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24/01/2006
-
12h56
ROSE ANE SILVEIRA
da Folha Online, em Brasília
O legista Paulo Vasques afirmou nesta terça-feira à CPI dos Bingos que o prefeito de Santo André Celso Daniel, assassinado em janeiro de 2002, foi torturado antes de morrer. "Houve sinais claros de tortura. Eu e o doutor [Carlos] Delmonte [outro legista, morto em outubro do ano passado] tivemos convicção de que houve tortura. Houve um tiro de esculacho na boca e queimaduras nas costas que comprovam a tortura. Este tipo de execução não é comum", afirmou.
À CPI, Vasques sustentou a tese de que o crime foi encomendado. O legista afirmou ainda que o laudo preliminar de Delmonte, realizado ainda em janeiro de 2002, já constava a tortura.
Vasques também negou que Delmonte tenha se suicidado. Vasques, que foi um dos responsáveis pela autópsia, confirmou que o médico-legista estava em depressão, que deixou dois bilhetes, mas sustentou que a morte ocorreu porque ele se asfixiou devido a uma bronquite. Ele também descartou haver ligação entre a morte do legista e o caso Celso Daniel.
Em dezembro, a investigação da Polícia Civil sobre a morte do perito já havia descartado a possibilidade de morte natural ou homicídio.
O laudo do IML (Instituto Médico Legal), que demorou 70 dias para ficar pronto, é inconclusivo. Diz que Delmonte sofreu uma asfixia mecânica causada por excesso de secreção mucosa no canal respiratório, mas não conseguiu determinar a substância que teria provocado esse quadro.
Antes de morrer, Delmonte estava com a saúde debilitada por conta de uma broncopneumonia, o que explica a presença da mucosa.
O laudo do IML, produzido por 12 médicos, entre legistas, patologistas, toxicologistas e técnicos de laboratório, identificou a presença de três substâncias no corpo de Delmonte: lidocaína (anestésico local), Dormonid (sonífero) e propanolol (para doenças cardíacas).
Os legistas do IML disseram que essas três substâncias juntas, no entanto, não poderiam ter ocasionado a asfixia --elas foram encontradas em baixa quantidade.
Desmentido
O senador José Jorge (PFL-PE) afirmou que o depoimento de Vasques desmente declarações anteriores do deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), que acompanhou o caso Celso Daniel e sempre refutou a tese de tortura. "Fica provado que houve tortura. Espero que agora o deputado reconheça que o prefeito foi torturado", afirmou.
Com Folha de S.Paulo
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Legista diz que Celso Daniel foi torturado antes de morrer
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da Folha Online, em Brasília
O legista Paulo Vasques afirmou nesta terça-feira à CPI dos Bingos que o prefeito de Santo André Celso Daniel, assassinado em janeiro de 2002, foi torturado antes de morrer. "Houve sinais claros de tortura. Eu e o doutor [Carlos] Delmonte [outro legista, morto em outubro do ano passado] tivemos convicção de que houve tortura. Houve um tiro de esculacho na boca e queimaduras nas costas que comprovam a tortura. Este tipo de execução não é comum", afirmou.
À CPI, Vasques sustentou a tese de que o crime foi encomendado. O legista afirmou ainda que o laudo preliminar de Delmonte, realizado ainda em janeiro de 2002, já constava a tortura.
Vasques também negou que Delmonte tenha se suicidado. Vasques, que foi um dos responsáveis pela autópsia, confirmou que o médico-legista estava em depressão, que deixou dois bilhetes, mas sustentou que a morte ocorreu porque ele se asfixiou devido a uma bronquite. Ele também descartou haver ligação entre a morte do legista e o caso Celso Daniel.
Em dezembro, a investigação da Polícia Civil sobre a morte do perito já havia descartado a possibilidade de morte natural ou homicídio.
O laudo do IML (Instituto Médico Legal), que demorou 70 dias para ficar pronto, é inconclusivo. Diz que Delmonte sofreu uma asfixia mecânica causada por excesso de secreção mucosa no canal respiratório, mas não conseguiu determinar a substância que teria provocado esse quadro.
Antes de morrer, Delmonte estava com a saúde debilitada por conta de uma broncopneumonia, o que explica a presença da mucosa.
O laudo do IML, produzido por 12 médicos, entre legistas, patologistas, toxicologistas e técnicos de laboratório, identificou a presença de três substâncias no corpo de Delmonte: lidocaína (anestésico local), Dormonid (sonífero) e propanolol (para doenças cardíacas).
Os legistas do IML disseram que essas três substâncias juntas, no entanto, não poderiam ter ocasionado a asfixia --elas foram encontradas em baixa quantidade.
Desmentido
O senador José Jorge (PFL-PE) afirmou que o depoimento de Vasques desmente declarações anteriores do deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), que acompanhou o caso Celso Daniel e sempre refutou a tese de tortura. "Fica provado que houve tortura. Espero que agora o deputado reconheça que o prefeito foi torturado", afirmou.
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