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13/12/2005
-
10h42
JANAINA LAGE
da Folha Online, no Rio
A maioria da população indígena segue a religião católica, mas o percentual de fiéis desta religião perdeu força na década de 1990, revela a pesquisa sobre tendências demográficas da população indígena com base nos resultados dos censos 1991 e 2000, divulgada hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A proporção de indígenas católicos apostólicos romanos em 2000 atinge 58,9% da população, mas é inferior aos 64,3% verificados em 1991. "Este comportamento de redução no percentual de católicos apostólicos romanos segue o padrão nacional, o que indicaria que em décadas anteriores a presença das missões religiosas tenha influenciado em muito a cultura indígena tradicional", afirma a pesquisa.
A investigação da religião nos censos brasileiros consiste numa única pergunta: "Qual é a sua religião ou culto?". O restante das declarações, 41,1%, mostra uma proporão de 20% de evangélicos e 14,4% que se declararam sem religião. Entre os 6,7% restantes estariam além de outras religiões, como espíritas, umbanda e candomblé, as chamadas "tradições indígenas", que representam somente 1,4% da população indígena.
A análise comparativa dos dois censos mostra o crescimento dos evangélicos, principalmente os de origem pentecostal (em 1991, 7,7%, e em 2000, 11,9%) e no conjunto das outras religiões o crescimento dos declarados espíritas, de 0,3% em 1991 para 0,8% em 2000.
De um modo geral, as maiores concentrações de evangélicos para a população como um todo estão no extremo norte do país e para os indígenas, excetuando a região Nordeste, que apresenta proporção de evangélicos de 12,7%, as demais regiões oscilaram entre 21,9%, na região Centro-Oeste, e 22,5% na região Sul.
O IBGE destaca que a religião de muitos povos indígenas no Brasil não está estruturada em igrejas e ou aparatos com autonomia institucional, o que constitui a informação mais usualmente captada pelos levantamentos censitários no país. O que se entende por religião está associado para os povos indígenas aos mitos e crenças, a narrativas de acontecimentos que explicam o mundo em que vivem.
Nesse sentido, respostas como sem religião ou sem declaração podem sugerir uma não-associação do que é entendido como religião formal. "Isto se deve ao fato de que muitas iniciativas missionárias, ao longo de sua atuação junto aos povos indígenas, se opuseram à aceitação de que seus mitos e crenças tradicionais não constituíam uma religião, com o intuito de convertê-los", afirma a pesquisa.
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da Folha Online, no Rio
A maioria da população indígena segue a religião católica, mas o percentual de fiéis desta religião perdeu força na década de 1990, revela a pesquisa sobre tendências demográficas da população indígena com base nos resultados dos censos 1991 e 2000, divulgada hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A proporção de indígenas católicos apostólicos romanos em 2000 atinge 58,9% da população, mas é inferior aos 64,3% verificados em 1991. "Este comportamento de redução no percentual de católicos apostólicos romanos segue o padrão nacional, o que indicaria que em décadas anteriores a presença das missões religiosas tenha influenciado em muito a cultura indígena tradicional", afirma a pesquisa.
A investigação da religião nos censos brasileiros consiste numa única pergunta: "Qual é a sua religião ou culto?". O restante das declarações, 41,1%, mostra uma proporão de 20% de evangélicos e 14,4% que se declararam sem religião. Entre os 6,7% restantes estariam além de outras religiões, como espíritas, umbanda e candomblé, as chamadas "tradições indígenas", que representam somente 1,4% da população indígena.
A análise comparativa dos dois censos mostra o crescimento dos evangélicos, principalmente os de origem pentecostal (em 1991, 7,7%, e em 2000, 11,9%) e no conjunto das outras religiões o crescimento dos declarados espíritas, de 0,3% em 1991 para 0,8% em 2000.
De um modo geral, as maiores concentrações de evangélicos para a população como um todo estão no extremo norte do país e para os indígenas, excetuando a região Nordeste, que apresenta proporção de evangélicos de 12,7%, as demais regiões oscilaram entre 21,9%, na região Centro-Oeste, e 22,5% na região Sul.
O IBGE destaca que a religião de muitos povos indígenas no Brasil não está estruturada em igrejas e ou aparatos com autonomia institucional, o que constitui a informação mais usualmente captada pelos levantamentos censitários no país. O que se entende por religião está associado para os povos indígenas aos mitos e crenças, a narrativas de acontecimentos que explicam o mundo em que vivem.
Nesse sentido, respostas como sem religião ou sem declaração podem sugerir uma não-associação do que é entendido como religião formal. "Isto se deve ao fato de que muitas iniciativas missionárias, ao longo de sua atuação junto aos povos indígenas, se opuseram à aceitação de que seus mitos e crenças tradicionais não constituíam uma religião, com o intuito de convertê-los", afirma a pesquisa.
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