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16/02/2005 - 20h38

Severino defende 6 anos para Lula e diz ser contra autonomia do BC

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ROSE ANE SILVEIRA
da Folha Online, em Brasília

O novo presidente da Câmara, deputado Severino Cavalcanti (PP-PE), voltou a defender nesta quarta-feira a prorrogação de mandato de ocupantes de cargo executivo e legislativo nas esferas estadual e federal por mais dois anos. Em sua primeira entrevista coletiva oficial como presidente da Casa, Severino também afirmou ser pessoalmente contra a autonomia do Banco Central.

Na opinião do deputado, a coincidência das eleições deveria acontecer agora, o que representaria uma prorrogação para o mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Defendo a prorrogação do mandato do presidente Lula mais dois anos sem direito à reeleição", esclareceu. "Sou favorável à coincidência de mandatos. Nós não podemos ter eleições de dois em dois anos e como está atualmente não é possível continuar", acrescentou.

Severino voltou a defender o atual recesso parlamentar de 90 dias e afirmou que vai colocar o projeto que trata da diminuição do recesso em pauta, mas já avisou que vai se licenciar da presidência para poder lutar contra a matéria.

Mercado financeiro

O congressista confessou desconhecimento sobre várias matérias, inclusive o projeto de regulamentação das agências reguladoras. Perguntado se tinha alguma mensagem para mandar ao mercado financeiro, que reagiu mal à sua eleição, Severino se limitou a defender a sua lisura.

"Eles [o mercado financeiro] estão equivocados com a deformação que estão fazendo do deputado Severino Cavalcanti. Vou dizer o que o deputado Severino Cavalcanti fez nesta Casa, que nunca aconteceu. Durante dois anos nós devolvemos R$ 90 milhões como primeiro secretário da Câmara, porque eu dei uma demonstração de que fazia uma administração correta. Não tenho grupos nem grupelhos para ficar sendo beneficiados."

Fidelidade partidária

Severino afirmou ainda que é favorável à reforma política e que quer acabar com o "troca-troca" de partidos. O deputado pernambucano informou que só trocou de legenda uma vez em seus 40 anos de vida pública e que acha uma imoralidade um deputado se eleger por um partido e trocá-lo por outro durante o seu mandato.

"Eu só fiz uma mudança. Quando saí do PDS para o PDC. Eu não aceito esta imoralidade de ficar saindo de um partido. Esta dança, que é uma coisa terrível que depõe contra a democracia."

Ruralistas e evangélicos

Durante a coletiva, Severino pediu que as bancadas ruralista e evangélica --dois grupos que apoiaram sua candidatura --entrem em um acordo para a votação do projeto de Biossegurança, assunto que o deputado admitiu não ter opinião formada por não conhecer os temas tratados.

"Nós temos que encontrar um modus vivendi. Nós temos que ver o que mais interessa ao país e iremos naturalmente dar a pressa necessária por que eu tenho certeza de que tanto os ruralistas quanto os evangélicos pensam no Brasil. Eu espero que os parlamentares dos dois segmentos se entendam, por que precisamos agora no país de harmonia", disse Severino.

O presidente da Câmara informou que vai esperar esta semana para promover uma reunião de líderes e definir a prioridade das votações na Casa. A Lei de Biossegurança é um dos projetos prioritários para o governo, assim como as reformas tributária e sindical.

Aborto e união estável

Severino reafirmou que acha "absurda" a união estável entre pessoas do mesmo sexo e a liberação do aborto no Brasil e informou que vai continuar lutando contra estes temas.

"Com relação a minha posição contra aborto e casamento de homem com homem e mulher com mulher, eu deixarei no momento que for votar, deixarei a presidência e vou para o plenário combater aquilo que não posso acreditar. Não posso acreditar em relações de homem com homem e mulher com mulher."

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