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30/07/2005 - 11h37

Assessor diz que pegava dinheiro de empresa de Valério a pedido do PP

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da Folha Online

João Cláudio Genu, assessor do PP, confirmou à Polícia Federal que pegava pegava dinheiro das contas das empresas do publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza em espécie e levava em uma mala para a sede do partido em Brasília. Genu é assessor do líder do PP na Câmara, José Janene, apontado como um dos operadores do "mensalão".

De acordo com o levantamento preliminar da CPI dos Correios, o ex-funcionário de Janene sacou pelo menos R$ 1,15 milhão.

Segundo a procuradora Raquel Branquinho, que acompanhou parte do depoimento, Genu afirmou que Simone Vasconcelos, diretora financeira da SMPB, uma das empresas de Valério, realizava os saques na agência do banco no Brasília Shopping e depois entregava ao ex-chefe de gabinete.

A procuradora integra a equipe do Ministério Público que investiga o pagamento de mesada a parlamentares em troca de apoio ao governo.

À PF, Genu mencionou outros dois deputados da sigla: Pedro Correa (PE) e Pedro Henry (MT). O depoimento de Genu começou às 15h10 e terminou às 21h.

Genu, no entanto, afirmou que era um 'mero portador' do dinheiro e que desconhecia sua finalidade. Confirmando as acusações de Roberto Jefferson, Genu disse que o dinheiro vinha em malas e que ele as colocava em uma sala no 17º andar do Anexo 1 do Senado Federal, na "tesouraria" --como ele chamou-- do PP.

O deputado Pedro Henry (PP-MT), um dos citados por Genu, ficou revoltado. Segundo ele, o local referido é a presidência do PP, e não a tesouraria: "É a sede nacional do partido. É um lugar aberto, um lugar público", disse.

Os nomes de Janene e Genu foram envolvidos no escândalo do 'mensalão' por Jefferson, em entrevista exclusiva à Folha, em 12 de junho. Na ocasião, Jefferson afirmou que Janene era um dos beneficiários e Genu, um dos operadores (pessoa que transportava as malas de dinheiro). Janene sempre negou.

Indícios do "mensalão"

Na quinta-feira, a CPI dos Correios encontrou indícios de que a maior parte do dinheiro sacado por Simone no Rural era para deputados e seus assessores.

As cópias de faxes e de e-mails encontrados no material remetido na terça feira pelo STF (Supremo Tribunal Federal) à CPI contém anotações manuscritas nos processos referentes aos R$ 5,595 milhões retirados em dinheiro por Simone nos anos de 2003 e 2004 da conta da SPMB Comunicação no Banco Rural.

Esses faxes e e-mails eram enviados de Belo Horizonte para Brasília. Eram alertas para que a agência do Banco Rural na capital federal se preparasse para os saques de quantias altas em dinheiro, reservando o numerário.

No verso de quatro desses faxes, há anotações escritas a mão mencionando Jacinto Lamas, ex-tesoureiro do PL.

O ex-tesoureiro do Rural, José Francisco de Almeida Rego, havia revelado em depoimento à PF que Simone deixava na agência uma lista de pessoas que poderiam retirar o dinheiro.

Até o momento, a CPI havia apurado saques num total de R$ 1,65 milhão por Lamas da conta da SMPB no Banco Rural de Brasília. A serem confirmados os repasses realizados a ele por Simone, a quantia subiria para R$ 2,3 milhões --considerando-se que o dinheiro retirado pela pessoa identificada como 'irmão de Jacinto Lamas' tenha sido repassado para o então tesoureiro do PL.

José Dirceu e Delúbio

Segundo a edição da revista "Veja" desta semana, a PF encontrou indícios de que um assessor de José Dirceu é citado em uma lista com a relação de pessoas autorizadas a sacar das contas do publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza. Segundo reportagem, Roberto Marques, que cuida da agenda e das contas do ex-ministro, consta na lista de sacadores.

Um fax com papel timbrado do Banco Rural autorizando o "Roberto Marques" a receber R$ 50 mil referente ao cheque 414270, da empresa SMPB Comunicação em uma agência da instituição em São Paulo.

O assessor de Dirceu negou tenha tenha feito saques no Banco Rural e disse que seu nome foi usado indevidamente.

Ainda de acordo com a publicação, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares pode ter recebido dinheiro desviado do Orçamento da União pela máfia dos vampiros. A revista informa que seu contato com a máfia seria feito pelo lobista Laerte Correa Junior, um dos integrantes da máfia, que foi preso pela Polícia Federal.

Com Folha de S.Paulo

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