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09/09/2006 - 15h35

Serra discorda de tucanato e chama carta de FHC de "positiva"

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da Folha Online

O candidato ao governo de São Paulo pelo PSDB, José Serra, disse em campanha na Praia Grande (litoral de São Paulo), que a carta do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é positiva para o presidenciável Geraldo Alckmin, e que não há crise na campanha.

O comando da campanha de Alckmin, contudo, discorda de Serra e enxergou, na carta do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, um gesto que aponta para o cenário político pós-2006 e que, nas entrelinhas, rifa o tucano da disputa presidencial em curso, dando como praticamente certa a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já no primeiro turno.

Apesar de FHC ter dedicado elogios a Alckmin e atacado duramente a gestão Lula, a Carta aos Eleitores do PSDB abriu nova crise na campanha do ex-governador, 24 pontos atrás do petista, segundo pesquisa Datafolha desta semana.

Sobre o possível efeito negativo que a carta pode ter tido na candidatura de Alckmin, José Serra disse que isso era apenas especulação "e que não viu ninguém de nome dizer isso". "A carta é boa porque mostra os aspectos essenciais do governo Lula e as diferenças dele com os candidatos e dirigentes do PSDB, inclusive entre Alckmin e Lula, o que é muito positivo para o Alckmin".

Sobre os comentários acerca do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), Serra disse que FHC "defendeu" o político. O ex-presidente disse na carta que o partido errou ao "tapar o sol com a peneira" em relação a Azeredo.

O senador, que presidiu o PSDB até 2005, foi acusado de praticar caixa dois na campanha de 1998, com a ajuda de Marcos Valério de Souza, envolvido depois no escândalo do mensalão. Azeredo afirmou que FHC foi "injusto" em suas críticas.

Disputa interna

Reservadamente, Alckmin e seu grupo político avaliaram que o ex-presidente agiu deliberadamente para manter o espaço privilegiado na cúpula do partido e não teve grandes pretensões de influir no resultado da disputa ainda em curso.

De imediato, na opinião de Alckmin e de seu grupo, FHC, com o texto, estaria deixando claro que não pretende abrir mão da posição de principal voz entre os tucanos, conquistada com as duas vitórias em 1994 e 1998 à Presidência, e não aceitará, pelo menos não sem colocar empecilhos, uma negociação com Lula e o PT em torno de uma coalizão.

No entanto, caso Alckmin cresça nas pesquisas e chegue ao segundo turno, o ex-presidente poderá dizer que seus ataques a Lula o ajudaram.

À noite, em Fortaleza, Alckmin se limitou a dizer que achou a "carta correta" no que diz respeito às críticas ao PT. "O Brasil no governo do PT vive uma crise moral grave."

2010 no horizonte

A posição do ex-presidente enfraquece o governador de Minas, Aécio Neves, entusiasta de um diálogo entre PSDB e PT. Como José Serra, candidato em São Paulo, e o mineiro podem ser eleitos já no primeiro turno, o grupo mais próximo a FHC teme que os dois polarizem as discussões e o debate com Lula.

Outro aspecto que desagradou o grupo de Alckmin foram as críticas de FHC à política de segurança pública do governo paulista, um dos pontos mais vulneráveis de sua campanha.

O candidato a vice na chapa de Alckmin, José Jorge (PFL), que era ministro de Minas e Energia na época do apagão, chamou de "detalhe" a constatação, feita pelo ex-presidente, de que seu governo fracassou no setor elétrico. "O que importa é o ponto central da carta. O chamamento à sociedade."

José Jorge também refutou a análise de que o texto de FHC praticamente dá como certa a reeleição de Lula. "É uma reação no momento certo."

Com Folha de S.Paulo

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