro Gomes, com um ministério com a capilaridade da Integração Nacional, com recursos para atender aos mais de mil prefeitos do PMDB seria uma forma de fazer frente a Garotinho nestes momentos.
O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL) já fez o convite para Ciro Gomes se filiar ao seu partido há cerca de um mês, mas recebeu uma resposta negativa. Ontem, em reunião com Calheiros e o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou a filiação de Ciro Gomes ao partido. Calheiros afirmou nesta sexta-feira que vai procurar novamente o ministro da Integração.
Costuras
Na avaliação de Sarney, a possível filiação do ministro seria boa para o PMDB. Segundo o senador, Ciro Gomes foi elogiado por todos os presentes na reunião com o presidente.
"Ciro Gomes surgiu na conversa pelo lado positivo de elogiarmos os homens públicos que têm futuro e estão na política desempenhando um grande papel. O presidente elogiou bastante o Ciro Gomes, coisa que nós também fizemos. Com as virtudes que ele tem, qualquer partido se sentiria muito honrado com sua presença", afirmou.
O PMDB tem atualmente os ministérios das Comunicações e Previdência, cujos titulares são, respectivamente, o deputado federal Eunício Oliveira (CE) e o senador Amir Lando (RO).
Ter Ciro Gomes no PMDB seria também uma das alternativas para aumentar a participação da legenda no governo. De acordo com fontes do partido, se o ministro se enquadrar nas diretrizes peemedebistas, a cúpula vai incluir a Integração Nacional no pacote de participações do governo. O governo, por outro lado, resolveria a questão das cotas do PMDB sem precisar realizar demissões.
Reforma
Sarney classificou como muito bom o encontro com Lula. De acordo com ele, o presidente teve a oportunidade de falar sobre o adiamento da reforma ministerial, e, ao mesmo tempo, do seu desejo de prestigiar o PMDB.
Lula, no entanto, teria articulado o adiamento da reforma ministerial para fevereiro, depois da eleição do presidente da Câmara. O objetivo do presidente, de acordo com fontes do Planalto, seria garantir que os partidos que compõe a base aliada pressionem os congressistas de seus respectivos partidos a votar no deputado Greenhalgh, candidato oficial do PT à presidência da Câmara.
Com Agência Senado
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Leia o que já foi publicado sobre o PMDB
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PMDB quer Ciro para enfraquecer Garotinho
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da Folha Online, em Brasília
O PMDB pretende resolver dois problemas com uma única ação: a filiação do ministro da Integração Nacional em seus quadros. Segundo fontes do partido, o primeiro problema seria atender a um pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O segundo, uma forma de enfraquecer a influência do ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho.
A entrada de Ciro Gomes no PMDB pode jogar uma sombra sobre Garotinho e seu espaço dentro do PMDB. Atualmente, o ex-governador é o único presidenciável do partido que já tem seu nome cogitado para a disputa em 2006.
Assim, Ciro Gomes viria para disputar este espaço dentro do PMDB e fortalecer a ala governista do partido, já que Garotinho engrossa as fileiras dos peemedebistas que querem o rompimento do partido com o governo.
A manobra para enfraquecer Garotinho ganha força dentro da ala governista do PMDB. Na última semana, em mais um ato de rebeldia, o presidente nacional do partido, deputado federal Michel Temer (SP), e o ex-governador de São Paulo, Orestes Quércia, se encontraram com Garotinho no Rio para articular um movimento contra a candidatura de Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) à presidência da Câmara.
Uma força política como Ciro Gomes, com um ministério com a capilaridade da Integração Nacional, com recursos para atender aos mais de mil prefeitos do PMDB seria uma forma de fazer frente a Garotinho nestes momentos.
O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL) já fez o convite para Ciro Gomes se filiar ao seu partido há cerca de um mês, mas recebeu uma resposta negativa. Ontem, em reunião com Calheiros e o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou a filiação de Ciro Gomes ao partido. Calheiros afirmou nesta sexta-feira que vai procurar novamente o ministro da Integração.
Costuras
Na avaliação de Sarney, a possível filiação do ministro seria boa para o PMDB. Segundo o senador, Ciro Gomes foi elogiado por todos os presentes na reunião com o presidente.
"Ciro Gomes surgiu na conversa pelo lado positivo de elogiarmos os homens públicos que têm futuro e estão na política desempenhando um grande papel. O presidente elogiou bastante o Ciro Gomes, coisa que nós também fizemos. Com as virtudes que ele tem, qualquer partido se sentiria muito honrado com sua presença", afirmou.
O PMDB tem atualmente os ministérios das Comunicações e Previdência, cujos titulares são, respectivamente, o deputado federal Eunício Oliveira (CE) e o senador Amir Lando (RO).
Ter Ciro Gomes no PMDB seria também uma das alternativas para aumentar a participação da legenda no governo. De acordo com fontes do partido, se o ministro se enquadrar nas diretrizes peemedebistas, a cúpula vai incluir a Integração Nacional no pacote de participações do governo. O governo, por outro lado, resolveria a questão das cotas do PMDB sem precisar realizar demissões.
Reforma
Sarney classificou como muito bom o encontro com Lula. De acordo com ele, o presidente teve a oportunidade de falar sobre o adiamento da reforma ministerial, e, ao mesmo tempo, do seu desejo de prestigiar o PMDB.
Lula, no entanto, teria articulado o adiamento da reforma ministerial para fevereiro, depois da eleição do presidente da Câmara. O objetivo do presidente, de acordo com fontes do Planalto, seria garantir que os partidos que compõe a base aliada pressionem os congressistas de seus respectivos partidos a votar no deputado Greenhalgh, candidato oficial do PT à presidência da Câmara.
Com Agência Senado
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