Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
04/02/2010 - 16h20

Tarso diz não ter "divergências irremovíveis" com Jobim

Publicidade

PHILLIP DÂNTOM
colaboração para a Folha Online

O ministro Tarso Genro (Justiça) negou nesta quarta-feira que tenha "divergência irremovíveis" com o ministro Nelson Jobim (Defesa). Após lembrar que é amigo antigo de Jobim, disse que os dois têm apenas origens política diferentes e que entre eles existem apenas "nuances".

"Por mais que aparente publicamente uma divergência irremovível entre eu o ministro Jobim, essa divergência não existe. O que existem são nuances", disse. Além disso, Tarso afirmou não acreditar que sua saída do Ministério da Justiça possa fortalecer Jobim, inclusive no que diz respeito à polêmica em torno do 3º Programa Nacional de Direitos Humanos.

"O fato de termos algumas divergências não coloca o ministro Nelson Jobim mais aliviado ou menos aliviado com a minha saída. Até porque a política do Ministério da Justiça vai continuar a mesma", disse Tarso após participar da 33ª Caravana da Anistia, último ato político público do ministro antes de deixar o governo para se dedicar à sua campanha ao governo do Rio Grande do Sul.

Para o ministro, divergências são normais entre integrantes do governo. Segundo ele, a decisão, quando conflitos acontecem, é do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "A grande capacidade do presidente Lula é ter um ministério democrático e plural. Quando existe divergência, quem centraliza é o presidente", afirmou.

Na semana passada, Tarso disse que o presidente Lula precisou "enquadrar todo mundo" para fazer ajustes no texto.

A polêmica com o plano de direitos humanos começou quando, após a divulgação do texto, Jobim, pressionado pelos militares, cobrou uma modificação no teor do programa. Os comandantes do Exército, general Enzo Martins Peri, e da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, ameaçaram pedir demissão caso Lula não revogasse o trecho do programa que cria a Comissão da Verdade para apurar torturas e desaparecimentos durante o regime militar (1964-1985).

O ministro Paulo Vannuchi (Direitos Humanos), por outro lado, também ameaçou entregar o cargo se o presidente recuasse no teor do programa. Para resolver a situação, Lula editou um novo decreto para modificar o artigo do plano referente à criação da Comissão da Verdade.

Por pressão de Jobim e de comandantes militares, o presidente retirou do texto a expressão "repressão política", no artigo que previa a investigação de violações de direitos humanos praticadas no contexto da repressão política. Lula substituiu a expressão por "violações de direitos humanos", o que agradou à cúpula militar.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página