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14/07/2005 - 15h49

Policial aposentado detido é flagrado com documentos de empresa de Valério

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da Folha Online

A Corregedoria mineira flagrou na manhã desta quinta-feira, em Contagem (região metropolitana de Belo Horizonte), um policial civil aposentado com documentos contábeis parcialmente queimados da DNA, uma das empresas de Marcos Valério Fernandes de Souza, apontado pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) como um dos operadores do "mensalão". Os documentos estavam em dois tambores. A polícia apreendeu outros papéis da empresa que estavam guardadas em caixas.

Segundo a assessoria de imprensa do Ministério Público de Minas Gerais, o carcereiro aposentado Marco Tulio Prata trabalhou para Marcos Valério e é irmão de um contador da DNA. Também foram encontrados na casa do carcereiro armas, munições, granadas e explosivos.

A polícia apreendeu ainda pelo menos 16 armas de diferentes calibre, entres elas pistolas 380 e .40. Todas estavam escondidas em um fundo falso em um dos armários da casa de Prata.

Lula Marques/FI
O publicitário Marcos Valério
O publicitário Marcos Valério
Ainda na casa dele, foram encontradas uma luneta de precisão, farta munição, explosivos e três silenciadores, cujo uso é proibido até mesmo para policiais.

A apreensão dos documentos pegou a polícia de surpresa. Isso porque a equipe da Corregedoria tinha ido à casa do policial para cumprir um mandado de busca e apreensão --que foi expedido por causa da suspeita que Prata escondia armas em sua casa-- e outro de prisão preventiva. O policial aposentado é acusado de homicídio doloso.

Segundo a polícia, no ano passado, Prata atirou em um rapaz que estava hospitalizado depois de se envolver em uma briga com o filho dele.

Contatos

Em depoimento à CPI dos Correios, a ex-secretária de Marcos Valério, Fernanda Karina Somaggio, havia informado que o publicitário tinha um amigo na Polícia Civil que fazia grampos telefônicos para ele.

A CPI dos Correios, que já ouviu o depoimento do empresário e quebrou seus sigilos bancário, fiscal e telefônico, discute a possibilidade de enviar para Belo Horizonte uma equipe para recolher o material.

"Havia um burburinho em Belo Horizonte de que ninguém acharia os documentos da empresa do Marcos Valério. Agora, é essencial uma diligência para saber se vamos precisar desse material agora", afirmou a senadora Heloísa Helena (PSOL-AL), que deverá viajar para Minas com os deputados Eduardo Paes (PSDB-RJ), Jamil Murad (PC do B-SP) e Onyx Lorenzoni (PFL-RS)para colher detalhes do caso.

Além da DNA, Valério é dono da agência de comunicação SMPB.

Mesada

Segundo Jefferson, Valério ajudava o tesoureiro do PT, Delúbio Soares, na distribuição das mesadas de R$ 30 mil a deputados de outros partidos da base aliada. Esse dinheiro --de estatais e empresas privadas-- chegava em "malas" a Brasília e era então distribuído.

O publicitário negou as acusações, classificando-as como "infundadas, fantasiosas e aparentemente produzidas por desatino, desespero e cinismo".

Valério negava até então ter qualquer envolvimento financeiro com o partido do presidente Lula. Ele confirmava, no entanto, ter um relacionamento estreito com o tesoureiro do PT, Delúbio Soares.

Em 2004, segundo ano de governo do presidente Lula, a DNA e a SMPB ampliaram seus ganhos em contratos oficiais. Valério teve o valor de um contrato aumentado, venceu duas contas novas, nos Correios e na Câmara dos Deputados, e conseguiu prorrogar outros quatro contratos antigos.

Suas empresas conquistaram cerca de R$ 150 milhões em contratos com cinco órgãos e estatais do Executivo, além da Câmara dos Deputados. Se avaliados também projetos de longo prazo, diz a "Veja", o total dos negócios de Valério junto ao governo pode chegar a R$ 400 milhões.

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