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02/02/2006 - 21h09

Duda diz ser "vítima política" em novo depoimento à PF

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da Agência Folha, em Salvador

Após um depoimento de quase cinco horas à Polícia Federal de Salvador, o publicitário Duda Mendonça disse nesta quinta-feira que é uma "vítima política em um ano eleitoral".

"Eu confirmei tudo o que já havia dito antes espontaneamente à CPMI [dos Correios] e à Polícia Federal. Neguei as falsas declarações que estão tentando imputar à minha pessoa", disse Duda.

"O Brasil inteiro já percebeu que eu estou me transformando numa vítima política em um ano eleitoral e eu confio na Justiça brasileira", afirmou. "Na hora da apuração dos verdadeiros fatos e das provas, as coisas vão ficar muito claras."

Conta no exterior

O publicitário negou que tivesse conta no exterior. Segundo ele, a única que ele tinha, a Dusseldorf, já havia sido encerrada no ano passado.

A CPMI dos Correios investiga a relação de Duda Mendonça --responsável pela campanha publicitária de Luiz Inácio Lula da Silva na disputa pela Presidência-- com um suposto caixa dois da campanha presidencial de 2002 e o esquema do "mensalão".

Nesta semana, três deputados federais foram aos Estados Unidos para tentar o acesso às contas do publicitário no exterior.

Na conta Dusseldorf, aberta nas Bahamas, o ex-marqueteiro do presidente Lula afirma ter depositado R$ 10,5 milhões que recebeu do PT pelos serviços prestados ao partido, em 2002.

O publicitário disse à comissão, em agosto do ano passado, ter recebido recursos de caixa dois do PT. Duda Mendonça também disse que abriu a conta Dusseldorf por orientação do publicitário mineiro Marcos Valério Fernandes de Souza, apontado pelo ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) como operador do "mensalão".

Mensalão

Acompanhado pelo advogado Hélio Santana, Duda Mendonça chegou hoje ao prédio da PF em Salvador às 10h. O publicitário entrou pela porta principal da instituição, diferentemente do que aconteceu no ano passado, em seu primeiro depoimento, quando ingressou pela garagem. À saída da PF, às 14h50, o marqueteiro disse que respondeu a todas as acusações que lhe foram feitas.

"Todas as acusações que foram feitas eu expliquei à Justiça e dei as minhas versões. Agora, acho que a Justiça vai julgar e vai apurar as provas verdadeiras e aí as coisas vão ficar mais claras."

Duda Mendonça também negou qualquer participação no esquema do "mensalão". "Eu não sou político, eu sou publicitário. Eu acho isso um absurdo. Isso é o meu trabalho."

Duda Mendonça disse também que a sua maior vontade, hoje, era estar no Rio Vermelho, bairro da orla de Salvador onde cerca de 200 mil pessoas, de acordo com estimativas da Polícia Militar, participaram dos festejos de Iemanjá.

"Eu adoraria ir ao Rio Vermelho a esta hora, mas, se eu for para o Rio Vermelho, vocês [jornalistas] vão estar todos lá para me fazer perguntas de novo. Então eu vou me privar, pela primeira vez, de ir à festa do Rio Vermelho."

Publicitário confirma versão

O delegado Pedro Ribeiro, que acompanhou o depoimento de Duda Mendonça, disse que o publicitário confirmou a versão anteriormente dada à PF.

Segundo o delegado, a investigação refere-se apenas à conta Dusseldorf, a única que foi oficialmente encaminhada para investigação da PF.

Sócia de Duda Mendonça, Zilmar Fernandes também prestou depoimento à PF ontem. Na saída, ela não falou com os jornalistas. "O depoimento da Zilmar foi na mesma linha do Duda Mendonça. Ela confirmou as declarações que havia nos dado", disse o delegado.

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