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09/10/2006 - 09h48

Folha pergunta opinião de presidenciáveis sobre reeleição e financiamento de campanha

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da Folha de S.Paulo

A Folha iniciou ontem a série "Candidatos em 20 pontos", na qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) responderão a perguntas formuladas pelo jornal.

O objetivo é questionar os presidenciáveis sobre temas de interesse da população. A série termina no dia 27, dois dias antes do segundo turno da eleição. Serão 20 dias, com duas perguntas em cada um.

Pergunta:

O sr. vai defender o fim da reeleição?

Aprovada em 1997, a reeleição começou a ser questionada antes de completar uma década de existência. Há no Congresso uma proposta que acaba com o instituto a partir de 2010. A mudança interessa aos tucanos José Serra e Aécio Neves, que já articulam suas candidaturas presidenciais.

Lula

Estou convicto de que a reeleição é um retrocesso político para o Brasil. O mandato de cinco anos, sem reeleição, seria uma solução adequada para o nosso país. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso vai carregar pelo resto da vida o gesto irresponsável de ter aprovado a reeleição em benefício próprio.

Alckmin

Sou contra a reeleição. Os abusos que o governo do PT está cometendo são estarrecedores. Ministros transformam ministérios em comitês eleitorais. O candidato Lula libera R$ 1,5 bilhão para Estados e municípios nas vésperas do segundo turno e se utiliza de outros expedientes absurdos, como a distribuição de cartilhas sobre as realizações de seu governo, pagas com dinheiro do Tesouro Nacional e distribuídas pelos diretórios do PT.

Pergunta:

O sr. é favorável ao financiamento público das campanhas eleitorais?

A Reforma Política em discussão no Congresso contempla o financiamento público das campanhas eleitorais. A proposta prevê que o Estado gastará o equivalente a R$ 7 por eleitor para custear as despesas dos partidos durante as eleições. Essa relação equivaleria hoje a cerca de R$ 880 milhões. Se a mudança for aprovada, acabarão as contribuições legais de empresas e pessoas físicas.

Lula

Tenho certeza de que a grande maioria da sociedade sabe que é preciso mudar a estrutura política com o financiamento público de campanhas, a fidelidade partidária, o fim da reeleição e outras medidas para corrigir desvios e combater ainda mais eficazmente a corrupção. A questão da forma de fazer é relevante, mas muito mais importante é não deixar passar essa oportunidade de realizar a reforma política e fortalecer a ética na política brasileira.O Brasil precisa fazer a reforma política com urgência. Ela é a mãe de todas as reformas. Nosso governo sempre teve consciência disso, embora a iniciativa e deliberação a respeito do assunto caibam ao Legislativo e não ao Executivo. De toda forma, tivemos que atender outras prioridades, como vocês sabem, porque recebemos um país praticamente quebrado. Agora, felizmente, já colocamos o Brasil nos eixos. Nossa democracia completou um ciclo muito importante, no qual todos os grandes partidos foram governo. Por isso, acredito que existam todas as possibilidades de aprovar uma reforma política e eleitoral.

Alckmin

Sou a favor do financiamento público de campanha, mas só depois da reforma política, que deve instituir a fidelidade partidária e o voto distrital. Isso é essencial para transformar os partidos políticos em instituições dignas desse nome.

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