Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
03/03/2006 - 12h37

Alckmin ignora Serra, mantém pré-candidatura e critica Lula

Publicidade

TATHIANA BARBAR
da Folha Online

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, manteve hoje sua pré-candidatura à Presidência da República pelo PSDB. Apesar da intenção de Alckmin, a cúpula do PSDB e partidos aliados, como o PFL, preferem o prefeito de São Paulo, José Serra.

Ao contrário de Alckmin, que já marcou data para entregar o cargo --dia 31 deste mês--, Serra ainda não declarou publicamente se está disposto a abandonar a Prefeitura de São Paulo para disputar as eleições de outubro com o provável candidato petista à reeleição, Luiz Inácio Lula da Silva, que aparece com vantagem nas pesquisas de intenção de voto.

Alheio ao silêncio de Serra, Alckmin manteve seu discurso de pré-candidato do PSDB à Presidência. "Coloquei meu nome à disposição do partido e estou muito animado", disse ele.

Alckmin negou que esteja incomodado com o processo de escolha do candidato tucano à Presidência. "Cumpri todas as instâncias partidárias. Estou tranqüilo. Agora a decisão é do partido", disse.

O governador tucano negou que o partido já tenha escolhido seu candidato para as eleições presidenciais deste ano. "Em questão de dias, a situação deve ser resolvida [candidatura]. Para mim, não há novidade."

Parlamentares do PSDB ouvidos pela Folha disseram que o prazo máximo para a escolha do candidato do partido é o dia 10 --sexta-feira da próxima semana. Antes disso, na segunda-feira, a cúpula tucana terá a oportunidade de se reunir em São Paulo na homenagem do quinto aniversário de morte do ex-governador Mário Covas.

Alckmin, entretanto, negou que tenha marcado algum encontro com integrantes da cúpula tucana para este fim de semana. "Não tem nada marcado", respondeu ele quando perguntado se iria se encontrar com o presidente nacional do PSDB, Tasso Jereissati (CE).

"Continuo com a agenda oficial", informou. Amanhã, ele entregará obras em Ribeirão Preto e São José do Rio Preto. No domingo, Alckmin participa da cerimônia de construção do novo campus da Unicamp em Limeira.

Aparentando bom humor, Alckmin brincou com a foto publicada na primeira página da edição desta sexta da Folha, que mostra o governador tomando um gol. "Quero dizer uma coisa: essa bola não entrou", disse ele se referindo à foto.

Ele esteve hoje em Caieiras para inaugurar as obras de implantação do Programa de Revitalização dos Pólos de Articulação Metropolitana (Pró-Polos).

"Anti-Juscelino"

Alckmin manteve também o tom elevado das críticas à política do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Ele comparou Lula ao ex-presidente Juscelino Kubitschek, ao comentar as declarações do petista de que não tem pressa para o país crescer. "Fiquei extremamente impressionado, é o anti-Juscelino. Tudo que o Brasil precisa é pressa para tirar o atraso, para diminuir a pobreza, para fazer inclusão social."

Alckmin também criticou a falta de ousadia do governo federal para estimular o crescimento e promover a inclusão social. "O problema do governo é esse sentimento de que tudo pode ser deixado para amanhã."

Seguindo a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), que chamou o programa Bolsa-Família de "assistencialista", Alckmin criticou as políticas sociais do governo Lula. "Inclusão social não é possível sem emprego, renda e educação", disse ele.

Ontem, a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) defendeu o secretário-geral da CNBB, dom Odilo Pedro Scherer, que criticou a política econômica do governo Lula, dizendo que é preciso rever "os juros altos" porque o Brasil tem sido um "paraíso financeiro".

Serra

Reportagem publicada hoje pelo "O Globo" informa que Serra teria decidido aceitar disputar as eleições presidenciais deste ano pelo PSDB. A assessoria do prefeito, entretanto, informou que ainda não havia nenhuma decisão oficial sobre o assunto.

Integrantes da bancada tucana no Congresso disseram que ainda não sabiam nada sobre a possível decisão do prefeito.

O triunvirato tucano --formado por Jereissati, pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e pelo governador de Minas, Aécio Neves-- está fora de circulação. FHC está em Trancoso, Tasso descansa no interior do Ceará e Aécio viajou para o exterior.

O próprio Serra estaria recluso na Argentina, para onde viajou para analisar com calma o seu futuro político.

Leia mais
  • Alckmin diz que Lula é "anti-Juscelino"

    Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre as eleições 2006
  • Leia a cobertura completa sobre a crise em Brasília
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página