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26/07/2005
-
11h47
da Folha Online
Renilda Maria Santiado de Souza, mulher do publicitário Marcos Valério, iniciou seu depoimento afirmando que nunca freqüentou e não sabe como é o funcionamento das empresas SMPB e DNA, das quais é sócia. Ao iniciar seu depoimento na CPI dos Correios, ela lembrou que a secretária Fernanda Karina Somaggio, que trabalhou por nove meses em uma das empresas de publicidade, relatou nunca ter visto Renilda. "Optei por cuidar dos meus filhos", disse.
Visivelmente tensa, Renilda afirmou que Valério tem uma procuração para defender seus interesses. "Tenho uma relação de confiança, entre namoro e casamento o conheço há 25 anos. Faria tudo novamente", afirmou.
A mulher de Valério disse também que nunca houve reuniões de trabalho em sua casa. "Até os fatos atuais, minha família era preservada. Dentro da minha casa só a minha família freqüentava."
Em uma fala rápida, Renilda aproveitou a ocasião para negar que tenha tentado retirar R$ 1,8 milhão do Bank Boston, no último dia 20. "A movimentação bancária não existiu. A conta está sendo monitorada e preciso da autorização da gerente para pagar contas", afirmou.
Renilda disse aos integrantes da CPI que recebeu uma ligação da gerente do banco informando que não havia mais interesse em mantê-la como cliente, mas decidiu esperar por um comunicado oficial.
Na ocasião, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Nelson Jobim, determinou o bloqueio da conta bancária de Renilda do banco BankBoston, em Belo Horizonte.
Segundo a Procuradoria-Geral da República, o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) encaminhou um relatório com a informação de que houve uma tentativa de resgate na conta do Bankboston.
Negociação
Renilda tentou até o fim evitar o depoimento. Na semana passada, Marcos Valério buscou negociar com a cúpula da CPI para barrar o testemunho de Renilda e da diretora-financeira Simone Vasconcelos, da SMPB, apontada pela ex-secretária Fernanda Karina Somaggio como um das responsáveis pela distribuição de recursos em Brasília.
Os advogados de Marcos Valério também entraram no STF (Supremo Tribunal Federal) para conseguir um habeas corpus preventivo --semelhante do obtido por Valério e pelos ex-dirigentes do PT Silvio Pereira e Delúbio Soares-- de modo que Renilda tivesse permissão legal para selecionar as questões respondidas, uma saída jurídica que encheu de lacunas os depoimentos dos três.
Sem o sucesso das estratégias, Renilda será obrigada a depor e terá que responder a todas as perguntas que lhe forem formuladas, mas não será obrigada a assinar o compromisso de dizer a verdade, de acordo com o despacho do presidente do STF, Nelson Jobim.
Depoimento
Os integrantes da CPI devem questionar Renilda sobre o crescimento patrimonial do casal, que saltou de R$ 3,8 milhões para R$ 6,7 milhões (sendo R$ 4,8 milhões em nome de Renilda) entre os anos de 2002 e 2003.
Como acionista principal da SMPB e DNA, Renilda também poderá ser questionada sobre a movimentação milionária dessas duas empresas. Segundo o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), foram R$ 836 milhões nos dois últimos anos.
A comissão deverá ainda inquirir Renilda sobre a origem dos recursos, já que a outra ponta, a distribuição, pode ser a matéria do depoimento de Simone Vasconcelos, previsto para agosto.
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Renilda Maria Santiado de Souza, mulher do publicitário Marcos Valério, iniciou seu depoimento afirmando que nunca freqüentou e não sabe como é o funcionamento das empresas SMPB e DNA, das quais é sócia. Ao iniciar seu depoimento na CPI dos Correios, ela lembrou que a secretária Fernanda Karina Somaggio, que trabalhou por nove meses em uma das empresas de publicidade, relatou nunca ter visto Renilda. "Optei por cuidar dos meus filhos", disse.
Visivelmente tensa, Renilda afirmou que Valério tem uma procuração para defender seus interesses. "Tenho uma relação de confiança, entre namoro e casamento o conheço há 25 anos. Faria tudo novamente", afirmou.
Alan Marques/FI |
Renilda Santiago, mulher de Valério, em depoimento à CPI |
Em uma fala rápida, Renilda aproveitou a ocasião para negar que tenha tentado retirar R$ 1,8 milhão do Bank Boston, no último dia 20. "A movimentação bancária não existiu. A conta está sendo monitorada e preciso da autorização da gerente para pagar contas", afirmou.
Renilda disse aos integrantes da CPI que recebeu uma ligação da gerente do banco informando que não havia mais interesse em mantê-la como cliente, mas decidiu esperar por um comunicado oficial.
Na ocasião, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Nelson Jobim, determinou o bloqueio da conta bancária de Renilda do banco BankBoston, em Belo Horizonte.
Segundo a Procuradoria-Geral da República, o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) encaminhou um relatório com a informação de que houve uma tentativa de resgate na conta do Bankboston.
Negociação
Renilda tentou até o fim evitar o depoimento. Na semana passada, Marcos Valério buscou negociar com a cúpula da CPI para barrar o testemunho de Renilda e da diretora-financeira Simone Vasconcelos, da SMPB, apontada pela ex-secretária Fernanda Karina Somaggio como um das responsáveis pela distribuição de recursos em Brasília.
Os advogados de Marcos Valério também entraram no STF (Supremo Tribunal Federal) para conseguir um habeas corpus preventivo --semelhante do obtido por Valério e pelos ex-dirigentes do PT Silvio Pereira e Delúbio Soares-- de modo que Renilda tivesse permissão legal para selecionar as questões respondidas, uma saída jurídica que encheu de lacunas os depoimentos dos três.
Sem o sucesso das estratégias, Renilda será obrigada a depor e terá que responder a todas as perguntas que lhe forem formuladas, mas não será obrigada a assinar o compromisso de dizer a verdade, de acordo com o despacho do presidente do STF, Nelson Jobim.
Depoimento
Os integrantes da CPI devem questionar Renilda sobre o crescimento patrimonial do casal, que saltou de R$ 3,8 milhões para R$ 6,7 milhões (sendo R$ 4,8 milhões em nome de Renilda) entre os anos de 2002 e 2003.
Como acionista principal da SMPB e DNA, Renilda também poderá ser questionada sobre a movimentação milionária dessas duas empresas. Segundo o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), foram R$ 836 milhões nos dois últimos anos.
A comissão deverá ainda inquirir Renilda sobre a origem dos recursos, já que a outra ponta, a distribuição, pode ser a matéria do depoimento de Simone Vasconcelos, previsto para agosto.
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