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15/09/2006
-
08h28
FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Recife
Lavradores ligados ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) bloquearam ontem sete rodovias em Pernambuco e realizaram protestos urbanos em duas cidades no sertão do Estado. O movimento mantém invadidas as sedes do Incra em Mato Grosso e na Paraíba.
Segundo o movimento, as ações em Pernambuco mobilizaram cerca de 2.000 pessoas. A polícia acompanhou os protestos, mas não avaliou o número de manifestantes nem efetuou prisões.
De acordo com o MST, as manifestações fazem parte de mais uma "jornada nacional de luta" pela reforma agrária. O movimento nega que os atos tenham conotação político-eleitoral.
"O calendário eleitoral não interfere nas nossas ações", disse o dirigente estadual do MST Alexandre Conceição. "Não estamos preocupados com o Lula ou qualquer outro candidato. Estamos preocupados com a reforma agrária", declarou.
Em Pernambuco, além de reivindicar agilidade na desapropriação de terra, os agricultores protestaram também contra o "processo de criminalização" dos movimentos sociais.
Os trabalhadores dizem que são vítimas de "perseguição política" patrocinada pelo poder público. Afirmam que a decretação da prisão do coordenador nacional do MST Jaime Amorim é um exemplo disso.
O líder sem-terra foi acusado de comandar o protesto que resultou na depredação do Consulado dos EUA em Recife, em 2005. Ele chegou a ser preso em agosto, mas foi solto uma semana depois. Uma nova ordem de prisão foi expedida pela Justiça há cerca de dez dias. Amorim estaria viajando em Roraima.
Nas sete rodovias bloqueadas, os trabalhadores rurais montaram barricadas em oito pontos. Queimaram pneus e pedaços de pau para impedir a passagem dos veículos. Houve congestionamentos, e a Polícia Rodoviária foi acionada.
Bombeiros também foram chamados para controlar o fogo. Na BR-104, entre Caruaru e Toritama, um carro-pipa que estava parado no local foi usado pelos patrulheiros rodoviários para conter as chamas.
Segundo o MST, novos bloqueios de rodovias estão programados para hoje no Estado. A superintendente do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em Recife, Maria de Oliveira, considerou a situação "preocupante".
"São manifestações pesadas, de reação contra a criminalização do movimento e a insistência da Justiça em manter a prisão do principal líder dos sem-terra no Estado", afirmou. Ela também não viu conotação eleitoral nos protestos.
Nesta semana, o MST realizou protestos em nove Estados. Quatro manifestações foram encerradas e cinco continuam --além de PE, há invasões e bloqueios em MT, MS, PB e RS.
Em Campo Grande (MS), um grupo de 120 sem-terra do MST bloqueou ontem a rodovia federal BR-262, na saída da cidade, por mais de uma hora, provocando fila de veículos.
Em Porto Alegre (RS), os 400 integrantes do MST que invadiram o prédio do Incra na última terça-feira concordaram em deixar o local, mas ficarão no pátio até a próxima terça.
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da Agência Folha, em Recife
Lavradores ligados ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) bloquearam ontem sete rodovias em Pernambuco e realizaram protestos urbanos em duas cidades no sertão do Estado. O movimento mantém invadidas as sedes do Incra em Mato Grosso e na Paraíba.
Segundo o movimento, as ações em Pernambuco mobilizaram cerca de 2.000 pessoas. A polícia acompanhou os protestos, mas não avaliou o número de manifestantes nem efetuou prisões.
De acordo com o MST, as manifestações fazem parte de mais uma "jornada nacional de luta" pela reforma agrária. O movimento nega que os atos tenham conotação político-eleitoral.
"O calendário eleitoral não interfere nas nossas ações", disse o dirigente estadual do MST Alexandre Conceição. "Não estamos preocupados com o Lula ou qualquer outro candidato. Estamos preocupados com a reforma agrária", declarou.
Em Pernambuco, além de reivindicar agilidade na desapropriação de terra, os agricultores protestaram também contra o "processo de criminalização" dos movimentos sociais.
Os trabalhadores dizem que são vítimas de "perseguição política" patrocinada pelo poder público. Afirmam que a decretação da prisão do coordenador nacional do MST Jaime Amorim é um exemplo disso.
O líder sem-terra foi acusado de comandar o protesto que resultou na depredação do Consulado dos EUA em Recife, em 2005. Ele chegou a ser preso em agosto, mas foi solto uma semana depois. Uma nova ordem de prisão foi expedida pela Justiça há cerca de dez dias. Amorim estaria viajando em Roraima.
Nas sete rodovias bloqueadas, os trabalhadores rurais montaram barricadas em oito pontos. Queimaram pneus e pedaços de pau para impedir a passagem dos veículos. Houve congestionamentos, e a Polícia Rodoviária foi acionada.
Bombeiros também foram chamados para controlar o fogo. Na BR-104, entre Caruaru e Toritama, um carro-pipa que estava parado no local foi usado pelos patrulheiros rodoviários para conter as chamas.
Segundo o MST, novos bloqueios de rodovias estão programados para hoje no Estado. A superintendente do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em Recife, Maria de Oliveira, considerou a situação "preocupante".
"São manifestações pesadas, de reação contra a criminalização do movimento e a insistência da Justiça em manter a prisão do principal líder dos sem-terra no Estado", afirmou. Ela também não viu conotação eleitoral nos protestos.
Nesta semana, o MST realizou protestos em nove Estados. Quatro manifestações foram encerradas e cinco continuam --além de PE, há invasões e bloqueios em MT, MS, PB e RS.
Em Campo Grande (MS), um grupo de 120 sem-terra do MST bloqueou ontem a rodovia federal BR-262, na saída da cidade, por mais de uma hora, provocando fila de veículos.
Em Porto Alegre (RS), os 400 integrantes do MST que invadiram o prédio do Incra na última terça-feira concordaram em deixar o local, mas ficarão no pátio até a próxima terça.
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