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26/01/2006 - 12h07

Palocci nega doação de Cuba e contesta relatório sobre GTech

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FELIPE RECONDO
ANA PAULA RIBEIRO
da Folha Online, em Brasília

O ministro Antonio Palocci (Fazenda) voltou a negar nesta quinta-feira, em depoimento à CPI dos Bingos, que a campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha recebido doações de Cuba. Palocci também contestou o relatório parcial da comissão sobre o contrato firmado entre a GTech e a Caixa Econômica Federal.

Em outubro de 2005, a revista "Veja" publicou que Vladimir Poleto, assessor de Palocci na Prefeitura de Ribeirão Preto (SP) em 2001, afirmou ter transportado dólares vindo de Cuba para campanha petista em 2002. Poleto voltou atrás e negou.

"Desconheço [o transporte de dinheiro]. Tive a oportunidade de falar sobre isso na CAE [Comissão de Assuntos Econômicos]. Participei integralmente da campanha do presidente Lula. Não teve dinheiro de Cuba na campanha do presidente Lula. É um caso, para mim, fantasioso", declarou.

O ministro disse estranhar o caso porque seriam assessores dele que teriam transportado o dinheiro. "Eu não tinha nenhum relacionamento com as autoridades de Cuba."

Palocci afirmou ainda que Poleto nunca foi próximo a ele e que os dois nunca conversaram. "Pouco conheço o senhor Vladimir Poleto, nunca conversei com ele. Mas ele já foi transformado em um importante assessor meu", ironizou Palocci.

GTech

Palocci também negou as acusações de que tenha interferido nas negociações entre a GTech e a Caixa Econômica Federal para a renovação do contrato, em 2003. "Eu não acompanhei este caso, o indevido aqui não seria não interferir. O indevido seria interferir."

O ministro disse que cabe ao Ministério da Fazenda, junto com os órgãos ligados à pasta --Caixa Econômica e Banco do Brasil, por exemplo-- tratar de questões institucionais e de política econômica. "Mas não [cabe ao ministério interferir] no cotidiano e nos contratos."

Palocci defendeu os procedimentos da diretoria da Caixa e disse não haver nenhuma denúncia feita até o momento que possa comprometer a instituição. "Penso que a conduta da diretoria da Caixa foi exemplar. A Caixa não aditou o contrato porque quis, era fazê-lo ou suspender todas as loterias do país."

Ele também criticou o relatório parcial da comissão, que no último dia 18 pediu o indiciamento de Ademirson Ariovaldo da Silva, chefe-de-gabinete do ministro, por formação de quadrilha, corrupção passiva, improbidade administrativa e crime contra o procedimento licitatório; e do presidente da Caixa, Jorge Mattoso, por prevaricação, descumprimento da lei de licitações e improbidade administrativa.

Outros dois ex-presidentes da Caixa estão na lista de indiciamentos: Sérgio Cutolo e Emílio Carazzai, ambos pelas mesmas suspeitas de Jorge Mattoso; além de quatro diretores do banco: Eduardo de Almeida, Fernando Carneiro, Henrique Costábile e José Lindoso de Albuquerque. No total, os pedidos de indiciamento somam 37, sendo 34 pessoas físicas e três empresas.

"Não há nenhuma acusação formal contra o presidente da Caixa, seus diretores e ex-presidentes", declarou Palocci.

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