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28/01/2005
-
09h25
LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em Porto Alegre
A ausência de manifestações a respeito dos 60 anos da libertação de Auschwitz no 5º Fórum Social Mundial provocou a irritação de entidades judaicas, que viram na omissão características de preconceito e uma contradição em relação ao significado de justiça e direitos humanos globalizados.
"É uma vergonha e os organizadores têm de dar uma explicação. Se não dizem nada, é porque a morte de 6 milhões de judeus não representa nada para eles. Sem dúvida, essa ignorância contraria todos os princípios defendidos pelo fórum", criticou o representante do Centro Simon Wiesenthal na América Latina, o argentino Sergio Vidder, para a Folha.
O campo de concentração de Auschwitz foi invadido pelos soviéticos no dia 27 de janeiro de 1945. Chegaram a ser libertados 7.000 sobreviventes, mas ficou conhecida a crueldade do nazismo.
No último fórum em Porto Alegre, há dois anos, Vidder havia criticado o tratamento dado pelo evento para a questão judaica e o que classificou como "maniqueísmo" de se preocupar só com a questão palestina sem levar em conta, segundo ele, a perseguição aos judeus e a necessidade da existência do Estado de Israel.
"Isso é decepcionante, mas não uma surpresa. Oficinas do fórum vêem como solução para o Oriente Médio o fim do Estado de Israel. Ao questionar o projeto do Estado judeu em paz com seus vizinhos, ocorre racismo."
Vidder se expressou de forma semelhante à do ministro das Relações Exteriores de Israel, Silvan Shalom, que (conforme lembrou em artigo de ontem na Folha a embaixadora de Israel no Brasil, Tzipora Rimon) disse no último dia 24, em sessão na ONU: ""Para 6 milhões de judeus, o Estado de Israel veio tarde demais."
Outro lado
O idealizador do fórum, Oded Grajew, se disse "indignado" com as críticas e definiu como "incompetência" o Centro Simon não ter organizado atividades. "O fórum é aberto para quem quiser organizar atividades. Foi incompetência deles", disse Grajew, judeu e que, segundo diz, teve 90% da família dos pais morta no Holocausto.
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da Agência Folha, em Porto Alegre
A ausência de manifestações a respeito dos 60 anos da libertação de Auschwitz no 5º Fórum Social Mundial provocou a irritação de entidades judaicas, que viram na omissão características de preconceito e uma contradição em relação ao significado de justiça e direitos humanos globalizados.
"É uma vergonha e os organizadores têm de dar uma explicação. Se não dizem nada, é porque a morte de 6 milhões de judeus não representa nada para eles. Sem dúvida, essa ignorância contraria todos os princípios defendidos pelo fórum", criticou o representante do Centro Simon Wiesenthal na América Latina, o argentino Sergio Vidder, para a Folha.
O campo de concentração de Auschwitz foi invadido pelos soviéticos no dia 27 de janeiro de 1945. Chegaram a ser libertados 7.000 sobreviventes, mas ficou conhecida a crueldade do nazismo.
No último fórum em Porto Alegre, há dois anos, Vidder havia criticado o tratamento dado pelo evento para a questão judaica e o que classificou como "maniqueísmo" de se preocupar só com a questão palestina sem levar em conta, segundo ele, a perseguição aos judeus e a necessidade da existência do Estado de Israel.
"Isso é decepcionante, mas não uma surpresa. Oficinas do fórum vêem como solução para o Oriente Médio o fim do Estado de Israel. Ao questionar o projeto do Estado judeu em paz com seus vizinhos, ocorre racismo."
Vidder se expressou de forma semelhante à do ministro das Relações Exteriores de Israel, Silvan Shalom, que (conforme lembrou em artigo de ontem na Folha a embaixadora de Israel no Brasil, Tzipora Rimon) disse no último dia 24, em sessão na ONU: ""Para 6 milhões de judeus, o Estado de Israel veio tarde demais."
Outro lado
O idealizador do fórum, Oded Grajew, se disse "indignado" com as críticas e definiu como "incompetência" o Centro Simon não ter organizado atividades. "O fórum é aberto para quem quiser organizar atividades. Foi incompetência deles", disse Grajew, judeu e que, segundo diz, teve 90% da família dos pais morta no Holocausto.
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