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21/06/2005 - 20h05

Em cerimônia de posse, Dirceu admite que está triste

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ANA PAULA RIBEIRO
PATRÍCIA ZIMMERMANN
da Folha Online, em Brasília

José Dirceu voltou a afirmar hoje que sai do governo com a cabeça erguida e de mãos limpas. No entanto, admitiu que está triste. Ele participou da cerimônia de transmissão de cargo para a "camarada de armas" Dilma Rousseff, que assume a Casa Civil. O deputado federal disse ter a certeza de ter cumprido o seu papel no ministério e que irá trabalhar na Câmara dos Deputados para dar apoio ao governo.

"Sou eternamente grato ao presidente Lula por ter me dado essa tarefa e espero tê-la cumprido a altura do Brasil, do presidente Lula e do meu partido, o PT. Saio, quero repetir, de mãos limpas, de cabeça erguida, com a alma leve. Saio, evidentemente triste, porque a minha paixão, todos sabem, era eleger o presidente Lula e governar o Brasil", disse.

Cerca de 500 pessoas participaram da cerimônia, entre elas mais de 20 ministros do governo Lula, como Antonio Palocci (Fazenda), Paulo Bernardo (Planejamento), Humberto Costa (Saúde), Tarso Genro (Educação) e Ciro Gomes (Integração Nacional). Antes de seu discurso, Dirceu foi aplaudido de pé.

Durante o discurso, Dirceu aproveitou para elogiar Dilma e agradecer os servidores da Casa Civil.

"Fico feliz, senhor presidente, de ser sucedido pela ministra Dilma Rousseff. Mineira como eu, apesar de ser gaúcha por adoção, que comigo lutou contra a ditadura militar de armas na mão (...) Como eu já disse, uma camarada de armas e uma companheira de lutas assume a Casa Civil. Para mim, é um honra. Quero repetir a todos."

Dirceu deixou o ministério após ser citado pelo então presidente do PTB, Roberto Jefferson (RJ), nas denúncias sobre o suposto pagamento de "mensalão" a deputados da base aliada.

Em sua fala, Dirceu aproveitou para fazer uma pequena prestação de contas de seus 30 meses no cargo. Lembrou que trabalhou para aprovar reformas que estavam paradas há muitos anos no Congresso Nacional, como a previdenciária e judiciária. Acrescentou ainda que no período em que a articulação política ficava na Casa Civil, deu apoio e sustentação ao governo com maioria parlamentar.

"Na Casa Civil, ainda responsável pela articulação política até o mês de fevereiro de 2004, demos apoio e sustentação ao governo, que contou com uma maioria e programática e uma maioria parlamentar. A Casa Civil da Presidência da República tem a responsabilidade de dar assessoramento jurídico e constitucional para o presidente e coordenar as ações governamentais. Tenho certeza que cumpri esse papel", afirmou.

A pasta da Coordenação Política foi criada no final de janeiro do ano passado. Aldo Rebelo (PC do B) é o titular desde sua criação.

No final do discurso, repetiu também que voltará ao PT para levar a militância às ruas.

"Como já disse, vou continuar [no governo] porque sou PT na Câmara dos Deputados. Como deputado, trabalhando para que a Câmara avance nas reformas necessárias para o país e trabalhando para dar maioria e apoio para o governo do presidente Lula. E volto a São Paulo, que é meu Estado, e volto ao PT, que é meu partido. E volto, principalmente, quero repetir, às ruas do meu país."

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