PF indicia irmã de Dantas no dia que Satiagraha foi suspensa pelo STJ

O Polícia Federal pediu no dia 18 de dezembro o indiciamento de Verônica Valente Dantas, irmã do banqueiro Daniel Dantas, do banco Opportunity. Executiva do banco, ela estaria envolvida na tentativa de suborno do delegado Vitor Hugo Rodrigues Alves.

O indiciamento de Verônica foi feita no mesmo dia que o ministro Arnaldo Esteves Lima, STJ (Superior Tribunal de Justiça), concedeu liminar determinando a suspensão do processo contra o Opportunity até o julgamento do processo movido contra o juiz Fausto Martins De Sanctis, da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo. O banco questiona a isenção do juiz no julgamento do processo.

Em julho de 2008, De Sanctis determinou a prisão temporária de Dantas com base em vídeo mostrando Hugo Chicaroni e Humberto Braz, que trabalhavam para o banqueiro, tentando subornar Vitor Hugo. Eles teriam oferecido R$ 1 milhão para livrar o banqueiro e seus familiares, entre eles Verônica, da investigação da Satiagraha.

Verônica já havia sido indiciada, na Satiagraha, pelos crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação fiscal, quadrilha, gestão fraudulenta de instituição financeira e empréstimo vedado.

Também foram indiciados, neste pedido entregue em dezembro, os advogados Wilson Mirza e Pedro Rotta, acusados pela PF de serem intermediários de Dantas na tentativa de suborno. O inquérito contra a irmã de Dantas está parado na Justiça Federal.

"Nunca houve a prática de corrupção, muito menos qualquer participação de Verônica Dantas nos fatos apurados", afirma o advogado Juliano Breda, em nota do Opportunity.

O advogado disse que, na verdade, houve uma simulação de corrupção. "Verônica Dantas não conhece e jamais se encontrou ou conversou com o advogado Pedro Rotta, com Hugo Chicaroni, com o delegado Vitor Hugo ou com qualquer outra autoridade envolvida na investigação."

Breda disse ainda que o indiciamento de Verônica foi ilegal, já que ela não foi ouvida. "A defesa tentou por várias vezes agendar a sua oitiva, e foi surpreendida com a conclusão precipitada do inquérito." Ele afirmou que a conclusão do inquérito desrespeitou a liminar do STJ.