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09/11/2005
-
14h13
da Folha Online
O relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), recebeu um relatório da Receita Federal que confirma a existência de notas fiscais da agência de publicidade DNA que não foram contabilizadas, uma delas em nome da Visanet, no valor aproximado de R$ 6 milhões.
O Banco do Brasil tem 33% das ações da Visanet. A DNA tem como sócio o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, apontado como operador do suposto "mensalão".
O relator explicou que 27 notas foram examinadas pela Receita, escolhidas por amostragem entre aquelas que foram apreendidas pela polícia na região metropolitana de Belo Horizonte, em julho deste ano. Os documentos apreendidos estavam em tonéis para serem queimados.
Das 27 notas, 11 não estão registradas, sendo que dez são da Amazônia Celular e uma da Visanet. Segundo Serraglio, foi solicitado que as duas empresas apresentassem relação das notas fiscais emitidas pela DNA e nenhuma das 11 notas constam das listas.
Serraglio explicou que as notas foram emitidas pela filial da DNA em Rio Acima (MG), onde estão registradas. O relator afirmou ainda que não existem documentos contábeis da DNA referentes aos anos de 1998 a 2002.
Segundo ele, o livro da empresa foi registrado em 16 de setembro deste ano. Para o deputado, há um forte indício de que a empresa recebe dinheiro por trabalhos não prestados e apresenta notas frias.
Visanet
Na semana passada, Serraglio afirmou que a Visanet teria feito repasses para o empresário Marcos Valério. No total, foram dois repasses: o primeiro de R$ 35 milhões e o segundo de R$ 23,3 milhões.
A SMPB, de Marcos Valério, tem um contrato com o Banco do Brasil e a conta de publicidade inclui a conta Visanet.
Pelo suposto esquema, a Visanet pagava Valério por serviços de publicidade "em valores injustificáveis", de acordo com o relator.
O dinheiro era investido pelo empresário no Banco Rural e no BMG (Banco de Minas Gerais). Esse dinheiro, posteriormente, seria destinado ao PT por meio dos empréstimos anunciados pelo ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e pelo próprio Valério.
Na ocasião, o Banco do Brasil repudiou, em nota, a conclusão anunciada pela CPI. "O Banco do Brasil repudia a tese, baseada unicamente em ilações, de que, premeditadamente, transferiu recursos do fundo para a agência DNA e que esses recursos, por uma operação de transferência bancária, teriam sido transferidos para outro banco e daí beneficiado quem quer que seja", diz o documento.
Documentos
O advogado de Marcos Valério, Paulo Sérgio Abreu e Silva, entregou hoje às CPI dos Correios e do Mensalão documentos que contrariam a versão de que a DNA deveria R$ 9 milhões ao Banco do Brasil.
Pela versão de Valério, a situação seria inversa: o Banco do Brasil deveria R$ 12 milhões à DNA. Descontados os R$ 9 milhões contestados pela CPI e pelo BB, sobrariam R$ 3 milhões, dinheiro que Valério deve reclamar à Justiça.
Com Agência Câmara
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O relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), recebeu um relatório da Receita Federal que confirma a existência de notas fiscais da agência de publicidade DNA que não foram contabilizadas, uma delas em nome da Visanet, no valor aproximado de R$ 6 milhões.
O Banco do Brasil tem 33% das ações da Visanet. A DNA tem como sócio o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, apontado como operador do suposto "mensalão".
O relator explicou que 27 notas foram examinadas pela Receita, escolhidas por amostragem entre aquelas que foram apreendidas pela polícia na região metropolitana de Belo Horizonte, em julho deste ano. Os documentos apreendidos estavam em tonéis para serem queimados.
Das 27 notas, 11 não estão registradas, sendo que dez são da Amazônia Celular e uma da Visanet. Segundo Serraglio, foi solicitado que as duas empresas apresentassem relação das notas fiscais emitidas pela DNA e nenhuma das 11 notas constam das listas.
Serraglio explicou que as notas foram emitidas pela filial da DNA em Rio Acima (MG), onde estão registradas. O relator afirmou ainda que não existem documentos contábeis da DNA referentes aos anos de 1998 a 2002.
Segundo ele, o livro da empresa foi registrado em 16 de setembro deste ano. Para o deputado, há um forte indício de que a empresa recebe dinheiro por trabalhos não prestados e apresenta notas frias.
Visanet
Na semana passada, Serraglio afirmou que a Visanet teria feito repasses para o empresário Marcos Valério. No total, foram dois repasses: o primeiro de R$ 35 milhões e o segundo de R$ 23,3 milhões.
A SMPB, de Marcos Valério, tem um contrato com o Banco do Brasil e a conta de publicidade inclui a conta Visanet.
Pelo suposto esquema, a Visanet pagava Valério por serviços de publicidade "em valores injustificáveis", de acordo com o relator.
O dinheiro era investido pelo empresário no Banco Rural e no BMG (Banco de Minas Gerais). Esse dinheiro, posteriormente, seria destinado ao PT por meio dos empréstimos anunciados pelo ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e pelo próprio Valério.
Na ocasião, o Banco do Brasil repudiou, em nota, a conclusão anunciada pela CPI. "O Banco do Brasil repudia a tese, baseada unicamente em ilações, de que, premeditadamente, transferiu recursos do fundo para a agência DNA e que esses recursos, por uma operação de transferência bancária, teriam sido transferidos para outro banco e daí beneficiado quem quer que seja", diz o documento.
Documentos
O advogado de Marcos Valério, Paulo Sérgio Abreu e Silva, entregou hoje às CPI dos Correios e do Mensalão documentos que contrariam a versão de que a DNA deveria R$ 9 milhões ao Banco do Brasil.
Pela versão de Valério, a situação seria inversa: o Banco do Brasil deveria R$ 12 milhões à DNA. Descontados os R$ 9 milhões contestados pela CPI e pelo BB, sobrariam R$ 3 milhões, dinheiro que Valério deve reclamar à Justiça.
Com Agência Câmara
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