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24/10/2006
-
01h17
da Folha Online
O candidato à Presidência da República, Geraldo Alckmin (PSDB), recuperou o estilo agressivo no debate entre presidenciáveis na TV Record e procurou explorar os escândalos de corrupção ocorridos no governo petista. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à reeleição, rebateu os ataques com ironia e destacou como "trunfo" a apuração dos casos em CPIs e pela Polícia Federal.
Em todo o confronto, Alckmin procurou convencer que o país poderia avançar mais, com maior geração de empregos, sob seu comando, e usou como argumentos a situação do setor agrícola. Lula rebateu o adversário à altura. Insistiu nas realizações de seu governo, mas repetiu que não estava satisfeito com o crescimento da economia, mas que o país estava preparado para progredir mais.
Esse foi o terceiro debate entre os candidatos à Presidência, após os confrontos do dia 8, na TV Bandeirantes, e no dia 20, do SBT. Mais um debate está previsto para o dia 27, na TV Globo. No confronto desta noite, as regras permitiram um confronto mais direto entre os candidatos, que puderam escolher livremente os assuntos para discutir.
Segundo a TV Record, o Ibope do programa oscilou entre 16 e 17 pontos na média, com picos de 19 pontos.
Cobranças
Lula devolveu as cobranças de Alckmin sobre o governo federal com uma notícia pinçada do noticiário dessa semana sobre o governo paulista. Ele questionou Alckmin sobre a informação de que seu sucessor, Claudio Lembo estaria interrompendo obras para cobrir um rombo de R$ 1,2 bilhão. Alckmin rebateu dizendo que "[São Paulo têm] Contas rigorosamente em dia [há 12 anos]".
O tucano voltou à carga, criticando a política econômica, que estaria estimulando a desindustrialização. "O seu próprio companheiro de chapa [o vice-presidente José Alencar] está pensado em construir uma fábrica na China", disse o tucano, associando a intenção de Alencar à alta carga tributária, falta de logística e segurança.
Lula respondeu dizendo que "a economia brasileira está longe de ser perfeita, mas é injustiça não dizer que eles [o PSDB] quebraram a economia brasileira duas vezes. Só em um dia saíram [das reservas brasileiras] US$ 10 bilhões". O petista destacou o pagamento da dívida com o FMI (Fundo Monetário Internacional), que teria proporcionado ao país mais autonomia.
Campanha
Os candidatos, por várias vezes, excederam o tempo destinado às perguntas e réplicas, em uma demonstração do grau de nervosismo deste confronto.
No quarto bloco, por exemplo, Alckmin excedeu o tempo da primeira questão para perguntar se, na campanha, a mentira era válida, em referência às afirmações de que o tucano acabaria com o Bolsa Família e a Zona Franca de Manaus, por parte da campanha de Lula.
O mediador Celso Freitas tentou interromper Alckmin, mas Lula, ironicamente, ofereceu 30 segundos ao tucano para que completasse a pergunta e replicou falando sobre o avião presidencial: "Eu disse que tem história dentro do PSDB que me induz a acreditar que vocês vão privatizar. O cara [Alckmin] diz que vai privatizar o meio de transporte dele. Um avião que é da instituição da Presidência da República, não é do Lula".
Política externa
Lula perguntou duas vezes a Alckmin qual seria sua proposta sobre política externa.
Depois de criticar a postura brasileira quanto à Bolívia e a Petrobras, o tucano disse que iria "colocar o interesse nacional, à frente dos interesses ideológicos".
O petista replicou que esta é "a primeira vez que o Brasil tem uma política externa altiva. Depois que criamos o G-20 [grupo que reúne países em desenvolvimento], poucas reuniões do mundo acontecem sem que o Brasil seja convidado".
Geraldo Alckmin tentou, ainda, atacar a política petista no Nordeste, dizendo que Lula reduzira R$ 500 milhões de investimentos na região.
A tática, no entanto, teve resultado duvidoso, já que aquela é a região onde o petista é mais forte.
"Eu acho estranha essa pergunta", respondeu Lula. "Se tem uma região que nós atendemos com a maior ênfase [foi o Nordeste], que é a mais pobre do Brasil. E não foi como favor. Foi como um erro histórico. Porque nordestino é visto aqui como pedreiro, e nordestino também quer ser engenheiro".
Lula completou dizendo que "o Nordeste brasileiro tem crescido acima da média nacional".
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Alckmin retoma estilo agressivo; Lula responde com tom irônico em debate na TV
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O candidato à Presidência da República, Geraldo Alckmin (PSDB), recuperou o estilo agressivo no debate entre presidenciáveis na TV Record e procurou explorar os escândalos de corrupção ocorridos no governo petista. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à reeleição, rebateu os ataques com ironia e destacou como "trunfo" a apuração dos casos em CPIs e pela Polícia Federal.
Em todo o confronto, Alckmin procurou convencer que o país poderia avançar mais, com maior geração de empregos, sob seu comando, e usou como argumentos a situação do setor agrícola. Lula rebateu o adversário à altura. Insistiu nas realizações de seu governo, mas repetiu que não estava satisfeito com o crescimento da economia, mas que o país estava preparado para progredir mais.
Esse foi o terceiro debate entre os candidatos à Presidência, após os confrontos do dia 8, na TV Bandeirantes, e no dia 20, do SBT. Mais um debate está previsto para o dia 27, na TV Globo. No confronto desta noite, as regras permitiram um confronto mais direto entre os candidatos, que puderam escolher livremente os assuntos para discutir.
Segundo a TV Record, o Ibope do programa oscilou entre 16 e 17 pontos na média, com picos de 19 pontos.
Cobranças
Lula devolveu as cobranças de Alckmin sobre o governo federal com uma notícia pinçada do noticiário dessa semana sobre o governo paulista. Ele questionou Alckmin sobre a informação de que seu sucessor, Claudio Lembo estaria interrompendo obras para cobrir um rombo de R$ 1,2 bilhão. Alckmin rebateu dizendo que "[São Paulo têm] Contas rigorosamente em dia [há 12 anos]".
O tucano voltou à carga, criticando a política econômica, que estaria estimulando a desindustrialização. "O seu próprio companheiro de chapa [o vice-presidente José Alencar] está pensado em construir uma fábrica na China", disse o tucano, associando a intenção de Alencar à alta carga tributária, falta de logística e segurança.
Lula respondeu dizendo que "a economia brasileira está longe de ser perfeita, mas é injustiça não dizer que eles [o PSDB] quebraram a economia brasileira duas vezes. Só em um dia saíram [das reservas brasileiras] US$ 10 bilhões". O petista destacou o pagamento da dívida com o FMI (Fundo Monetário Internacional), que teria proporcionado ao país mais autonomia.
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Os candidatos, por várias vezes, excederam o tempo destinado às perguntas e réplicas, em uma demonstração do grau de nervosismo deste confronto.
No quarto bloco, por exemplo, Alckmin excedeu o tempo da primeira questão para perguntar se, na campanha, a mentira era válida, em referência às afirmações de que o tucano acabaria com o Bolsa Família e a Zona Franca de Manaus, por parte da campanha de Lula.
O mediador Celso Freitas tentou interromper Alckmin, mas Lula, ironicamente, ofereceu 30 segundos ao tucano para que completasse a pergunta e replicou falando sobre o avião presidencial: "Eu disse que tem história dentro do PSDB que me induz a acreditar que vocês vão privatizar. O cara [Alckmin] diz que vai privatizar o meio de transporte dele. Um avião que é da instituição da Presidência da República, não é do Lula".
Política externa
Lula perguntou duas vezes a Alckmin qual seria sua proposta sobre política externa.
Depois de criticar a postura brasileira quanto à Bolívia e a Petrobras, o tucano disse que iria "colocar o interesse nacional, à frente dos interesses ideológicos".
O petista replicou que esta é "a primeira vez que o Brasil tem uma política externa altiva. Depois que criamos o G-20 [grupo que reúne países em desenvolvimento], poucas reuniões do mundo acontecem sem que o Brasil seja convidado".
Geraldo Alckmin tentou, ainda, atacar a política petista no Nordeste, dizendo que Lula reduzira R$ 500 milhões de investimentos na região.
A tática, no entanto, teve resultado duvidoso, já que aquela é a região onde o petista é mais forte.
"Eu acho estranha essa pergunta", respondeu Lula. "Se tem uma região que nós atendemos com a maior ênfase [foi o Nordeste], que é a mais pobre do Brasil. E não foi como favor. Foi como um erro histórico. Porque nordestino é visto aqui como pedreiro, e nordestino também quer ser engenheiro".
Lula completou dizendo que "o Nordeste brasileiro tem crescido acima da média nacional".
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