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22/02/2005
-
21h55
da Folha Online
Depois de ter encontrado um revólver calibre 38, uma das duas armas que teriam sido usadas no assassinato da irmã Dorothy Stang, 73, ocorrido no dia 12, em Anapu (PA), a Polícia Federal acredita que o crime está praticamente solucionado.
Na tarde desta terça-feira, a polícia apreendeu o revólver na fazenda de Vitalmiro Gonçalves de Moura, conhecido como Bida, acusado de ser o mandante do crime. A arma, de acordo com a polícia, teria sido abandonada no local por Rayfran das Neves Sales, o Fogoió, apontado como um dos pistoleiros que mataram a missionária.
O secretário Especial de Defesa Social do Estado do Pará, Manoel Santino, acredita que Bida vai se entregar em breve. "Acreditamos que muito em breve o mandante apresentará sua rendição ou será preso", declarou. A rendição do fazendeiro estaria sendo negociada pelo advogado desde sábado.
Santino está em Brasília participando da audiência pública da Comissão Externa do Senado, criada para acompanhar as investigações sobre o caso. Ainda de acordo com o secretário, o revólver calibre 38, encontrado na tarde de hoje na fazenda de Bida, vai facilitar a comprovação do vínculo entre os acusados de terem atirado na freira e o suposto mandante do crime.
Federalização
A Policia Civil está como responsável pelo inquérito que apura os responsáveis pelo crime. Mas, a Procuradoria Geral da União já anunciou que pretende entrar com um pedido formal para a federalização do crime.
A medida, no entanto, poderá demorar até dois meses, segundo expectativa do procurador da República no Pará, Felício Pontes Júnior, que esteve nesta terça-feira com o procurador-geral, Cláudio Fonteles.
O prazo é necessário, segundo o procurador, para que o Ministério Público consiga reunir as provas necessárias de que a morte da freira 'não se trata de um mero assassinato', mas de um crime contra os direitos humanos. Dessa maneira, os processos contra os acusados irão correr na Justiça Federal.
As provas serão reunidas principalmente com base nas investigações das polícias Civil e Federal que, na avaliação do procurador, até agora estão trabalhando bem.
A federalização de crimes contra direitos humanos foi aprovada na reforma do Judiciário. Ao defender que o caso seja tratado pela Justiça Federal, o procurador disse que o Ministério Público vai tentar demonstrar que "o Brasil pode ser condenado internacionalmente pela não apuração do crime".
Acusados
A Polícia Civil do Pará e a Polícia Federal prenderam ontem à noite Uilquelano de Souza Pinto, acusado de ser um dos dois pistoleiros contratados para matar a freira. O outro seria Rayfran das Neves Sales, o Fogoió, preso no domingo.
Uilquelano Pinto, conhecido como Eduardo, na verdade se chama Clodoaldo Carlos Batista e estava foragido havia mais de uma semana. Ele foi encontrado em Belo Monte, cidade próxima a Anapu e Altamira, no oeste do Pará. A Polícia o localizou após uma denúncia.
Agora, encontra-se foragido apenas o fazendeiro Vitalmiro Gonçalves de Moura, conhecido como Bida, acusado de ser o mandante do crime. A rendição de Vitalmiro está sendo negociada pelo advogado do acusado desde sábado.
O agricultor Amair Feijoli da Cunha, outro dos quatro acusados pelo assassinato da freira Dorothy Stang, já foi formalmente indiciado por homicídio qualificado em processos conduzidos pelas polícias Civil e Federal.
Cunha, conhecido como Tato, prestou depoimento à Polícia Civil de Altamira (PA). Ele é suspeito de ter contratado, a mando do fazendeiro Vitalmiro de Moura Bastos, os supostos pistoleiros Rayfran das Neves Sales e Uilquelano de Souza Pinto para matarem a irmã Dorothy Stang.
Tato se apresentou no sábado à Polícia Civil do Pará em Altamira. Cunha, que negou as acusações e estava com prisão preventiva decretada, foi o primeiro dos quatro suspeitos de participação no crime a ser preso.
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Depois de ter encontrado um revólver calibre 38, uma das duas armas que teriam sido usadas no assassinato da irmã Dorothy Stang, 73, ocorrido no dia 12, em Anapu (PA), a Polícia Federal acredita que o crime está praticamente solucionado.
Na tarde desta terça-feira, a polícia apreendeu o revólver na fazenda de Vitalmiro Gonçalves de Moura, conhecido como Bida, acusado de ser o mandante do crime. A arma, de acordo com a polícia, teria sido abandonada no local por Rayfran das Neves Sales, o Fogoió, apontado como um dos pistoleiros que mataram a missionária.
O secretário Especial de Defesa Social do Estado do Pará, Manoel Santino, acredita que Bida vai se entregar em breve. "Acreditamos que muito em breve o mandante apresentará sua rendição ou será preso", declarou. A rendição do fazendeiro estaria sendo negociada pelo advogado desde sábado.
Santino está em Brasília participando da audiência pública da Comissão Externa do Senado, criada para acompanhar as investigações sobre o caso. Ainda de acordo com o secretário, o revólver calibre 38, encontrado na tarde de hoje na fazenda de Bida, vai facilitar a comprovação do vínculo entre os acusados de terem atirado na freira e o suposto mandante do crime.
Federalização
A Policia Civil está como responsável pelo inquérito que apura os responsáveis pelo crime. Mas, a Procuradoria Geral da União já anunciou que pretende entrar com um pedido formal para a federalização do crime.
A medida, no entanto, poderá demorar até dois meses, segundo expectativa do procurador da República no Pará, Felício Pontes Júnior, que esteve nesta terça-feira com o procurador-geral, Cláudio Fonteles.
O prazo é necessário, segundo o procurador, para que o Ministério Público consiga reunir as provas necessárias de que a morte da freira 'não se trata de um mero assassinato', mas de um crime contra os direitos humanos. Dessa maneira, os processos contra os acusados irão correr na Justiça Federal.
As provas serão reunidas principalmente com base nas investigações das polícias Civil e Federal que, na avaliação do procurador, até agora estão trabalhando bem.
A federalização de crimes contra direitos humanos foi aprovada na reforma do Judiciário. Ao defender que o caso seja tratado pela Justiça Federal, o procurador disse que o Ministério Público vai tentar demonstrar que "o Brasil pode ser condenado internacionalmente pela não apuração do crime".
Acusados
A Polícia Civil do Pará e a Polícia Federal prenderam ontem à noite Uilquelano de Souza Pinto, acusado de ser um dos dois pistoleiros contratados para matar a freira. O outro seria Rayfran das Neves Sales, o Fogoió, preso no domingo.
Uilquelano Pinto, conhecido como Eduardo, na verdade se chama Clodoaldo Carlos Batista e estava foragido havia mais de uma semana. Ele foi encontrado em Belo Monte, cidade próxima a Anapu e Altamira, no oeste do Pará. A Polícia o localizou após uma denúncia.
Agora, encontra-se foragido apenas o fazendeiro Vitalmiro Gonçalves de Moura, conhecido como Bida, acusado de ser o mandante do crime. A rendição de Vitalmiro está sendo negociada pelo advogado do acusado desde sábado.
O agricultor Amair Feijoli da Cunha, outro dos quatro acusados pelo assassinato da freira Dorothy Stang, já foi formalmente indiciado por homicídio qualificado em processos conduzidos pelas polícias Civil e Federal.
Cunha, conhecido como Tato, prestou depoimento à Polícia Civil de Altamira (PA). Ele é suspeito de ter contratado, a mando do fazendeiro Vitalmiro de Moura Bastos, os supostos pistoleiros Rayfran das Neves Sales e Uilquelano de Souza Pinto para matarem a irmã Dorothy Stang.
Tato se apresentou no sábado à Polícia Civil do Pará em Altamira. Cunha, que negou as acusações e estava com prisão preventiva decretada, foi o primeiro dos quatro suspeitos de participação no crime a ser preso.
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