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10/09/2006 - 13h29

Comitês de presidenciáveis utilizam pesquisas para definir rumos da campanha

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DEISE DE OLIVEIRA
da Folha Online

Os comitês de campanha dos candidatos à Presidência contam com profissionais e empresas exclusivamente contratados para analisar os resultados das pesquisas eleitorais. Com base nos números apontados pelas pesquisas, os comitês podem mudar o direcionamento das campanhas, priorizar uma região do país em detrimento de outra, entre outras ações.

Para os responsáveis pela análise das pesquisas dentro dos partidos, os levantamentos funcionam como bússolas das campanhas.

No comitê do candidato Geraldo Alckmin (PSDB), as pesquisas orientam as ações políticas e "indicam em quais regiões do país o candidato está mais forte ou mais fraco, onde existe maior ou menor resistências à candidatura", diz Antonio Prado, o Paeco. A campanha tucana também utiliza pesquisas quantitativas e qualitativas.

A campanha à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por exemplo, trabalha com duas empresas de pesquisas: a Vox Populi, para levantamentos quantitativos, e a Criterium Consultoria, para qualitativos --como avaliação de programas eleitorais e peças publicitárias.

Segundo o coordenador de pesquisa da campanha à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Joaquim Soriano, os estudos permitem a avaliação abrangente da campanha, da disputa e dos adversários.

"É um instrumento de avaliação útil para orientação e definição estratégica, mas não é um oráculo", afirma Soriano.

Soriano, entretanto, alerta para o efeito indesejado que as pesquisas provocam para quem lidera os levantamentos. Segundo ele, a euforia que as pesquisas podem causar e o clima de "já ganhou" é motivo de preocupação para o comitê de campanha.

"É sempre importante lembrar os militantes que apesar do presidente Lula estar em situação confortável nas pesquisas, os adversários não precisam ganhar no primeiro turno, mas tirar um pedacinho para provocar o segundo", diz Soriano, apesar de reconhecer que "a campanha da reeleição esteja muito calma".

Por outro lado, Cristovam Buarque (PDT) e Heloísa Helena (PSOL), criticam em seus programas eleitorais os resultados das pesquisas.

"A Heloísa Helena tem especialização em Estatística e até por isso não acredita nos números das pesquisas. As pesquisas são um retrato do momento, mas os institutos não divulgam todos os questionários e dados", dispara Antonio Jacinto Índio, coordenador do comitê nacional da candidata do PSOL.

"A situação colocada pelas pesquisas é como se, antes do voto na urna, o Lula [Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT] já estivesse eleito. Reagimos à postura do 'já ganhou'. A pesquisa é um fator de orientação, mas não significa que os votos já estejam consolidados", diz Rubem Fonseca, coordenador da campanha de Cristovam Buarque.

Ansiedade

As equipes de pesquisa e análise de dados ajudam a atender as demandas dos próprios candidatos e dos adversários, além de confrontar e "amenizar o impacto" do resultado dos levantamentos divulgados pela mídia.

"O pessoal de pesquisa sabe o patamar em que o candidato se encontra. Mesmo assim, o momento em que os institutos divulgam os resultados de pesquisa é de ansiedade, já que a campanha fica sabendo destes resultados minutos antes da apresentação", diz Antonio Prado, da campanha tucana.

Embora afirme que o impacto das pesquisas no comitê de Heloísa Helena seja nulo, Antonio Jacinto Índio reclama do fato de saber do resultado só quando eles são divulgados pela imprensa.

"Temos acesso a todas informações porque buscamos as pesquisas no TSE [Tribunal Superior Eleitoral], mas só depois da divulgação dos dados, quando já não dá mais tempo para nada. É preciso ter uma legislação eleitoral que mude isso", reivindica Índio. Para ele, "a verdadeira pesquisa é feita na rua."

Rubem Fonseca, do PDT, reconhece nas pesquisas um efeito esmorecedor, quando não se está no topo nem há crescimento da campanha nas intenções de voto. "Em política, você acredita nas suas forças, em suas propostas. Acreditamos que estamos no caminho certo e em nossa bandeira pela educação. Se o eleitor não está entendendo assim, é uma questão de tempo", diz.

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