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03/08/2005
-
16h39
FELIPE RECONDO
da Folha Online, em Brasília
O depoimento da diretora administrativa-financeira da SMPB, Simone Vasconcelos, pouco ou nada acrescentou para as investigações da CPI Mista dos Correios, na avaliação dos integrantes da comissão parlamentar.
Responsável por saques que superam R$ 7 milhões das contas da SMPB e pela movimentação de recursos da agência de publicidade de Marcos Valério Fernandes de Souza, ela disse aos membros da CPI desconhecer a lista dos cinco maiores fornecedores da SMPB, não precisou quais seriam as aplicações financeiras da empresa, afirmou não saber o faturamento do negócio ou se foram remetidos recursos para o exterior.
Além disso, confirmou que eram repassados recursos para terceiros, que ela disse desconhecer, e declarou que não pediu qualquer documento que comprovasse o recebimento do dinheiro nem contava as quantias antes de entregar aos indicados por Valério. Simone afirmou também que não sabia se os outros sócios da empresa sacavam recursos de altos valores na boca do caixa.
Ela não informou quais os principais fornecedores da empresa, nem detalhes sobre o faturamento e ainda disse desconhecer os recibos das verbas repassadas ao PT, que teriam somado dezenas de milhões de reais nos últimos anos.
Simone disse ainda que nunca havia trabalhado na área de finanças antes de ela entrar na SMPB, em 1999.
Orquestração
O sub-relator da comissão, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), avaliou que há uma "orquestração" das defesas das pessoas ligadas a Marcos Valério e ao ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e uma "memória seletiva" que faria com que Simone Vasconcelos só revelasse fatos que não prejudicassem o dono da SMPB. "Ela não consegue identificar que recebeu os recursos e não pediu nenhum recibo. Isso é básico em qualquer lugar do mundo", disse.
A tese foi reforçada pelo relator da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR). "Estou decepcionado. Imagine se uma diretora do porte dela não sabia a origem e o destino dos recursos, os maiores fornecedores e o faturamento das empresas", afirmou.
A diretora da SMPB afirmou que não contava o dinheiro dos saques e que deixava a função para os funcionários do banco da onde sacava os recursos. Apenas sob sua responsabilidade direta, foram mais de R$ 7 milhões nos últimos dois anos, segundo apurou a CPI. Ela também negou que tenha utilizado malas para transportar dinheiro, mas somente "pequenos volumes" para transportar as verbas.
O deputado Carlos Abicalil (PT-MT) afirmou que a administração da SMPB tinha uma "estrutura primária", o que tornava difícil entender a dimensão que a agência tomou nos últimos anos. O que ficou visível no depoimento de Simone, até o momento, é que ela mantinha registros bastante simplificados para a gestão financeira de sua empresa.
Depois do depoimento de Vasconcelos, a CPI deve ouvir, se houver tempo hábil, o policial David Rodrigues Alves, responsável por saques que superam R$ 6,5 milhões, recursos destinados à empresa do publicitário Duda Mendonça. De acordo com Simone Vasconcelos, os recursos seriam usados para o pagamento de campanhas políticas feitas pela agência do publicitário.
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Para CPI, depoimento de Simone foi orquestrado com Valério
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da Folha Online, em Brasília
O depoimento da diretora administrativa-financeira da SMPB, Simone Vasconcelos, pouco ou nada acrescentou para as investigações da CPI Mista dos Correios, na avaliação dos integrantes da comissão parlamentar.
Responsável por saques que superam R$ 7 milhões das contas da SMPB e pela movimentação de recursos da agência de publicidade de Marcos Valério Fernandes de Souza, ela disse aos membros da CPI desconhecer a lista dos cinco maiores fornecedores da SMPB, não precisou quais seriam as aplicações financeiras da empresa, afirmou não saber o faturamento do negócio ou se foram remetidos recursos para o exterior.
Alan Marques/FI |
Simone Vasconcelos em depoimento à CPI |
Ela não informou quais os principais fornecedores da empresa, nem detalhes sobre o faturamento e ainda disse desconhecer os recibos das verbas repassadas ao PT, que teriam somado dezenas de milhões de reais nos últimos anos.
Simone disse ainda que nunca havia trabalhado na área de finanças antes de ela entrar na SMPB, em 1999.
Orquestração
O sub-relator da comissão, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), avaliou que há uma "orquestração" das defesas das pessoas ligadas a Marcos Valério e ao ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e uma "memória seletiva" que faria com que Simone Vasconcelos só revelasse fatos que não prejudicassem o dono da SMPB. "Ela não consegue identificar que recebeu os recursos e não pediu nenhum recibo. Isso é básico em qualquer lugar do mundo", disse.
A tese foi reforçada pelo relator da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR). "Estou decepcionado. Imagine se uma diretora do porte dela não sabia a origem e o destino dos recursos, os maiores fornecedores e o faturamento das empresas", afirmou.
A diretora da SMPB afirmou que não contava o dinheiro dos saques e que deixava a função para os funcionários do banco da onde sacava os recursos. Apenas sob sua responsabilidade direta, foram mais de R$ 7 milhões nos últimos dois anos, segundo apurou a CPI. Ela também negou que tenha utilizado malas para transportar dinheiro, mas somente "pequenos volumes" para transportar as verbas.
O deputado Carlos Abicalil (PT-MT) afirmou que a administração da SMPB tinha uma "estrutura primária", o que tornava difícil entender a dimensão que a agência tomou nos últimos anos. O que ficou visível no depoimento de Simone, até o momento, é que ela mantinha registros bastante simplificados para a gestão financeira de sua empresa.
Depois do depoimento de Vasconcelos, a CPI deve ouvir, se houver tempo hábil, o policial David Rodrigues Alves, responsável por saques que superam R$ 6,5 milhões, recursos destinados à empresa do publicitário Duda Mendonça. De acordo com Simone Vasconcelos, os recursos seriam usados para o pagamento de campanhas políticas feitas pela agência do publicitário.
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