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28/03/2006 - 13h00

Bastos diz que Palocci será investigado pela PF

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PATRÍCIA ZIMMERMANN
da Folha Online, em Brasília

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, disse hoje que o ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda) será investigado pela quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa. O sigilo de Francenildo foi violado depois dele desmentir Palocci na CPI dos Bingos.

O caseiro disse que Palocci freqüentava a casa usada em Brasília por lobistas para fechar negócios suspeitos e realizar festas com prostitutas. Palocci negou ter ido à casa.

"Acho que ele precisa ser investigado e vai ser investigado. Democracia é isso", disse Bastos, que afirmou que o ex-ministro continua merecendo seu "apreço pessoal".

Apesar de defender a investigação, o ministro da Justiça fez questão de elogiar Palocci ao dizer que ele prestou grandes serviços à nação e foi um dos melhores ministros da Fazenda que o país já teve. Mas reconheceu que "dentro das circunstâncias, ele perdeu as condições políticas de continuar no governo".

Segundo o ministro da Justiça, o afastamento do ministro da Fazenda, alvo de denúncias e ataques da oposição, pode colocar um fim à crise, mas que o governo terá agora que "decompor" os acontecimentos com base nas investigações sobre o "ato ilícito" de quebra do sigilo bancário do caseiro, verificar o tamanho da crise e do envolvimento de pessoas do governo, dos autores do crime, e também a disputa política que se faz em torno do assunto.

Bastos evitou, no entanto, julgar o ex-presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Matoso e o ex-ministro Palocci. "Quem vai dizer isso é a apuração e a decisão judicial. Eu não vou me antecipar. Existe no Brasil um estado democrático de direito funcionando plenamente, e que tem que obedecer aos seus ritos."

Novo alvo

Questionado sobre o que pretende fazer diante da estratégia da oposição, que promete colocá-lo como alvo de seus ataques sob o argumento que ele teria informações sobre a quebra do sigilo, Bastos disse que a única ordem dada à PF no caso foi "investigar até o fim, investigar dentro das normas do processo", a exemplo de outras operações. Para se defender de possíveis ataques, ele disse apenas que irá "sair da frente".

Durante solenidade de comemoração dos 62 anos da Polícia Federal, o ministro da Justiça elogiou a atuação do órgão ao comentar que a PF não é uma polícia que atende aos interesses do governo, mas uma polícia de Estado, que visa o bem da nação.

"A Polícia Federal se transforma cada vez mais, a partir do que ela já era, em uma polícia de Estado, que não está aí para servir o governo. Não está aí nem para perseguir nem para proteger, trabalha em proveito do Estado brasileiro, impessoal e republicana, forte, firme, respeitadora mas implacável nas investigações."

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