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24/08/2005 - 17h40

Genro de Jefferson nega ser fiscal de esquema de corrupção

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FELIPE RECONDO
da Folha Online, em Brasília

O genro do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), Marcus Vinicius de Vasconcelos Ferreira, negou, em depoimento à CPI dos Correios, as acusações de que seria o "fiscalizador" do esquema de corrupção na estatal.

Ele também rejeitou a acusação de que, a pedido do IRB, representantes da corretora Assurê pediram R$ 400 mil ao ex-presidente do IRB Lídio Duarte para compor o caixa da legenda. "Isso não é verdade", respondeu às duas acusações.

Marcus Vinicius foi apontado pelo ex-chefe do departamento de Contratação e Administração de Materiais dos Correios, Maurício Marinho, em matéria veiculada pelo jornal "O Globo", de gerenciar o esquema de pedido de propina na estatal.

Hoje, o genro de Jefferson disse que se encontrou apenas duas vezes com Marinho nos últimos dois anos. Em uma das vezes, disse ter intermediado um interesse de um conhecido, de nome César. A conversa, de acordo com ele, não teria surtido efeito.

Marcus Vinicius admitiu ter intermediado outros dois encontros em empresas estatais --IRB e Correios. A primeira conversa ocorreu no IRB para tratar de um possível patrocínio para um amigo produtor musical. O outro encontro, nos Correios, trataria de um patrocínio para uma equipe de corrida de um amigo. Nenhum dos encontros foi bem sucedido e os patrocínios não foram concedidos, de acordo com ele.

No Ministério Público, o genro de Jefferson disse que esses encontros se restringiram a apenas dois e excluiu a reunião nos Correios para tratar do patrocínio à equipe de corrida de um amigo.

Integrante da família, Marcus Vinicius defendeu o sogro e a atitude de
Jefferson diante da crise e das acusações de corrupção. "A sensação que
tenho é que ele [Jefferson] sacrificou a vida e o mandato para que não
jogassem a caveira, o defunto da corrupção para ele", afirmou. "Me orgulho das atitudes do deputado Roberto Jefferson", acrescentou.

Mensalão

Marcus Vinicius disse ter ouvido, em reuniões da executiva do partido, o
ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia, e Jefferson falarem que integrantes da legenda não recebiam "mensalão".

De acordo com ele, o assunto era citado quando aumentavam as reclamações de parlamentares com a concessão de cargos e a liberação de emendas.

Apesar da conversa sobre o pagamento de mesadas, ele disse nunca ter escutado menções sobre supostos esquemas de corrupção nas estatais
administradas pelo PTB.

Briga política

O relator da comissão, Osmar Serraglio (PMDB-PR), disse, antes de iniciado o depoimento, que sua expectativa era de que Marcus Vinicius teria poucas informações a passar à CPI.

Sem limite de tempo para perguntar, o deputado fez a menor de suas inquirições desde o início dos trabalhos da comissão. Com respostas negativas a praticamente todas as indagações, Serraglio admitiu ter dificuldades para fazer perguntas ao depoente. Encerrou seus questionamentos com 42 minutos de sessão.

O deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA) criticou a base governista pelo agendamento do depoimento do genro de Jefferson para esta quarta-feira. "Foi uma birra política engendrada pela base governista nesta comissão", afirmou.

Em resposta, o também deputado Maurício Rands (PT-PE) argumentou que o pedido de convocação de Marcus Vinicius é de autoria da oposição, especificamente do deputado Pompeu de Matos (PDT-RS). O governista insinuou que a oposição quer proteger Jefferson.

Leia mais
  • Relator apresenta parecer sobre processo de cassação de Jefferson

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