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10/11/2005
-
17h12
ROSE ANE SILVEIRA
da Folha Online, em Brasília
Em depoimento à CPI dos Bingos, o advogado Rogério Buratti disse ter "certeza" de que o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, sabia que empresários ligados a casas de bingos doaram R$ 1 milhão para a campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele não confirmou que foram os angolanos citados pela Folha de S.Paulo na última segunda-feira. Disse saber apenas que eram empresários ligados ao setor.
Em menos de três horas de depoimento, Buratti não trouxe novidades na avaliação dos integrantes da comissão. Repetiu parte das informações que já tinha prestado em depoimentos anteriores à CPI e ao Ministério Público e voltou a falar sobre a doação dos bingos à campanha de Lula.
"O dinheiro dos bingos, o Palocci sabia. O José Dirceu, eu não sei. Devia saber. O presidente Lula, pelo montante, deveria saber também", declarou Buratti, que foi assessor de Palocci em sua primeira gestão na Prefeitura de Ribeirão Preto.
Na última segunda-feira, a comissão apurou a informação de que o empresário Roberto Carlos Kurzweil seria o responsável pela captação de parte dos recursos da campanha Lula em 2002, em nome de Palocci, então prefeito de Ribeirão Preto.
O depoimento, sigiloso, foi de uma testemunha, ligada ao PT, que coloca Kurzweil no papel de um "Renato Granado" paulista --uma referência ao suposto arrecadador de dinheiro dos bingos no Rio de Janeiro.
De acordo com essa testemunha, o empresário teria conseguido doação de R$ 1 milhão de dois empresários angolanos, donos de bingos em São Paulo. O acerto da doação ocorreu num jantar promovido por Kurzweil em Ribeirão Preto, no qual Palocci teria recebido os empresários angolanos.
O valor da doação coincide com o apontado pelo advogado Rogério Tadeu Buratti em depoimento anterior à CPI dos Bingos em agosto deste ano. O que difere é o nome do "operador". Na época, Buratti apontou o ex-secretário da Fazenda de Palocci na Prefeitura de Ribeirão Ralf Barquete Santos --que morreu no ano passado, de câncer --como o responsável pela captação. Nessa nova versão, o trabalho de Barquete seria apenas coletar o dinheiro para ser entregue ao então tesoureiro do PT, Delúbio Soares.
"República de Ribeirão Preto
Ainda na sessão de hoje, Buratti detalhou novamente como funcionava a casa de Vladimir Poleto em Brasília, local que ele chamava de casa de negócios e que foi apelidada pelos integrantes da CPI dos Bingos de "sede da república de Ribeirão Preto".
Buratti confirmou que freqüentava a casa juntamente com Barquete, também ex-assessor do ministro da Fazenda, e Ademirson Ariovaldo da Silva, assessor especial de Palocci. Ele negou, no entanto, ter visto ou ter tido informações de que o ministro freqüentasse o local.
"O Ademirson freqüentava a casa no período noturno, era uma central de negócios alugada pelo Vladimir porque ele teve a expectativa de ingressar no governo federal. Ele não conseguiu", disse ele.
Segundo Buratti, Poleto montou na casa um negócio. "Era uma forma de abrigar empresas sem escritório em Brasília para ter um ponto de apoio", afirmou, acrescentando nunca ter visto nenhum empresário angolano.
Buratti encerrou seu depoimento negando que tenha utilizado o então secretário-geral do PT Silvio Pereira para intermediar negócios ou que tenha mantido contato com membros da comitiva de Lula enquanto esteve em Portugal e na Espanha em 2003.
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da Folha Online, em Brasília
Em depoimento à CPI dos Bingos, o advogado Rogério Buratti disse ter "certeza" de que o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, sabia que empresários ligados a casas de bingos doaram R$ 1 milhão para a campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele não confirmou que foram os angolanos citados pela Folha de S.Paulo na última segunda-feira. Disse saber apenas que eram empresários ligados ao setor.
Em menos de três horas de depoimento, Buratti não trouxe novidades na avaliação dos integrantes da comissão. Repetiu parte das informações que já tinha prestado em depoimentos anteriores à CPI e ao Ministério Público e voltou a falar sobre a doação dos bingos à campanha de Lula.
"O dinheiro dos bingos, o Palocci sabia. O José Dirceu, eu não sei. Devia saber. O presidente Lula, pelo montante, deveria saber também", declarou Buratti, que foi assessor de Palocci em sua primeira gestão na Prefeitura de Ribeirão Preto.
Na última segunda-feira, a comissão apurou a informação de que o empresário Roberto Carlos Kurzweil seria o responsável pela captação de parte dos recursos da campanha Lula em 2002, em nome de Palocci, então prefeito de Ribeirão Preto.
O depoimento, sigiloso, foi de uma testemunha, ligada ao PT, que coloca Kurzweil no papel de um "Renato Granado" paulista --uma referência ao suposto arrecadador de dinheiro dos bingos no Rio de Janeiro.
De acordo com essa testemunha, o empresário teria conseguido doação de R$ 1 milhão de dois empresários angolanos, donos de bingos em São Paulo. O acerto da doação ocorreu num jantar promovido por Kurzweil em Ribeirão Preto, no qual Palocci teria recebido os empresários angolanos.
O valor da doação coincide com o apontado pelo advogado Rogério Tadeu Buratti em depoimento anterior à CPI dos Bingos em agosto deste ano. O que difere é o nome do "operador". Na época, Buratti apontou o ex-secretário da Fazenda de Palocci na Prefeitura de Ribeirão Ralf Barquete Santos --que morreu no ano passado, de câncer --como o responsável pela captação. Nessa nova versão, o trabalho de Barquete seria apenas coletar o dinheiro para ser entregue ao então tesoureiro do PT, Delúbio Soares.
"República de Ribeirão Preto
Ainda na sessão de hoje, Buratti detalhou novamente como funcionava a casa de Vladimir Poleto em Brasília, local que ele chamava de casa de negócios e que foi apelidada pelos integrantes da CPI dos Bingos de "sede da república de Ribeirão Preto".
Buratti confirmou que freqüentava a casa juntamente com Barquete, também ex-assessor do ministro da Fazenda, e Ademirson Ariovaldo da Silva, assessor especial de Palocci. Ele negou, no entanto, ter visto ou ter tido informações de que o ministro freqüentasse o local.
"O Ademirson freqüentava a casa no período noturno, era uma central de negócios alugada pelo Vladimir porque ele teve a expectativa de ingressar no governo federal. Ele não conseguiu", disse ele.
Segundo Buratti, Poleto montou na casa um negócio. "Era uma forma de abrigar empresas sem escritório em Brasília para ter um ponto de apoio", afirmou, acrescentando nunca ter visto nenhum empresário angolano.
Buratti encerrou seu depoimento negando que tenha utilizado o então secretário-geral do PT Silvio Pereira para intermediar negócios ou que tenha mantido contato com membros da comitiva de Lula enquanto esteve em Portugal e na Espanha em 2003.
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