Publicidade
Publicidade
25/02/2005
-
09h52
RUBENS VALENTE
da Folha de S.Paulo, em Brasília
A freira Dorothy Stang, assassinada no último dia 12, acusou nominalmente, em depoimento prestado à Polícia Federal em 2002, pelo menos 12 fazendeiros ou funcionários de fazendas diferentes da região de Anapu (PA) por supostas ameaças contra trabalhadores rurais do PDS (Projeto de Desenvolvimento Sustentável) e desmatamentos ilegais.
O relator da CPI da Terra, João Alfredo (PT-CE), considera que essa variedade de nomes para acusações semelhantes, na mesma cidade, reforça a tese que a PF vem levantando durante as investigações sobre a morte da freira, a de que pode ter havido um "consórcio" entre fazendeiros para contratar os assassinos. O deputado disse que enviará cópia do depoimento de Dorothy à equipe da PF que investiga seu assassinato.
"Essa hipótese de consórcio é bastante plausível. Na audiência no Pará, os fazendeiros estavam muito articulados. Fizeram as mesmas acusações à Dorothy e ao PDS [tipo de assentamento]. Ele pode ser um boi de piranha", disse o relator da comissão, referindo-se a Vitalmiro Moura, apontado pela Polícia Civil do Pará como único mandante do crime.
Ontem o relator reavaliou o depoimento prestado por Dorothy em 28 de novembro de 2002 na Superintendência da PF em Belém (PA). Ela procurou a polícia em nome do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, de associações de colonos, da CPT (Comissão Pastoral da Terra), da Câmara Municipal e da Prefeitura de Anapu.
Dorothy contou que o avanço dos fazendeiros, em diversas frentes ao mesmo tempo, havia reduzido de 21 para apenas oito o total de lotes em poder dos trabalhadores no projeto Esperança, no qual ela atuava quando foi morta.
Dorothy contou que um dos fazendeiros --cujo sigilos bancário, fiscal e telefônico foi quebrado anteontem pela comissão, junto com outras oito pessoas, incluindo Moura-- invadira os lotes 56 e 58 e avançava para o 60.
A missionária citou quatro pessoas que estariam agindo em conjunto "com mais cinco pistoleiros" para ameaçar famílias dos lotes 132 e 134. Dois irmãos de outro fazendeiro teriam invadido os lotes 14, 16 e 18 em abril de 2002.
Dorothy também mencionou uma fazendeira que manteria "homens armados como vigias no intuito de afugentar e amedrontar as populações locais".
Outro documento que está sendo reavaliado pela CPI da Terra é o "Relatório da Missão ao Pará", produzido em 2003 e distribuído a órgãos do governo pelo relator nacional para o direito humano ao ambiente, Jean Pierre Leroy. O relatório descreve várias denúncias de ameaças de morte e acusa policiais paraenses.
Leia mais
Irmão de freira quer "abraçar Anapu"
Acusados encenam assassinato de Dorothy
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a missionária Dorothy Stang
Depoimento reforça tese de "consórcio"
Publicidade
da Folha de S.Paulo, em Brasília
A freira Dorothy Stang, assassinada no último dia 12, acusou nominalmente, em depoimento prestado à Polícia Federal em 2002, pelo menos 12 fazendeiros ou funcionários de fazendas diferentes da região de Anapu (PA) por supostas ameaças contra trabalhadores rurais do PDS (Projeto de Desenvolvimento Sustentável) e desmatamentos ilegais.
O relator da CPI da Terra, João Alfredo (PT-CE), considera que essa variedade de nomes para acusações semelhantes, na mesma cidade, reforça a tese que a PF vem levantando durante as investigações sobre a morte da freira, a de que pode ter havido um "consórcio" entre fazendeiros para contratar os assassinos. O deputado disse que enviará cópia do depoimento de Dorothy à equipe da PF que investiga seu assassinato.
"Essa hipótese de consórcio é bastante plausível. Na audiência no Pará, os fazendeiros estavam muito articulados. Fizeram as mesmas acusações à Dorothy e ao PDS [tipo de assentamento]. Ele pode ser um boi de piranha", disse o relator da comissão, referindo-se a Vitalmiro Moura, apontado pela Polícia Civil do Pará como único mandante do crime.
Ontem o relator reavaliou o depoimento prestado por Dorothy em 28 de novembro de 2002 na Superintendência da PF em Belém (PA). Ela procurou a polícia em nome do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, de associações de colonos, da CPT (Comissão Pastoral da Terra), da Câmara Municipal e da Prefeitura de Anapu.
Dorothy contou que o avanço dos fazendeiros, em diversas frentes ao mesmo tempo, havia reduzido de 21 para apenas oito o total de lotes em poder dos trabalhadores no projeto Esperança, no qual ela atuava quando foi morta.
Dorothy contou que um dos fazendeiros --cujo sigilos bancário, fiscal e telefônico foi quebrado anteontem pela comissão, junto com outras oito pessoas, incluindo Moura-- invadira os lotes 56 e 58 e avançava para o 60.
A missionária citou quatro pessoas que estariam agindo em conjunto "com mais cinco pistoleiros" para ameaçar famílias dos lotes 132 e 134. Dois irmãos de outro fazendeiro teriam invadido os lotes 14, 16 e 18 em abril de 2002.
Dorothy também mencionou uma fazendeira que manteria "homens armados como vigias no intuito de afugentar e amedrontar as populações locais".
Outro documento que está sendo reavaliado pela CPI da Terra é o "Relatório da Missão ao Pará", produzido em 2003 e distribuído a órgãos do governo pelo relator nacional para o direito humano ao ambiente, Jean Pierre Leroy. O relatório descreve várias denúncias de ameaças de morte e acusa policiais paraenses.
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice