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26/07/2005 - 11h16

Relator da CPI teme que depoimento de Renilda seja "improdutivo"

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FELIPE RECONDO
da Folha Online, em Brasília

O relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), teme que o depoimento marcado para hoje de Renilda Maria Santiago Fernandes de Souza, mulher do empresário Marcos Valério, seja "improdutivo" para as investigações.

O depoimento, marcado para as 10h, começou com cerca de uma hora e meia de atraso. Antes, os parlamentares definiram que Renilda falará em sessão aberta.

Segundo Serraglio, Renilda poderá evitar respostas que incriminem a ela e seu marido. "Eu tenho medo que não seja produtivo, a menos que ela comece a revelar fatos que ela testemunhou. Nós não temos muita coisa a tirar dela."

Para alguns congressistas, Renilda pode ser "laranja" de Marcos Valério e por isso não teria conhecimento dos detalhes do suposto esquema de corrupção no governo.

Renilda, uma das sócias das agências de publicidade SMPB e DNA, será ouvida pela comissão como "investigada".

Negociação

Renilda tentou até o fim evitar o depoimento. Na semana passada, Marcos Valério buscou negociar com a cúpula da CPI para barrar o testemunho de Renilda e da diretora-financeira Simone Vasconcelos, da SMPB, apontada pela ex-secretária Fernanda Karina Somaggio como um das responsáveis pela distribuição de recursos em Brasília.

Os advogados de Marcos Valério também entraram no STF (Supremo Tribunal Federal) para conseguir um habeas corpus preventivo --semelhante do obtido por Valério e pelos ex-dirigentes do PT Silvio Pereira e Delúbio Soares-- de modo que Renilda tivesse permissão legal para selecionar as questões respondidas, uma saída jurídica que encheu de lacunas os depoimentos dos três.

Sem o sucesso das estratégias, Renilda será obrigada a depor e terá que responder a todas as perguntas que lhe forem formuladas, mas não será obrigada a assinar o compromisso de dizer a verdade, de acordo com o despacho do presidente do STF, Nelson Jobim.

Depoimento

Os integrantes da CPI devem questionar Renilda sobre o crescimento patrimonial do casal, que saltou de R$ 3,8 milhões para R$ 6,7 milhões (sendo R$ 4,8 milhões em nome de Renilda) entre os anos de 2002 e 2003.

Como acionista principal da SMPB e DNA, Renilda também poderá ser questionada sobre a movimentação milionária dessas duas empresas. Segundo o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), foram R$ 836 milhões nos dois últimos anos.

A comissão deverá ainda inquirir Renilda sobre a origem dos recursos, já que a outra ponta, a distribuição, pode ser a matéria do depoimento de Simone Vasconcelos, previsto para agosto.

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