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05/07/2005
-
12h18
FELIPE RECONDO
da Folha Online, em Brasília
Os integrantes da CPI dos Correios encontraram nesta terça-feira contradições entre os depoimentos dos envolvidos na gravação nos Correios e Jairo Martins, ex-funcionário da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), de quem teria sido alugado o equipamento. À CPI, Martins revelou ainda que é amigo pessoal do empresário de jogos Carlinhos Cachoeira, flagrado negociando o pagamento de propina ao ex-assessor da Casa Civil Waldomiro Diniz para ter facilidades na negociação de um contrato com a Caixa Econômica Federal.
A contradição mais evidente refere-se às intenções do empresário Arthur Wascheck, mandante da gravação. No depoimento à PF e à comissão, o empresário disse que queria mostrar aos superiores que o ex-chefe do Departamento de Contratação e Administração de Material Maurício Marinho era corrupto. Já Martins afirmou que Wascheck queria a divulgação da fita na imprensa.
"É mais um dos depoimentos estranhos à CPI. Há muitos fatos obscuros e várias contradições. É simplesmente risível, típico de um anedotário", afirmou o deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP). "Está claro que quem veio à CPI se contradisse, mentiu na Polícia Federal ou está encenando uma mentira", criticou o deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA).
Ao longo dos primeiros minutos de sua fala, já na primeira pergunta, ele admitiu que declarou erroneamente à Polícia Federal que a empresa de Arthur Wascheck não teria passado por uma varredura para encontrar, por exemplo, esquemas de grampos. Na CPI, Martins disse que apresentou uma pessoa a Wascheck para fazer o serviço.
Depois, Martins disse que o pagamento pelos serviços prestados seria a concessão da mala usada na gravação. Wascheck afirmou que teria alugado de Martins o material porque não teria interesse de comprá-lo.
Outra contradição refere-se ao depoimento do advogado Joel Santos Filho, responsável pelas filmagens. Na semama passada, Santos Filho havia afirmado que Martins participaria do último encontro entre os responsáveis pela gravação, mas desistiu ao encontrar um conhecido da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Edgar Lange Filho, o Alemão.
Martins, por outro lado, falou à CPI que não encontrou com Lange na sede dos Correios.
Abin
Jairo Martins, ex-funcionário da Abin, revelou que seria amigo pessoal de Paulo Ramos, diretor de Operações de Inteligência da agência. Mas de acordo com ele, em nenhum momento as investigações foram assunto de suas conversas.
O depoente disse também conhecer Lange Filho, agente da Abin que estaria na sede dos Correios no último dia das gravações do esquema de corrupção. Apesar de Martins dizer que não se encontrou com o funcionário da agência, a senadora Ideli Salvatti (PT-SC) diz que uma fita do sistema interno do Correio poderia mostrar o encontro dos dois na entrada do edifício sede da estatal em Brasília.
O deputado Eduardo Paes vê as declarações de Martins como uma prova do envolvimento da Abin nas investigações do pagamento de propina nos Correios e apresentou requerimento para que todos os relatórios da agência sobre investigações na estatal sejam passados à CPI.
Martins admitiu ainda ter feito a gravação de uma conversa entre o deputado federal cassado André Luiz e o deputado estadual do Rio de Janeiro Fernando Calazans, presidente da CPI da Loterj, em que negociariam o pagamento para que o nome de Cachoeira fosse retirado do relatório final das investigações.
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Jairo Martins entra em contradição e diz que é amigo de Cachoeira
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da Folha Online, em Brasília
Os integrantes da CPI dos Correios encontraram nesta terça-feira contradições entre os depoimentos dos envolvidos na gravação nos Correios e Jairo Martins, ex-funcionário da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), de quem teria sido alugado o equipamento. À CPI, Martins revelou ainda que é amigo pessoal do empresário de jogos Carlinhos Cachoeira, flagrado negociando o pagamento de propina ao ex-assessor da Casa Civil Waldomiro Diniz para ter facilidades na negociação de um contrato com a Caixa Econômica Federal.
A contradição mais evidente refere-se às intenções do empresário Arthur Wascheck, mandante da gravação. No depoimento à PF e à comissão, o empresário disse que queria mostrar aos superiores que o ex-chefe do Departamento de Contratação e Administração de Material Maurício Marinho era corrupto. Já Martins afirmou que Wascheck queria a divulgação da fita na imprensa.
Adriano Machado / FI |
Sessão da CPI dos Correios |
Ao longo dos primeiros minutos de sua fala, já na primeira pergunta, ele admitiu que declarou erroneamente à Polícia Federal que a empresa de Arthur Wascheck não teria passado por uma varredura para encontrar, por exemplo, esquemas de grampos. Na CPI, Martins disse que apresentou uma pessoa a Wascheck para fazer o serviço.
Depois, Martins disse que o pagamento pelos serviços prestados seria a concessão da mala usada na gravação. Wascheck afirmou que teria alugado de Martins o material porque não teria interesse de comprá-lo.
Adriano Machado / FI |
Jairo Martins, durante depoimento à CPI dos Correios |
Martins, por outro lado, falou à CPI que não encontrou com Lange na sede dos Correios.
Abin
Jairo Martins, ex-funcionário da Abin, revelou que seria amigo pessoal de Paulo Ramos, diretor de Operações de Inteligência da agência. Mas de acordo com ele, em nenhum momento as investigações foram assunto de suas conversas.
O depoente disse também conhecer Lange Filho, agente da Abin que estaria na sede dos Correios no último dia das gravações do esquema de corrupção. Apesar de Martins dizer que não se encontrou com o funcionário da agência, a senadora Ideli Salvatti (PT-SC) diz que uma fita do sistema interno do Correio poderia mostrar o encontro dos dois na entrada do edifício sede da estatal em Brasília.
O deputado Eduardo Paes vê as declarações de Martins como uma prova do envolvimento da Abin nas investigações do pagamento de propina nos Correios e apresentou requerimento para que todos os relatórios da agência sobre investigações na estatal sejam passados à CPI.
Martins admitiu ainda ter feito a gravação de uma conversa entre o deputado federal cassado André Luiz e o deputado estadual do Rio de Janeiro Fernando Calazans, presidente da CPI da Loterj, em que negociariam o pagamento para que o nome de Cachoeira fosse retirado do relatório final das investigações.
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