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14/07/2005 - 12h39

Operação em MG flagra policial com documentos de empresa de Valério queimados

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FELIPE RECONDO
da Folha Online, em Brasília

A Polícia mineira flagrou na manha desta quinta-feira, em Contagem (região metropolitana de Belo Horizonte) um policial civil aposentado com documentos contábeis parcialmente queimados da DNA, uma das empresas de Marcos Valério Fernandes de Souza, apontado pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) como um dos operadores do "mensalão".

Segundo a assessoria de imprensa do Ministério Público de Minas Gerais, o policial aposentado, cujo nome ainda não foi divulgado, trabalhou para Marcos Valério. Na casa onde os documentos estavam sendo incinerados, a polícia encontrou ainda armas, munições, granadas e explosivos.

Lula Marques/FI
O publicitário Marcos Valério
O publicitário Marcos Valério
Em depoimento à CPI dos Correios, a ex-secretária de Marcos Valério, Fernanda Karina Somaggio, havia informado que o publicitário tinha um amigo na Polícia Civil que fazia grampos telefônicos para ele.

Segundo a senadora Heloísa Helena (PSOL-AL), que foi informada em Brasília sobre a operação, a polícia recebeu uma denúncia de que haveria drogas em determinado local da cidade. Os policiais, ao chegarem no lugar, teriam encontrado armamento pesado e tonéis cheio de documentos sendo queimados.

Ao verificar os papéis, perceberam que eram da empresa de Marcos Valério e apreenderam o material, que está agora na Corregedoria da Polícia Civil. A CPI mista dos Correios, que já ouviu o depoimento do empresário e quebrou seus sigilos bancário, fiscal e telefônico, discute a possibilidade de enviar para Belo Horizonte uma equipe para recolher o material.

"Havia um burburinho em Belo Horizonte de que ninguém acharia os documentos da empresa do Marcos Valério. Agora, é essencial uma diligência para saber se vamos precisar desse material agora", afirmou Heloísa Helena.

DNA

Além da DNA, Valério é dono da agências de comunicação SMPB.

Segundo Jefferson, Valério ajudava o tesoureiro do PT, Delúbio Soares, na distribuição das mesadas de R$ 30 mil a deputados de outros partidos da base aliada. Esse dinheiro --de estatais e empresas privadas-- chegava em "malas" a Brasília e era então distribuído.

O publicitário negou as acusações, classificando-as como "infundadas, fantasiosas e aparentemente produzidas por desatino, desespero e cinismo."

Valério negava até então ter qualquer envolvimento financeiro com o partido do presidente Lula. Ele confirmava, no entanto, ter um relacionamento estreito com o tesoureiro do PT, Delúbio Soares.

Em 2004, segundo ano de governo do presidente Lula, a DNA e a SMPB ampliaram seus ganhos em contratos oficiais. Valério teve o valor de um contrato aumentado, venceu duas contas novas, nos Correios e na Câmara dos Deputados, e conseguiu prorrogar outros quatro contratos antigos.

Suas empresas conquistaram cerca de R$ 150 milhões em contratos com cinco órgãos e estatais do Executivo, além da Câmara dos Deputados. Se avaliados também projetos de longo prazo, diz a "Veja", o total dos negócios de Valério junto ao governo pode chegar a R$ 400 milhões.

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