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10/08/2005
-
09h25
MAURÍCIO SIMIONATO
da Agência Folha, em Indaiatuba
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu ontem, em carta enviada à presidência da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), ter "plena noção da gravidade" da crise política pela qual passa o país, motivada por uma série de acusações de corrupção que atingem o governo e parte de sua base de apoio.
A carta tem três páginas e chegou na manhã de ontem, via fax, às mãos do presidente da CNBB, cardeal Geraldo Majella Agnelo.
Datada de anteontem, a carta foi lida no plenário da 43ª Assembléia Geral da CNBB, que reúne cerca de 300 bispos do país e começou na manhã de ontem em Indaiatuba (102 km de São Paulo). A assembléia termina no próximo dia 17.
Mesmo antes de receber a carta do presidente, a CNBB havia decidido formular uma nota sobre a situação econômica do país. O texto será elaborado no decorrer da assembléia. Para alguns bispos, Lula sinaliza com a carta a tentativa de ganhar apoio da Igreja e evitar críticas contundentes durante a assembléia.
"Esta assembléia ocorre num momento muito particular do nosso país, em que uma crise política nos atinge fortemente. Quero, com toda a franqueza, afirmar-lhe que tenho plena noção da gravidade do processo que estamos vivendo e de como ele precisa ser superado para que o país retome sua vida normal de desenvolvimento e de inclusão social", diz um trecho da carta de Lula.
O presidente afirma ainda que "todos os erros e desvios" devem ser "apurados e punidos, doa a quem doer".
Lula ainda manda um recado a outras esferas de poder --no caso, Legislativo e Judiciário, responsáveis por investigações sobre acusações de corrupção. "Espero que os processos nas demais esferas de poder tenham um desfecho breve, maduro e conseqüente."
Trabalhador
Após ter sido chamado de "preguiçoso" pelo deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ), em um evento em São Paulo, o presidente afirmou na carta entregue à CNBB que continua com disposição de trabalhar, apesar da crise política. "Se a atual crise me entristece, ela, de maneira alguma, abate meu ânimo e minha disposição de trabalhar e governar."
Para o presidente Lula, o país passa atualmente por uma processo "purificador": "Tenho a esperança de que este seja um processo purificador para a vida política do país".
Lula também aproveitou para responder às críticas de que esteja antecipando a campanha eleitoral de 2006 com seus discursos e suas viagens para inauguração de obras pelo país. Para ele, as suas viagens têm sido interpretadas "maldosamente".
"Tenho envidado todos os esforços para que a crise política não paralise nosso governo e nosso país. O que tem sido interpretado, muitas vezes maldosamente, como antecipação de campanha eleitoral é justamente um empenho do governo."
Lula reafirmou ainda na carta que pretende continuar viajando pelo país. Ele já havia feito a declaração anteontem em seu programa quinzenal de rádio.
O presidente conclui a carta com uma crítica ao governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, sem citá-lo nominalmente. Ele diz ter criado 13 vezes mais postos de trabalho do que "no governo passado".
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da Agência Folha, em Indaiatuba
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu ontem, em carta enviada à presidência da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), ter "plena noção da gravidade" da crise política pela qual passa o país, motivada por uma série de acusações de corrupção que atingem o governo e parte de sua base de apoio.
A carta tem três páginas e chegou na manhã de ontem, via fax, às mãos do presidente da CNBB, cardeal Geraldo Majella Agnelo.
Datada de anteontem, a carta foi lida no plenário da 43ª Assembléia Geral da CNBB, que reúne cerca de 300 bispos do país e começou na manhã de ontem em Indaiatuba (102 km de São Paulo). A assembléia termina no próximo dia 17.
Mesmo antes de receber a carta do presidente, a CNBB havia decidido formular uma nota sobre a situação econômica do país. O texto será elaborado no decorrer da assembléia. Para alguns bispos, Lula sinaliza com a carta a tentativa de ganhar apoio da Igreja e evitar críticas contundentes durante a assembléia.
"Esta assembléia ocorre num momento muito particular do nosso país, em que uma crise política nos atinge fortemente. Quero, com toda a franqueza, afirmar-lhe que tenho plena noção da gravidade do processo que estamos vivendo e de como ele precisa ser superado para que o país retome sua vida normal de desenvolvimento e de inclusão social", diz um trecho da carta de Lula.
O presidente afirma ainda que "todos os erros e desvios" devem ser "apurados e punidos, doa a quem doer".
Lula ainda manda um recado a outras esferas de poder --no caso, Legislativo e Judiciário, responsáveis por investigações sobre acusações de corrupção. "Espero que os processos nas demais esferas de poder tenham um desfecho breve, maduro e conseqüente."
Trabalhador
Após ter sido chamado de "preguiçoso" pelo deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ), em um evento em São Paulo, o presidente afirmou na carta entregue à CNBB que continua com disposição de trabalhar, apesar da crise política. "Se a atual crise me entristece, ela, de maneira alguma, abate meu ânimo e minha disposição de trabalhar e governar."
Para o presidente Lula, o país passa atualmente por uma processo "purificador": "Tenho a esperança de que este seja um processo purificador para a vida política do país".
Lula também aproveitou para responder às críticas de que esteja antecipando a campanha eleitoral de 2006 com seus discursos e suas viagens para inauguração de obras pelo país. Para ele, as suas viagens têm sido interpretadas "maldosamente".
"Tenho envidado todos os esforços para que a crise política não paralise nosso governo e nosso país. O que tem sido interpretado, muitas vezes maldosamente, como antecipação de campanha eleitoral é justamente um empenho do governo."
Lula reafirmou ainda na carta que pretende continuar viajando pelo país. Ele já havia feito a declaração anteontem em seu programa quinzenal de rádio.
O presidente conclui a carta com uma crítica ao governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, sem citá-lo nominalmente. Ele diz ter criado 13 vezes mais postos de trabalho do que "no governo passado".
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