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08/09/2006
-
14h56
CLARICE SPITZ
da Folha Online, no Rio de Janeiro
O presidente e candidato à reeleição Luiz Inácio Lula da Silva (PT) procurou rebater hoje parte das críticas feitas em carta aberta pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que afirmou faltar "condições morais" para o petista. O tucano também disse que Lula transformou os programas federais de assistência social de "direito do cidadão" em "benesse do papai-presidente".
Lula afirmou que alguns setores da sociedade ficam "incomodados" pelo volume de recursos destinados aos programas sociais em seu governo. "Tem gente achando até que pobre não pode votar porque sabe que vai votar em mim", disse ele.
"Saímos de R$ 7 bilhões, que se gastavam com políticas sociais nesse país, para R$ 23 bilhões. [Tem gente que acha] que tem muito mais coisa para se fazer do que cuidar de pobre. Eu acho que não tem nada mais sagrado que um governo gastar com seus filhos", disse ele, em ato onde recebeu apoio formal de uma associação de pastores e bispos da Assembléia de Deus, maior igreja evangélica do país.
Lula comparou o tratamento que o governo deve dar aos mais pobres, em sua opinião, ao tratamento que uma mãe deve dispensar aos seus filhos. "Essa é uma lição de vida que a gente não aprende na universidade e nem no curso de pós-gradução no Brasil ou no exterior", afirmou ele.
O presidente afirmou que, em um eventual segundo mandato, vai manter a política de gastos sociais, "incomodando as pessoas que vocês sabem que nós incomodamos".
Evangélicos
O presidente relembrou sua relação com os evangélicos e aproveitou para fazer uma crítica indireta a seu antecessor no Planalto.
Segundo Lula, havia um presidente, "eleito com o apoio dos evangélicos", mas que tinha vergonha dessa relação e que somente se reunia com os religiosos "à noite".
"Tem gente que tem vergonha. Estudou tanto, que acha que estar do lado de evangélico é atraso", disse ele, numa provável referência ao fato do ex-presidente FHC ter doutorado.
"Eu aprendi uma coisa com minha mãe. Relação de amizade é uma coisa sagrada. A gente aprende a conhecer um homem e uma mulher não apenas pelo que ela fala. É olho no olho. Nada diz mais verdade do que o olhar de um ser humano", afirmou ele.
O presidente Lula pode unificar o apoio dos líderes da Assembléia de Deus, hoje divididos em pelo menos duas associações: a Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil, que em princípio apóia o PSDB, e a Convenção Nacional das Assembléias de Deus - Ministério Madureira, do qual recebeu apoio formal hoje no Rio de Janeiro.
A Convenção Geral já sinalizou que pode retirar seu apoio ao candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin.
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Lula rebate críticas de FHC sobre gastos sociais
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da Folha Online, no Rio de Janeiro
O presidente e candidato à reeleição Luiz Inácio Lula da Silva (PT) procurou rebater hoje parte das críticas feitas em carta aberta pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que afirmou faltar "condições morais" para o petista. O tucano também disse que Lula transformou os programas federais de assistência social de "direito do cidadão" em "benesse do papai-presidente".
Lula afirmou que alguns setores da sociedade ficam "incomodados" pelo volume de recursos destinados aos programas sociais em seu governo. "Tem gente achando até que pobre não pode votar porque sabe que vai votar em mim", disse ele.
"Saímos de R$ 7 bilhões, que se gastavam com políticas sociais nesse país, para R$ 23 bilhões. [Tem gente que acha] que tem muito mais coisa para se fazer do que cuidar de pobre. Eu acho que não tem nada mais sagrado que um governo gastar com seus filhos", disse ele, em ato onde recebeu apoio formal de uma associação de pastores e bispos da Assembléia de Deus, maior igreja evangélica do país.
Lula comparou o tratamento que o governo deve dar aos mais pobres, em sua opinião, ao tratamento que uma mãe deve dispensar aos seus filhos. "Essa é uma lição de vida que a gente não aprende na universidade e nem no curso de pós-gradução no Brasil ou no exterior", afirmou ele.
O presidente afirmou que, em um eventual segundo mandato, vai manter a política de gastos sociais, "incomodando as pessoas que vocês sabem que nós incomodamos".
Evangélicos
O presidente relembrou sua relação com os evangélicos e aproveitou para fazer uma crítica indireta a seu antecessor no Planalto.
Segundo Lula, havia um presidente, "eleito com o apoio dos evangélicos", mas que tinha vergonha dessa relação e que somente se reunia com os religiosos "à noite".
"Tem gente que tem vergonha. Estudou tanto, que acha que estar do lado de evangélico é atraso", disse ele, numa provável referência ao fato do ex-presidente FHC ter doutorado.
"Eu aprendi uma coisa com minha mãe. Relação de amizade é uma coisa sagrada. A gente aprende a conhecer um homem e uma mulher não apenas pelo que ela fala. É olho no olho. Nada diz mais verdade do que o olhar de um ser humano", afirmou ele.
O presidente Lula pode unificar o apoio dos líderes da Assembléia de Deus, hoje divididos em pelo menos duas associações: a Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil, que em princípio apóia o PSDB, e a Convenção Nacional das Assembléias de Deus - Ministério Madureira, do qual recebeu apoio formal hoje no Rio de Janeiro.
A Convenção Geral já sinalizou que pode retirar seu apoio ao candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin.
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