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24/08/2005
-
16h30
ERIKA ROESLER
LUCIA BAKOS
da Folha Online
O advogado Rogério Tadeu Buratti enviou nesta quarta-feira à CPI dos Bingos um atestado médico pedindo o adiamento de seu segundo depoimento até pelo menos o final do mês. Buratti está internado em uma clínica em São Paulo e está escoltado pela Polícia Federal para evitar que ele possa fugir. Buratti foi assessor do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, à época em que ele era prefeito de Ribeirão Preto (1993-1997).
O depoimento de Buratti estava marcado para esta quarta-feira, mas ontem o seu advogado, Roberto Lopes Telhada, esteve na comissão e pediu o adiamento da sessão para a próxima semana alegando que seu cliente está com problemas de saúde. Os integrantes da CPI não aceitaram e o ex-assessor de Palocci deveria comparecer para depor até amanhã.
De acordo com o atestado médico recebido pela presidência da comissão, Buratti apresenta quadro de ansiedade, alteração de comportamento, sintomas psicóticos e cardiovasculares --palpitação e sudorese-- e crise hipertensiva.
O atestado foi assinado pela cardiologista Regina Aparecida Magela, que afirma que é necessária uma reavaliação no final do mês.
A assessoria de imprensa do presidente da CPI dos Bingos, Efraim Morais (PFL-PB), informou que irá enviar uma junta médica para confirmar o estado de saúde de Buratti.
Buratti foi preso na última quarta-feira acusado de crime de lavagem de dinheiro e tentativa de destruição de documento, mas, na sexta-feira, prestou depoimento e foi liberado.
Durante o interrogatório divulgado pelo promotor Sebastião Sérgio da Silveira, do Gaerco (Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado), Buratti afirmou ao Ministério Público paulista que Palocci recebeu, entre os anos de 2001 e 2002, R$ 50 mil por mês para favorecer a empresa coletora de lixo Leão Leão em licitações da prefeitura da cidade.
O dinheiro pago a Palocci, segundo Buratti, seria depois repassado ao ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, que já admite ter montado um esquema de caixa dois para financiar campanhas políticas do partido.
Em entrevista coletiva neste domingo, o ministro negou as denúncias e disse que o contrato com a Leão Leão foi feito um ou dois anos antes de seu governo. Ele disse ainda que não recebeu e não autorizou que recebessem recursos para o diretório do PT ou para outras instâncias do partido durante seu período na prefeitura ou qualquer outro período.
Bingos
Buratti também é investigado no âmbito da CPI dos Bingos, que investiga a relação entre as casas de bingo e o crime organizado e as ações do ex-assessor da Casa Civil, Waldomiro Diniz, que foi presidente da Loterj (Loteria Estadual do Rio de Janeiro) e é acusado de tentar extorquir empresas ligadas ao ramo de jogos.
O advogado foi acusado de ter tentado extorquir R$ 6 milhões da Gtech para garantir para a empresa a concessão da exploração das loterias da CEF (Caixa Econômica Federal), um contrato no valor de R$ 650 milhões. Em seu primeiro depoimento à CPI dos Bingos, ocorrido dia 09 de agosto, Buratti negou que tenha sido responsável pelo pedido de propina a dirigentes da Gtech.
A contratação de uma empresa sua, a BBS Consultores Associados, teria sido imposta por Waldomiro Diniz, ex-assessor parlamentar do ministro José Dirceu, como condição para que a empresa de informática Gtech Brasil conseguisse a renovação do contrato.
A PF também pretende ouvir o advogado.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Rogério Tadeu Buratti
Leia o que já foi publicado sobre a CPI dos Bingos
Buratti envia atestado à CPI dos Bingos para escapar de depoimento
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LUCIA BAKOS
da Folha Online
O advogado Rogério Tadeu Buratti enviou nesta quarta-feira à CPI dos Bingos um atestado médico pedindo o adiamento de seu segundo depoimento até pelo menos o final do mês. Buratti está internado em uma clínica em São Paulo e está escoltado pela Polícia Federal para evitar que ele possa fugir. Buratti foi assessor do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, à época em que ele era prefeito de Ribeirão Preto (1993-1997).
O depoimento de Buratti estava marcado para esta quarta-feira, mas ontem o seu advogado, Roberto Lopes Telhada, esteve na comissão e pediu o adiamento da sessão para a próxima semana alegando que seu cliente está com problemas de saúde. Os integrantes da CPI não aceitaram e o ex-assessor de Palocci deveria comparecer para depor até amanhã.
Sérgio Lima/Folha Imagem |
O advogado e ex-assessor de Palocci, Rogério Tadeu Buratti |
O atestado foi assinado pela cardiologista Regina Aparecida Magela, que afirma que é necessária uma reavaliação no final do mês.
A assessoria de imprensa do presidente da CPI dos Bingos, Efraim Morais (PFL-PB), informou que irá enviar uma junta médica para confirmar o estado de saúde de Buratti.
Buratti foi preso na última quarta-feira acusado de crime de lavagem de dinheiro e tentativa de destruição de documento, mas, na sexta-feira, prestou depoimento e foi liberado.
Durante o interrogatório divulgado pelo promotor Sebastião Sérgio da Silveira, do Gaerco (Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado), Buratti afirmou ao Ministério Público paulista que Palocci recebeu, entre os anos de 2001 e 2002, R$ 50 mil por mês para favorecer a empresa coletora de lixo Leão Leão em licitações da prefeitura da cidade.
O dinheiro pago a Palocci, segundo Buratti, seria depois repassado ao ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, que já admite ter montado um esquema de caixa dois para financiar campanhas políticas do partido.
Em entrevista coletiva neste domingo, o ministro negou as denúncias e disse que o contrato com a Leão Leão foi feito um ou dois anos antes de seu governo. Ele disse ainda que não recebeu e não autorizou que recebessem recursos para o diretório do PT ou para outras instâncias do partido durante seu período na prefeitura ou qualquer outro período.
Bingos
Buratti também é investigado no âmbito da CPI dos Bingos, que investiga a relação entre as casas de bingo e o crime organizado e as ações do ex-assessor da Casa Civil, Waldomiro Diniz, que foi presidente da Loterj (Loteria Estadual do Rio de Janeiro) e é acusado de tentar extorquir empresas ligadas ao ramo de jogos.
O advogado foi acusado de ter tentado extorquir R$ 6 milhões da Gtech para garantir para a empresa a concessão da exploração das loterias da CEF (Caixa Econômica Federal), um contrato no valor de R$ 650 milhões. Em seu primeiro depoimento à CPI dos Bingos, ocorrido dia 09 de agosto, Buratti negou que tenha sido responsável pelo pedido de propina a dirigentes da Gtech.
A contratação de uma empresa sua, a BBS Consultores Associados, teria sido imposta por Waldomiro Diniz, ex-assessor parlamentar do ministro José Dirceu, como condição para que a empresa de informática Gtech Brasil conseguisse a renovação do contrato.
A PF também pretende ouvir o advogado.
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