Publicidade
Publicidade
08/06/2005
-
09h33
FREDERICO VASCONCELOS
da Folha de S.Paulo
A senadora Heloísa Helena (PSOL-AL), expulsa do PT, acredita que quadros do partido, como Delúbio Soares e Waldomiro Diniz, suspeitos de "promiscuidade nas relações do Congresso Nacional com o Planalto", agiriam com autorização de Lula.
Folha - Como a sra. avalia a denúncia de suborno de parlamentares feita pelo presidente do PTB, deputado Roberto Jefferson?
Heloísa Helena - No ano passado, quando me falaram sobre o "mensalão", disse que não era surpresa, porque havia um grande balcão de negócios sujos.
Folha - A sra. denunciou?
Heloísa - Se eu soubesse quem eram os parlamentares que estavam recebendo, que estavam sendo parte do "propinódromo" montado pelo governo, eu tinha a obrigação de denunciá-los. O mais triste é que este é um sórdido detalhe do balcão de negócios.
Folha - Como funciona o balcão?
Heloísa - O governo entrega a máquina pública para ser parasitada por delinqüentes de luxo. Distribui cargos, poder, liberação de emendas ou o "mensalão".
Folha - Esse balcão já funcionava quando a sra. foi expulsa do PT?
Heloísa - Quando fui expulsa do PT, não havia denúncias de crimes contra a administração pública. O debate já era pela partilha do aparelho de Estado.
Folha - Delúbio já incomodava?
Heloísa - Não sei. Tenho absoluta convicção de que ninguém da cúpula palaciana do PT age isoladamente na montagem dos crimes contra a administração pública. Se Delúbio, Waldomiro e outros, entre aspas, quadros partidários agiam, é porque havia autorização e leniência do presidente Lula. Pelo que eu conheço do PT, não existe atuação individual.
Folha - Lula foi conivente?
Heloísa - Eu não tenho dúvida. É essencial a CPI, para que seja desvendado o vergonhoso esquema de promiscuidade.
Folha - A credibilidade de Roberto Jefferson altera sua avaliação?
Heloísa - O presidente da República dizia que entregava um cheque em branco ao Roberto Jefferson e dormiria tranqüilo. A partir do momento em que dá uma declaração como essa e entrega o aparelho de Estado para ser parasitado, só com isso já é cúmplice.
Folha - Qual o rumo do PT?
Helena - Não falo mais sobre o partido. Porque o PT traiu as concepções programáticas e ideológicas da esquerda socialista-democrática e os referenciais éticos.
Leia mais
Entenda o "mensalão" segundo Roberto Jefferson
Eunício confirma demissões no IRB e nos Correios
Especial
Leia a cobertura completa sobre o caso da mesada no Congresso
Sites relacionados
Ouça trechos da entrevista de João Paulo Cunha (Só para assinantes do UOL)
Delúbio tinha aval de Lula, diz Heloísa
Publicidade
da Folha de S.Paulo
A senadora Heloísa Helena (PSOL-AL), expulsa do PT, acredita que quadros do partido, como Delúbio Soares e Waldomiro Diniz, suspeitos de "promiscuidade nas relações do Congresso Nacional com o Planalto", agiriam com autorização de Lula.
Folha - Como a sra. avalia a denúncia de suborno de parlamentares feita pelo presidente do PTB, deputado Roberto Jefferson?
Heloísa Helena - No ano passado, quando me falaram sobre o "mensalão", disse que não era surpresa, porque havia um grande balcão de negócios sujos.
Folha - A sra. denunciou?
Heloísa - Se eu soubesse quem eram os parlamentares que estavam recebendo, que estavam sendo parte do "propinódromo" montado pelo governo, eu tinha a obrigação de denunciá-los. O mais triste é que este é um sórdido detalhe do balcão de negócios.
Folha - Como funciona o balcão?
Heloísa - O governo entrega a máquina pública para ser parasitada por delinqüentes de luxo. Distribui cargos, poder, liberação de emendas ou o "mensalão".
Folha - Esse balcão já funcionava quando a sra. foi expulsa do PT?
Heloísa - Quando fui expulsa do PT, não havia denúncias de crimes contra a administração pública. O debate já era pela partilha do aparelho de Estado.
Folha - Delúbio já incomodava?
Heloísa - Não sei. Tenho absoluta convicção de que ninguém da cúpula palaciana do PT age isoladamente na montagem dos crimes contra a administração pública. Se Delúbio, Waldomiro e outros, entre aspas, quadros partidários agiam, é porque havia autorização e leniência do presidente Lula. Pelo que eu conheço do PT, não existe atuação individual.
Folha - Lula foi conivente?
Heloísa - Eu não tenho dúvida. É essencial a CPI, para que seja desvendado o vergonhoso esquema de promiscuidade.
Folha - A credibilidade de Roberto Jefferson altera sua avaliação?
Heloísa - O presidente da República dizia que entregava um cheque em branco ao Roberto Jefferson e dormiria tranqüilo. A partir do momento em que dá uma declaração como essa e entrega o aparelho de Estado para ser parasitado, só com isso já é cúmplice.
Folha - Qual o rumo do PT?
Helena - Não falo mais sobre o partido. Porque o PT traiu as concepções programáticas e ideológicas da esquerda socialista-democrática e os referenciais éticos.
Leia mais
Especial
Sites relacionados
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice