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29/03/2006 - 11h08

Sem Palocci, futuro de Lula enfrenta "fortes incertezas", diz "El País"

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VINICIUS ALBUQUERQUE
da Folha Online

Com a saída de Antonio Palocci do ministério da Fazenda, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva entra em uma "grave crise política", e as acusações de corrupção que recaíram sobre Palocci podem atingir o próprio presidente, segundo reportagem do diário espanhol "El País".

"As próximas semanas poderão ser definitivas para o futuro do ex-metalúrgico que tantas esperanças despertou não só na América Latina como no mundo", diz o diário. A oposição hoje pressiona para que as investigações cheguem diretamente ao presidente Lula. "Ontem lhe pediram que renuncie a candidatar-se à reeleição e que forme um grupo de notáveis para acabar a legislatura; uma espécie de gabinete de crise", diz a reportagem.

Com o novo golpe na administração Lula, a oposição, "que há um mês havia perdido praticamente as esperanças de ganhar nas eleições de outubro", reage e tenta ganhar espaço com a queda de Palocci.

O jornal destaca a repercussão negativa do caso de violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa. Ele acusou Palocci de freqüentar uma casa em Brasília, que teria sido alugada por ex-assessores seus na Prefeitura de Ribeirão Preto, para encontros de lobistas e festas com garotas de programa. O caseiro passou então a ser acusado de ter recebido dinheiro ou ajuda de senadores para fazer as denúncias contra o ex-ministro.

"A opinião pública recebeu mal o assédio ao porteiro por parte da máquina do Estado. Lula deixou escapar a frase 'um simples porteiro', e a mãe de Francenildo, que confessou que ela e seu filho votaram nele, lembrou com certa tristeza que não devia esquecer que também ele foi 'um simples operário'", diz a reportagem.

O PT também representa hoje uma questão difícil para Lula, diz o jornal. "Lula demonstra cada dia mais um afastamento ostensivo do partido, mas ao mesmo tempo é prisioneiro dele, já que nem o PT é nada sem Lula nem Lula é nada sem o PT."

Lula tem a seu favor o carisma, que lhe dá livre trânsito tanto entre as camadas mais pobres como entre empresários e banqueiros, diz o "El País", além de uma "habilidade impressionante" para que as suspeitas de corrupção "não chegue até sua praia pessoal". "Defende seus colaboradores até o último momento, mas não duvida por um segundo em sacrificá-los --como fez com seus ministros José Dirceu e Palocci-- quando percebe que podem criar problemas para sua possível reeleição."

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