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04/02/2010 - 16h34

Boeing ainda está no páreo para vender caças ao Brasil, diz novo embaixador dos EUA

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GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

O novo embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, disse nesta quinta-feira que a empresa americana Boeing ainda está no páreo para vender 36 aviões caças à FAB (Força Aérea Brasileira). Shannon afirmou que os ministros Celso Amorim (Relações Exteriores) e Nelson Jobim (Defesa) negaram hoje que o governo brasileiro já tenha concluído o processo de escolha das aeronaves, com a preferência pelo francês Rafale.

"Tive a oportunidade de falar com o presidente [Lula] hoje. Sobre os aviões, o ministro Jobim e o ministro Amorim disseram que não há ainda uma definição do governo do Brasil", afirmou.

Apesar da preferência do governo brasileiro pelo avião francês, o embaixador disse que a briga comercial não vai influenciar na relação do governo dos EUA com o brasileiro, ou mesmo com a Suécia --terceiro país que disputa a venda dos caças ao Brasil. "É importante lembrar que França e Suécia são amigos e aliados. Esta é uma concorrência comercial que não vai afetar a relação entre os países."

Shannon afirmou, porém, que as negociações diplomáticas exigem "franqueza" de seus interlocutores. "Franqueza é algo bom na diplomacia e os dois países podem trabalhar para melhorar a franqueza. O Super Hornet é um grande caça", disse.

Segundo o embaixador, a aeronave americana F-18 Super Hornet, da Boeing, tem qualidades que devem ser levadas em conta pelo Ministério da Defesa e Poder Executivo no momento do anúncio oficial da aeronave. "O avião da Boing é um produto bom e merece a atenção do governo brasileiro", afirmou.

Shannon disse ter esperanças de que a o Super Hornet seja selecionado pelo governo federal uma vez que os Estados Unidos oferecem transferência de tecnologia para a produção futura da aeronave.

"Em termos de transferência de tecnologia, o governo dos Estados Unidos tomou uma decisão sem precedentes e isso mostra a confiança no Brasil. Estamos dispostos a tomar passos com o Brasil que no passado não poderíamos fazer", disse.

Shannon recebeu hoje as credenciais de embaixador das mãos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assumir a embaixada dos EUA no Brasil.

Aquisição

Reportagem da colunista Eliane Cantanhêde, publicada nesta quinta-feira pela Folha, afirma que Lula e Jobim bateram o martelo a favor do caça francês Rafale. A decisão teria sido tomada depois da francesa Dassault reduzir de US$ 8,2 bilhões (R$ 15,1 bilhões) para US$ 6,2 bilhões (R$ 11,4 bilhões). O Rafale ficou em último no relatório técnico da FAB, que trouxe em primeiro o caça sueco Gripen e em segundo o americano F-18, da Boeing.

O francês é o preferido de Jobim e de Lula, que defendem negócio com a França porque o país é seu "parceiro estratégico", com o qual assinou grande acordo militar em 2009.

Interlocutores do presidente Lula afirmaram hoje que a decisão será submetida ao Conselho de Defesa Nacional, que é um órgão de consulta do presidente nos assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado.

O conselho é formado pelo vice-presidente da República, José Alencar, e pelos presidentes do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP).

Ainda fazem parte representantes dos ministérios da Justiça, Defesa, Relações Exteriores, Planejamento, Gabinete de Segurança Institucional, e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.

Arte/Folha
 

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