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19/05/2005
-
10h22
FELIPE RECONDO
da Folha Online, em Brasília
A oposição e parte da base governista viram no líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), o responsável pela derrubada do nome de Alexandre de Moraes, ex-secretário de Justiça e Defesa da Cidadania e ex-presidente da Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor), indicado pela Câmara dos Deputados para ocupar uma vaga no CNJ (Conselho Nacional de Justiça), órgão responsável pelo controle externo do Judiciário.
O relato de senadores governistas, alguns, inclusive, não seguiram a orientação de votar contra Moraes, é de que Mercadante teria, desde terça-feira, conversado com aliados para votar contra o nome do ex-secretário do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). O motivo seria a pré-candidatura de Mercadante ao governo de SP nas próximas eleições.
A votação teve quorum de 57 senadores. Seriam necessários 41 votos para aprovar o nome de Moraes. A oposição conseguiu juntar 39 votos apenas. De imediato, Mercadante afirmou que não houve articulação política para derrubar o candidato. Logo depois, no entanto, subiu à tribuna do plenário para dizer aos oposicionistas que a derrota serviria de resposta para a recusa, por exemplo, ao nome de José Fantini à ANP (Agência Nacional do Petróleo).
Diante da forte reação da oposição --o senador tucano Tasso Jereissati (CE) chegou a dizer que Mercadante dava uma "lição de falsidade"-- e com uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) mista para investigar o governo pronta para ser instalada, os líderes governistas tentaram voltar atrás e, à revelia do regimento do Senado, buscaram acordar uma nova votação.
Mercadante mudou de postura e trabalhou para que a votação fosse refeita. Não adiantou. Mesmo senadores do PFL e PSDB afirmaram que o regimento deveria ser respeitado, que a derrota estava consumada.
Votações
A disputa no Senado destoou do clima da Câmara dos Deputados, o que governistas consideraram um erro de Mercadante. Pela manhã, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu a oposição e os integrantes da Mesa Diretora da Câmara na tentativa de uma aproximação institucional entre Executivo e Legislativo. À noite, os líderes acertaram uma estratégia para começar a desobstruir a pauta da Casa.
No Senado, a derrota da oposição desfez o clima de certa tranqüilidade entre os senadores. As brigas entre senadores, que há muito não eram protagonizadas em plenário, mostraram que a semana de votações terminou e a próxima semana, com feriado na quinta-feira, deve ser de agenda travada.
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A oposição e parte da base governista viram no líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), o responsável pela derrubada do nome de Alexandre de Moraes, ex-secretário de Justiça e Defesa da Cidadania e ex-presidente da Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor), indicado pela Câmara dos Deputados para ocupar uma vaga no CNJ (Conselho Nacional de Justiça), órgão responsável pelo controle externo do Judiciário.
O relato de senadores governistas, alguns, inclusive, não seguiram a orientação de votar contra Moraes, é de que Mercadante teria, desde terça-feira, conversado com aliados para votar contra o nome do ex-secretário do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). O motivo seria a pré-candidatura de Mercadante ao governo de SP nas próximas eleições.
A votação teve quorum de 57 senadores. Seriam necessários 41 votos para aprovar o nome de Moraes. A oposição conseguiu juntar 39 votos apenas. De imediato, Mercadante afirmou que não houve articulação política para derrubar o candidato. Logo depois, no entanto, subiu à tribuna do plenário para dizer aos oposicionistas que a derrota serviria de resposta para a recusa, por exemplo, ao nome de José Fantini à ANP (Agência Nacional do Petróleo).
Diante da forte reação da oposição --o senador tucano Tasso Jereissati (CE) chegou a dizer que Mercadante dava uma "lição de falsidade"-- e com uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) mista para investigar o governo pronta para ser instalada, os líderes governistas tentaram voltar atrás e, à revelia do regimento do Senado, buscaram acordar uma nova votação.
Mercadante mudou de postura e trabalhou para que a votação fosse refeita. Não adiantou. Mesmo senadores do PFL e PSDB afirmaram que o regimento deveria ser respeitado, que a derrota estava consumada.
Votações
A disputa no Senado destoou do clima da Câmara dos Deputados, o que governistas consideraram um erro de Mercadante. Pela manhã, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu a oposição e os integrantes da Mesa Diretora da Câmara na tentativa de uma aproximação institucional entre Executivo e Legislativo. À noite, os líderes acertaram uma estratégia para começar a desobstruir a pauta da Casa.
No Senado, a derrota da oposição desfez o clima de certa tranqüilidade entre os senadores. As brigas entre senadores, que há muito não eram protagonizadas em plenário, mostraram que a semana de votações terminou e a próxima semana, com feriado na quinta-feira, deve ser de agenda travada.
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