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23/06/2005 - 21h55

PF apreende documentos de Valério e da SMP&B

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PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte

A Polícia Federal cumpriu nesta quinta-feira mandado de busca e apreensão no escritório de contabilidade Prata e Castro Consultores Associados Ltda., de onde levou documentos fiscais da agência SMP&B Comunicação, da qual Marcos Valério Fernandes de Souza é sócio. A operação durou mais de seis horas.

Foi a primeira ação da PF contra Valério, apontado pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) como suposto "operador" do tesoureiro do PT, Delúbio Soares, no esquema do "mensalão". O publicitário também foi citado pela sua ex-secretária Fernanda Karina Ramos Somaggio como a pessoa que levava dinheiro para Brasília.

Uma equipe da PF, chefiada pelo delegado de Brasília Cláudio Ribeiro Santana, saiu às 14h25 do escritório no bairro Prado, na região oeste de Belo Horizonte, com quatro grandes caixas de documentos fiscais e 20 placas de computadores (HDs). A PF levou até a placa de identificação do escritório de contabilidade.

Os agentes chegaram ao sexto andar do prédio por volta das 7h30. Cerca de quinze minutos depois, quando o escritório foi aberto, ele se apresentaram e mostraram o mandado de busca e apreensão expedido pelo juiz Jorge Gustavo Serra de Macedo, da 4ª Vara da Justiça Federal em Belo Horizonte.

Segundo a assessoria da Justiça Federal, o pedido da PF foi apresentado ontem, com o argumento de que poderia estar ocorrendo tentativa de ocultação de provas. O pedido feito abrangia ainda a sede da SMP&B e a casa de Valério. Após consultar o Ministério Público Federal, o juiz só autorizou a busca e apreensão no escritório de contabilidade.

Após as buscas, o delegado da PF informou apenas que se tratava de apreensão de documentos fiscais de Valério e da SMP&B e que as investigações estão correndo "sob sigilo".

Somente às 13h30, uma hora antes de a PF deixar o local, apareceu no escritório o advogado Edmar Pereira Cardoso, que trabalha para as agências SMP&B e DNA Propaganda, outra agência da qual Valério é sócio. Ele disse que ficou sabendo da operação e que foi para o local porque o escritório estava sem assistência jurídica.

Segundo Cardoso, a contabilidade da SMP&B não é feita pelo escritório. Disse que a agência "tem contabilidade própria" e usava aquele escritório apenas para guardar documentos de contabilidade antiga. Ele disse que todos os HDs do escritório foram levados e que a empresa, que atende mais de 60 clientes, não tem como funcionar.

"Vamos ter que levar 20 HDs para a PF fazer cópias para que a empresa possa funcionar", disse o advogado, que afirmou que o mandado de busca e apreensão não explicava os motivos daquela operação.

Ele acompanhou o gerente do escritório, Márcio de Souza, até a Justiça Federal, para prestar depoimento. Souza foi liberado em seguida e não quis falar. Cardoso não revelou o nome do proprietário do escritório. A Folha apurou que o escritório pertence a Mauro Aurélio Prata, que não foi localizado.

Secretária

Enquanto a PF fazia as buscas no escritório, a ex-secretária de Valério na SMP&B Fernanda Karina Somaggio prestava depoimento ao procurador da República Luiz Fernando Viana, que veio de Brasília para tomar o depoimento dela. Durante cerca três horas ela prestou esclarecimentos.

Na saída, Somaggio disse que estava "impedida de falar". Seu advogado, Rui Pimenta, disse que esse procedimento do MPF é sigiloso e, por esse motivo, nem sua cliente e nem ele poderiam falar. Ele apenas disse que Somaggio confirmou todas as informações que prestara à PF na noite de quarta passada.

"Ela confirmou e esclareceu tudo o que já disse, confirmou as irregularidades que sabe, citou o Marcos Valério e as outras pessoas", afirmou Pimenta. Valério move processo contra Somaggio por suposta "extorsão".

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