02/02/2005 - 13h28

Pressões de aliados a congressistas provocam baixas em partidos

ROSE ANE SILVEIRA
da Folha Online, em Brasília

A pressão dos partidos da base governista para que o candidato oficial do PT à presidência da Câmara, deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (SP), seja eleito no primeiro turno já começa a provocar baixas nos partidos aliados.

O primeiro deputado a deixar uma legenda por causa das pressões foi Maurício Rabelo (TO), que se desligou oficialmente do PL.

"Deixo o partido por que não posso aceitar pressões. O presidente [do PL] Waldemar Costa Neto (SP) me ameaçou de expulsão se continuasse de licença médica. Estou doente e só retornarei à Câmara quando tiver alta. Não admito este tipo de pressão do partido. Tudo isto para que eu vote no candidato do governo", criticou Rabelo.

O deputado não sabe dizer se sua suplente, a deputada Ana Alencar (PSDB-TO), vai votar ou não em Greenhalgh. De acordo com a assessoria de Ana Alencar, a deputada deve acompanhar a indicação da liderança do PSDB.

Além do PL, o PP já sofreu baixas devido à campanha, mas de forma contrária. Dois de seus deputados, Heleno e Alexandre Santos, ambos do Rio de Janeiro, deixaram o partido para ingressar no PMDB e apoiar o candidato avulso, Virgílio Guimarães (PT-SP), a pedido do ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho.

Segundo turno

De acordo com levantamento feito pelos aliados, Greenhalgh ainda não tem sua eleição assegurada. Para evitar um segundo turno, e até mesmo uma derrota, os governistas iniciarão nesta semana uma intensa campanha de convencimento.

Em reunião realizada nesta terça-feira, o corregedor da Câmara, deputado Luiz Piauhylino (PTB-PE), rejeitou o pedido de investigação feito pelo PMDB sobre o troca-troca de partido que se intensificou nos últimos meses.

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