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14/07/2005 - 20h51

Polícia apreende 12 caixas de documentos para serem queimados em Minas

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KÁTIA BRASIL
da Agência Folha, em Belo Horizonte

A Polícia Civil de Minas Gerais apreendeu hoje 12 caixas com mais de 2.000 notas fiscais da empresa DNA Propaganda, da qual o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza é sócio, na casa do irmão de seu contador, em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte.

As notas de prestação de serviços --muitas emitidas em nomes de bancos no período de 1998 a 2004, segundo o promotor Leonardo Barbabela-- teriam o mesmo destino dos documentos encontrados em dois tambores da casa do ex-policial Marco Túlio Prata, 50: seriam queimadas.

Ele é irmão do contador Marco Aurélio Prata, cujo escritório de contabilidade foi alvo de uma ação de busca e apreensão no dia 23 de junho pela Polícia Federal, na qual eram procurados documentos das empresas do publicitário .

O Ministério Público Estadual suspeitou que documentos das empresas de Marcos Valério, apontado por Roberto Jefferson (PTB-RJ) como operador do suposto "mensalão", estivessem sendo destruídos e obteve uma decisão judicial para a instalação de uma escuta telefônica na casa do ex-policial. Foram gravadas conversas entre os irmãos Prata.

"Durante a quebra [do sigilo telefônico] detectou-se que essa documentação estava sendo extraviada para impedir o acesso aos órgãos públicos que estão fazendo as investigações", disse Barbabela.

A Folha apurou que entre as milhares de notas fiscais apreendidas estão documentos emitidos pela DNA para o Banco do Brasil e a Eletrobrás. Segundo o promotor, ainda há diversas notas de empresas privadas e principalmente de empresas sub-contratadas pela DNA.

"São milhares de notas destinando serviços para diversos órgãos públicos e privados, e nessas notas constam valores e a suposta prestação de serviço efetuada por uma terceira empresa. Ou seja, a DNA ganhava o serviço, o repassava para uma terceira empresa e o órgão público pagava com um outro preço para a DNA", disse o promotor, que investiga se houve superfaturamento nas notas.

O ex-policial Túlio Prata já era investigado pela polícia por acusação de homicídio. A promotoria de Combate ao Crime Organizado também entrou no caso a partir de uma denúncia de contrabando de armas contra o ele. Dois mandados, um de busca e apreensão e outro da prisão preventiva do ex-policial, foram expedidos pela juíza Electra Benevides. Os mandados foram cumpridos ontem às 6h15. O ex-policial e seu filho, Venício Prata, 19, resistiram a prisão com armas em punho.

Além dos documentos da DNA, na casa do ex-policial --também conhecido como Pratinha-- foram encontradas 17 armas, algumas de uso exclusivo da polícia, além de granadas, silenciadores e um rádio transmissor que estava na freqüência da polícia.

Para transportar as armas até a sede da Secretaria de Defesa Social, em Belo Horizonte, a polícia encheu duas malas pretas. Mas as notas fiscais ficaram reservadas em uma sala porque precisavam passar por perícias, segundo o delegado-corregedor Elder D'Angelo. Ele disse que cópias das notas fiscais serão encaminhadas à Polícia Federal e à CPI dos Correios, em Brasília. Ontem, sete senadores chegariam à capital mineira para analisar os documentos apreendidos.

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