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03/03/2006 - 15h51

Alckmin diz que Lula é "anti-Juscelino"

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TATHIANA BARBAR
da Folha Online

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), criticou nesta sexta-feira as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que não tem pressa para o país crescer e o comparou ao ex-presidente Juscelino Kubitschek. "Fiquei extremamente impressionado, [o governo Lula] é o anti-Juscelino. Tudo que o Brasil precisa é pressa para tirar o atraso, para diminuir a pobreza, para fazer inclusão social", afirmou o governador.

O presidente Lula, que sempre cita em seus discursos a postura de Juscelino Kubitschek, afirmou em entrevista à revista britânica "The Economist" que não tem pressa "de fazer a economia decolar imediatamente". Lula ressaltou que sua principal preocupação é fazer com que o Brasil entre em um ciclo de crescimento sustentado e disse que o governo não deveria ficar deprimido com as críticas sobre o baixo crescimento da economia.

Alckmin também criticou a falta de ousadia do governo federal para estimular o crescimento e promover a inclusão social. "O problema do governo é esse sentimento de que tudo pode ser deixado para amanhã."

Seguindo a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), que chamou o programa Bolsa-Família de "assistencialista", Alckmin criticou as políticas sociais do governo Lula. "Inclusão social não é possível sem emprego, renda e educação", disse ele.

Ontem, a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) defendeu o secretário-geral da CNBB, dom Odilo Pedro Scherer, que criticou a política econômica do governo Lula, dizendo que é preciso rever "os juros altos" porque o Brasil tem sido um "paraíso financeiro".

Sucessão presidencial

O governador de São Paulo manteve hoje sua pré-candidatura à Presidência da República pelo PSDB. Apesar da intenção de Alckmin, a cúpula do PSDB e partidos aliados, como o PFL, preferem o prefeito de São Paulo, José Serra.

Ao contrário de Alckmin, que já marcou data para entregar o cargo --dia 31 deste mês--, Serra ainda não declarou publicamente se está disposto a abandonar a Prefeitura de São Paulo para disputar as eleições de outubro com o provável candidato petista à reeleição, Luiz Inácio Lula da Silva, que aparece com vantagem nas pesquisas de intenção de voto.

Alheio ao silêncio de Serra, Alckmin manteve seu discurso de pré-candidato do PSDB à Presidência. "Coloquei meu nome à disposição do partido e estou muito animado", disse ele.

Alckmin negou que esteja incomodado com o processo de escolha do candidato tucano à Presidência. "Cumpri todas as instâncias partidárias. Estou tranqüilo. Agora a decisão é do partido", disse.

O governador tucano negou que o partido já tenha escolhido seu candidato para as eleições presidenciais deste ano. "Em questão de dias, a situação deve ser resolvida [candidatura]. Para mim, não há novidade."

Parlamentares do PSDB ouvidos pela Folha disseram que o prazo máximo para a escolha do candidato do partido é o dia 10 --sexta-feira da próxima semana. Antes disso, na segunda-feira, a cúpula tucana terá a oportunidade de se reunir em São Paulo na homenagem do quinto aniversário de morte do ex-governador Mário Covas.

Alckmin, entretanto, negou que tenha marcado algum encontro com integrantes da cúpula tucana para este fim de semana. "Não tem nada marcado", respondeu ele quando perguntado se iria se encontrar com o presidente nacional do PSDB, Tasso Jereissati (CE).

"Continuo com a agenda oficial", informou. Amanhã, ele entregará obras em Ribeirão Preto e São José do Rio Preto. No domingo, Alckmin participa da cerimônia de construção do novo campus da Unicamp em Limeira.

O governador esteve hoje em Caieiras para inaugurar as obras de implantação do Programa de Revitalização dos Pólos de Articulação Metropolitana (Pró-Polos).

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