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25/08/2005
-
20h40
FELIPE RECONDO
da Folha Online, em Brasília
O ex-chefe do Departamento de Contratação e Administração de Material dos Correios Maurício Marinho revelou ao Ministério Público não ser o "petequeiro" que o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) diz que é. A propina de R$ 3.000, flagrada em gravação, pivô da crise do governo Luiz Inácio Lula da Silva e motivo do apelido dado por Jefferson, é apenas uma amostra de uma série, segundo ele.
O pagamento de propinas, de acordo com Marinho, era corrente desde 2002, último ano do governo Fernando Henrique Cardoso. Um dos principais pagadores seria o Arthur Wascheck Neto e as empresas Polycart, Incomir, ELC/Starlok e Multiforma. Somente entre setembro de 2004 e abril de 2005, ele disse ter recebido R$ 20 mil. Os repasses seriam extensivos a seus superiores, ainda de acordo com Marinho.
O funcionário dos Correios afirmou, na série de dez depoimentos prestados ao Ministério Público entre 29 de junho e 19 de julho, que parte dos recursos que recebia, especialmente de Wascheck, referiam-se a "agrados". Outra parte referia-se a um percentual do faturamento médio trimestral das empresas que prestavam serviço aos Correios.
De acordo com Marinho, os pagamentos feitos por essas empresas ocorriam sem a presença de testemunhas e que os empresários pediam a ele, em troca, "empenho na promoção da venda de seus produtos". "Nesse sentido, a grande proposta concernia à venda do produto embutido no preço do serviço", declarou Marinho aos procuradores.
Wascheck, apontado como responsável pela contratação de material e pessoas para fazer a gravação, disse, em depoimento à CPI no dia 23 de junho, que nunca havia pago propina e afirmou que Marinho obtinha vantagens econômicas na execução dos contratos firmados com a empresa.
O empresário argumentou que a decisão de fazer a gravação teve como motivação as dificuldades que estaria enfrentando para vencer licitações por interferência de Marinho. "Eu senti que deveria tomar uma providência e a única providência plausível era provar para alguém, mostrar para alguém como as coisas estavam indo lá", disse Wascheck na ocasião.
A declaração é desmentida por Marinho. Em outubro de 2004, a empresa representada por Wascheck, por ordens do ex-diretor de Administração dos Correios Antônio Osório, tornou-se a única a fornecer envelopes cartonados e caixas de encomenda para a estatal. O contrato exclusivo termina apenas em setembro de 2006, conforme Marinho.
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Marinho admite propina nos Correios e diz que "agrados" acontecem desde 2002
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da Folha Online, em Brasília
O ex-chefe do Departamento de Contratação e Administração de Material dos Correios Maurício Marinho revelou ao Ministério Público não ser o "petequeiro" que o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) diz que é. A propina de R$ 3.000, flagrada em gravação, pivô da crise do governo Luiz Inácio Lula da Silva e motivo do apelido dado por Jefferson, é apenas uma amostra de uma série, segundo ele.
O pagamento de propinas, de acordo com Marinho, era corrente desde 2002, último ano do governo Fernando Henrique Cardoso. Um dos principais pagadores seria o Arthur Wascheck Neto e as empresas Polycart, Incomir, ELC/Starlok e Multiforma. Somente entre setembro de 2004 e abril de 2005, ele disse ter recebido R$ 20 mil. Os repasses seriam extensivos a seus superiores, ainda de acordo com Marinho.
O funcionário dos Correios afirmou, na série de dez depoimentos prestados ao Ministério Público entre 29 de junho e 19 de julho, que parte dos recursos que recebia, especialmente de Wascheck, referiam-se a "agrados". Outra parte referia-se a um percentual do faturamento médio trimestral das empresas que prestavam serviço aos Correios.
De acordo com Marinho, os pagamentos feitos por essas empresas ocorriam sem a presença de testemunhas e que os empresários pediam a ele, em troca, "empenho na promoção da venda de seus produtos". "Nesse sentido, a grande proposta concernia à venda do produto embutido no preço do serviço", declarou Marinho aos procuradores.
Wascheck, apontado como responsável pela contratação de material e pessoas para fazer a gravação, disse, em depoimento à CPI no dia 23 de junho, que nunca havia pago propina e afirmou que Marinho obtinha vantagens econômicas na execução dos contratos firmados com a empresa.
O empresário argumentou que a decisão de fazer a gravação teve como motivação as dificuldades que estaria enfrentando para vencer licitações por interferência de Marinho. "Eu senti que deveria tomar uma providência e a única providência plausível era provar para alguém, mostrar para alguém como as coisas estavam indo lá", disse Wascheck na ocasião.
A declaração é desmentida por Marinho. Em outubro de 2004, a empresa representada por Wascheck, por ordens do ex-diretor de Administração dos Correios Antônio Osório, tornou-se a única a fornecer envelopes cartonados e caixas de encomenda para a estatal. O contrato exclusivo termina apenas em setembro de 2006, conforme Marinho.
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