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27/09/2006 - 00h12

Não caio porque o povo me dá pernas, diz Lula

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PAULO PEIXOTO
THIAGO GUIMARÃES
da Agência Folha, em Belo Horizonte

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez na noite desta terça-feira em Belo Horizonte o mais contundente discurso entre os sete comícios que realizou em Minas Gerais nesta campanha.

Com a fala ofegante, Lula atacou seus adversários durante 25 minutos. Acusou PSDB e PFL de terem criado os "sanguessugas" e disse que, apesar de tucanos e pefelistas quererem "sangrá-lo" e baterem nele com "calúnias e injúrias", ele não cai porque "é parte do povo que adquiriu consciência política".

O clima anti-PSDB/PFL do comício ganhou até um "jingle da reta final da campanha", conforme anunciado pelo locutor do evento, que reuniu, segundo a PM, cerca de 3.500 pessoas.

Diz uma parte da música, intitulada "Não Troque o Certo pelo Duvidoso": "Não vou deixar a velha turma me enganar / por mais que eles tentem, não vão voltar / quanto mais eles mentem, não vão ganhar / não sou bobo, não sou louco / é Lula de novo, com a força do povo".

Lula voltou a dizer que vencerá a eleição no primeiro turno, após afirmar que tem deixado seus adversários "perplexos e atônitos" pelo fato de estarem batendo nele há um ano e meio.

"Por mais que eles falem, eu ganharei as eleições no domingo que vem, para a felicidade do povo brasileiro e desencanto de alguns", disse, ao acrescentar que a "única certeza" dos seus opositores é que ele vencerá.

Lula voltou a se comparar a Tiradentes, o mártir da Inconfidência Mineira. Começou com indagações "perplexas" que atribuiu à oposição. "Por que que nós batemos tanto no Lula, por que que nós judiamos tanto dele, por que tanta calúnia, por que tanta infâmia e ele não cai?", disse Lula.

"Ele não cai porque o Lula não é o Lula, o Lula é uma parte do povo desse país que adquiriu consciência política. É por isso que eu não caio. Porque eu não sou sozinho. A hora que eles tirarem as minhas pernas, eu vou andar pelas pernas de vocês; a hora que eles tirarem os meus braços, eu vou gesticular pelos braços de vocês; a hora que eles tirarem o meu coração, eu vou amar pelo coração de vocês. E a hora que eles tirarem a minha cabeça, eu vou pensar pela cabeça de vocês", afirmou.

"Eles deveriam ter aprendido com Tiradentes. Não basta matar, não basta esquartejar, não basta salgar a carne e pendurar no poste. Porque a carne você mata e ela apodrece, mas as idéias estão perambulando pelas brisas deste país, querendo liberdade, querendo direito, e isso nós temos de sobra para dar."

Lula, que disse que gente do PFL e do PSDB não têm "moral para falar em ética", acusou tucanos e pefelistas de criarem os "sanguessugas".

"Chegaram a dizer que comigo era importante apenas me fazer sangrar, sangrar, sangrar, para chegar no final da campanha eu não ter força para disputar as eleições. Só que eles esqueceram que, enquanto eles fizeram a operação sanguessuga com a ambulância, eu fiz a operação transfusão de sangue e o povo brasileiro me deu uma gota do seu sangue para que eu pudesse resistir e enfrentá-los até o dia 1º de outubro."

O presidente não citou em nenhum momento do seu discurso o "dossiegate". O único que fez referência direta foi o ministro petista Patrus Ananias (MG), responsável pelo Bolsa Família, o programa carro-chefe da campanha de Lula. Segundo ele, os adversários do PT e parte da imprensa querem "transformar o caso do dossiê no grande acontecimento nacional", mas os historiadores colocarão esses fatos "como pé de página".

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