Publicidade
Publicidade
17/04/2006
-
21h08
FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Recife
Lavradores ligados ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) saquearam hoje dois caminhões carregados de massas e biscoitos.
O ataque ocorreu em São Lourenço da Mata (20 km de Recife, na região metropolitana da capital de Pernambuco), durante ação simultânea dos sem-terra, que resultou no bloqueio de sete rodovias no Estado.
Segundo a indústria Vitarella, proprietária dos veículos saqueados, os agricultores levaram cerca de seis toneladas de alimentos. Os caminhões transportavam, no total, 12 toneladas de produtos. A carga estava no seguro.
As manifestações ocorreram para lembrar os dez anos do massacre de Eldorado do Carajás (PA). De acordo com o MST, os agricultores protestaram ainda contra a "lentidão" no processo de reforma agrária e a "falta de comida" nos acampamentos.
Os protestos mobilizaram aproximadamente mil pessoas. Cerca de 300 participaram do saque.
A Polícia Rodoviária Federal acompanhou os atos com cerca de cem agentes e um helicóptero. Não houve confronto nem prisões.
As manifestações começaram às 8h, com o bloqueio simultâneo de cinco rodovias em sete pontos de tráfego intenso. Em alguns locais, os congestionamentos atingiram seis quilômetros.
Os sem-terra portavam bandeiras, foices e enxadas. Em São Lourenço da Mata, 19 crianças carregaram cruzes de madeira para simbolizar os mortos no conflito de Carajás. Os protestos duraram em média três horas.
O ataque aos caminhões aconteceu quando os sem-terra já se preparavam para liberar as pistas. Os lavradores cercaram os veículos e obrigaram os motoristas José Edson de Oliveira e Monzilio Rodrigues a abrir os baús.
Parte da carga foi retirada e transportada ao acampamento Chico Mendes, situado a 500 metros do local.
O coordenador nacional do MST Jaime Amorim disse que o saque foi uma operação de "recuperação de alimentos" e que, por isso, não considerava o ataque uma ação radical. "Foi um ato normal de trabalhadores que passam fome."
A Polícia Civil abriu inquérito e foi ao acampamento à tarde, mas não encontrou a carga. Os investigadores procuram um veículo supostamente usado para transferir os produtos de local.
Carne saqueada
Cerca de 200 sem-terra ligados à Fuvi (Famílias Unidas do Vale do Ivinhema) saquearam um caminhão carregado com 406 quilos de carne em Novo Horizonte do Sul (323 km de Campo Grande, MS).
O ataque, que ocorreu no sábado e foi divulgado hoje pela Polícia Militar, não teve ligação com os protestos pelos dez anos do massacre de Eldorado do Carajás.
Colaborou HUDSON CORRÊA, da Agência Folha, em Campo Grande
Leia mais
Veja quais são as ações do MST para relembrar o massacre de Carajás
MST saqueia caminhões, bloqueia estradas e promove ocupações pelo país
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o massacre de Eldorado do Carajás
Leia o que já foi publicado sobre Dorothy Stang
Sem-terra saqueiam seis toneladas em PE
Publicidade
da Agência Folha, em Recife
Lavradores ligados ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) saquearam hoje dois caminhões carregados de massas e biscoitos.
O ataque ocorreu em São Lourenço da Mata (20 km de Recife, na região metropolitana da capital de Pernambuco), durante ação simultânea dos sem-terra, que resultou no bloqueio de sete rodovias no Estado.
Segundo a indústria Vitarella, proprietária dos veículos saqueados, os agricultores levaram cerca de seis toneladas de alimentos. Os caminhões transportavam, no total, 12 toneladas de produtos. A carga estava no seguro.
As manifestações ocorreram para lembrar os dez anos do massacre de Eldorado do Carajás (PA). De acordo com o MST, os agricultores protestaram ainda contra a "lentidão" no processo de reforma agrária e a "falta de comida" nos acampamentos.
Os protestos mobilizaram aproximadamente mil pessoas. Cerca de 300 participaram do saque.
A Polícia Rodoviária Federal acompanhou os atos com cerca de cem agentes e um helicóptero. Não houve confronto nem prisões.
As manifestações começaram às 8h, com o bloqueio simultâneo de cinco rodovias em sete pontos de tráfego intenso. Em alguns locais, os congestionamentos atingiram seis quilômetros.
Os sem-terra portavam bandeiras, foices e enxadas. Em São Lourenço da Mata, 19 crianças carregaram cruzes de madeira para simbolizar os mortos no conflito de Carajás. Os protestos duraram em média três horas.
O ataque aos caminhões aconteceu quando os sem-terra já se preparavam para liberar as pistas. Os lavradores cercaram os veículos e obrigaram os motoristas José Edson de Oliveira e Monzilio Rodrigues a abrir os baús.
Parte da carga foi retirada e transportada ao acampamento Chico Mendes, situado a 500 metros do local.
O coordenador nacional do MST Jaime Amorim disse que o saque foi uma operação de "recuperação de alimentos" e que, por isso, não considerava o ataque uma ação radical. "Foi um ato normal de trabalhadores que passam fome."
A Polícia Civil abriu inquérito e foi ao acampamento à tarde, mas não encontrou a carga. Os investigadores procuram um veículo supostamente usado para transferir os produtos de local.
Carne saqueada
Cerca de 200 sem-terra ligados à Fuvi (Famílias Unidas do Vale do Ivinhema) saquearam um caminhão carregado com 406 quilos de carne em Novo Horizonte do Sul (323 km de Campo Grande, MS).
O ataque, que ocorreu no sábado e foi divulgado hoje pela Polícia Militar, não teve ligação com os protestos pelos dez anos do massacre de Eldorado do Carajás.
Colaborou HUDSON CORRÊA, da Agência Folha, em Campo Grande
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice