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08/03/2006
-
15h48
FELIPE RECONDO
da Folha Online, em Brasília
A CPI dos Bingos encontrou uma nova contradição no depoimento prestado pelo ministro Antonio Palocci (Fazenda). O motorista Francisco das Chagas da Costa afirmou ter visto o ministro em três ocasiões na casa alugada em Brasília pelos ex-assessores de Palocci na prefeitura de Ribeirão Preto Ralf Barquete, Rogério Buratti e Vladimir Poleto.
No depoimento prestado à comissão, Palocci disse nunca ter ido à casa, num bairro nobre de Brasília. "Não estive nenhuma vez", afirmou Palocci no depoimento datado de 26 de janeiro. O motorista não soube dizer como o ministro estava vestido, mas afirmou tê-lo visto três vezes durante o dia.
O senador Tião Viana (PT-AC), diante da contradição, telefonou para o ministro, que está em Londres. Na conversa, depois relatada pelo senador, o ministro teria reiterado a negativa.
Essa foi a segunda contradição encontrada no depoimento de Palocci. A primeira referia-se ao uso do avião do empresário José Roberto Colnaghi em julho de 2003 para um evento do PT. O transporte teria sido pago, de acordo com o ministro, pelo PT. Colnaghi, no entanto, negou que tenha recebido recursos para a viagem de Palocci. O ministro se viu obrigado a voltar atrás.
Bingueiros
O motorista, que serviu à casa alugada no Lago Sul em 2003 e 2004, afirmou ainda ter acompanhado empresários de bingos --Artur José Valente de Oliveira Caio e José Paulo Teixeira, conhecido como "Vadinho"-- no Ministério da Fazenda em Brasília.
A CPI investiga supostas doações de bingos para a campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fato denunciado pelo empresário Rogério Buratti. De acordo com o ex-assessor do ministro, Palocci sabia das doações. O ministro negou.
O senador Tião Viana alegou que à época das visitas dos bingueiros, o governo discutia a possibilidade de legalizar o jogo no Brasil. A visita, de acordo com ele, poderia ser para participar de uma reunião nesse sentido.
Chefão
Francisco das Chagas Costa relatou aos integrantes da CPI que, nas conversas entre Barquete, Poleto e Buratti, o ministro era chamado de "chefão" por eles.
Em uma ocasião, o motorista disse ter presenciado uma conversa em que os três falavam sobre a renovação do contrato entre a Caixa Econômica Federal e a Gtech, empresa de tecnologia que controlava os serviços de loteria.
Ao final do depoimento, Francisco das Chagas Costa chorou diante da pressão feita pelos senadores. E, ao contrário dos outros depoentes, teve de sair pela porta dos fundos, sem segurança.
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da Folha Online, em Brasília
A CPI dos Bingos encontrou uma nova contradição no depoimento prestado pelo ministro Antonio Palocci (Fazenda). O motorista Francisco das Chagas da Costa afirmou ter visto o ministro em três ocasiões na casa alugada em Brasília pelos ex-assessores de Palocci na prefeitura de Ribeirão Preto Ralf Barquete, Rogério Buratti e Vladimir Poleto.
No depoimento prestado à comissão, Palocci disse nunca ter ido à casa, num bairro nobre de Brasília. "Não estive nenhuma vez", afirmou Palocci no depoimento datado de 26 de janeiro. O motorista não soube dizer como o ministro estava vestido, mas afirmou tê-lo visto três vezes durante o dia.
O senador Tião Viana (PT-AC), diante da contradição, telefonou para o ministro, que está em Londres. Na conversa, depois relatada pelo senador, o ministro teria reiterado a negativa.
Essa foi a segunda contradição encontrada no depoimento de Palocci. A primeira referia-se ao uso do avião do empresário José Roberto Colnaghi em julho de 2003 para um evento do PT. O transporte teria sido pago, de acordo com o ministro, pelo PT. Colnaghi, no entanto, negou que tenha recebido recursos para a viagem de Palocci. O ministro se viu obrigado a voltar atrás.
Bingueiros
O motorista, que serviu à casa alugada no Lago Sul em 2003 e 2004, afirmou ainda ter acompanhado empresários de bingos --Artur José Valente de Oliveira Caio e José Paulo Teixeira, conhecido como "Vadinho"-- no Ministério da Fazenda em Brasília.
A CPI investiga supostas doações de bingos para a campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fato denunciado pelo empresário Rogério Buratti. De acordo com o ex-assessor do ministro, Palocci sabia das doações. O ministro negou.
O senador Tião Viana alegou que à época das visitas dos bingueiros, o governo discutia a possibilidade de legalizar o jogo no Brasil. A visita, de acordo com ele, poderia ser para participar de uma reunião nesse sentido.
Chefão
Francisco das Chagas Costa relatou aos integrantes da CPI que, nas conversas entre Barquete, Poleto e Buratti, o ministro era chamado de "chefão" por eles.
Em uma ocasião, o motorista disse ter presenciado uma conversa em que os três falavam sobre a renovação do contrato entre a Caixa Econômica Federal e a Gtech, empresa de tecnologia que controlava os serviços de loteria.
Ao final do depoimento, Francisco das Chagas Costa chorou diante da pressão feita pelos senadores. E, ao contrário dos outros depoentes, teve de sair pela porta dos fundos, sem segurança.
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