Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
29/10/2006 - 09h16

Nenhum ministro está garantido, diz Lula

Publicidade

KENNEDY ALENCAR
da Folha de S.Paulo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem dito que pretende "mudar muito" a sua equipe ministerial e que nenhum ministro "está garantido no cargo", segundo apurou a Folha em conversas reservadas.

A expectativa de uma vitória "estrondosa", diz um auxiliar direto, daria cacife a Lula para se impor a partidos, especialmente ao PMDB. Uma reeleição "estrondosa" seria a obtenção de 60% ou mais dos válidos hoje. Se for reconduzido por um percentual menor, obviamente Lula avalia que perderá cacife para as negociações de formação da maioria parlamentar no Congresso e da nova equipe ministerial.

A principal mudança seria na Fazenda. Não está decidida nem a permanência de Guido Mantega nem a sua saída. Lula está pensando se vale a pena trocar o ministro, que lhe é fiel, mas algo tímido na relação com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff --nome mais forte do governo hoje depois do presidente. Lula, porém, começa a ver com preocupação a tentativa de influenciar demais a área econômica, sobretudo dando ordens a Mantega.

Há dois petistas cotados para a hipótese de troca na Fazenda. O presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, e o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel. Uma surpresa, como um empresário ou um político de fora do PT, não está descartada, mas seria improvável.

A pasta do Planejamento deverá perder as atribuições de gestão da máquina pública. O ministro Paulo Bernardo ficará no primeiro escalão. O mais provável é acumular Planejamento e Orçamento. Uma pasta da Administração seria criada. Para não aumentar o número de ministros (34), a Secretaria da Pesca voltaria para a agricultura, e seu ocupante perderia o status de ministro.

Nomes que são cotados para integrar o primeiro escalão: a ex-prefeita Marta Suplicy (PT), o governador Jorge Viana (PT-AC), o deputado federal eleito e ex-ministro Ciro Gomes (PSB) e o ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Nelson Jobim (PMDB).

Marta é cotada para as Cidades, pasta hoje sob o comando do PP. Ciro voltou a ser opção para a Saúde. Viana pode substituir Marina Silva no Meio Ambiente, mas gostaria mesmo de uma pasta na área de infra-estrutura, como Transportes. O problema é que Lula precisa reduzir o espaço do PT em benefício dos aliados, especialmente do PMDB.

Jobim poderia ocupar a Justiça num arranjo para o PMDB obter quatro pastas de peso --a sigla já detém Comunicações e Minas e Energia e quer voltar para a Saúde, o que Lula não vê com bons olhos, ou ganhar a Integração Nacional.

Novo "núcleo duro"

O antigo "núcleo duro" era composto por José Dirceu e Antonio Palocci, que deixaram a Casa Civil e a Fazenda. Num segundo governo, despontam outros nomes, como Dilma e Tarso Genro (Relações Institucionais).

Ele, bem-avaliado por Lula, pode continuar na articulação política ou assumir a Justiça --pasta da qual Márcio Thomaz Bastos já pediu para sair. Bastos será a principal baixa entre os atuais ministros afinados com o presidente.

Dois governadores petistas eleitos no primeiro turno, Jaques Wagner (BA) e Marcelo Déda (SE) deverão ter muita influência no segundo mandato, especialmente na articulação com outros governadores e em missões de paz com dois outros colegas, os tucanos José Serra (SP) e Aécio Neves (MG).

No PMDB, o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e o senador reeleito e ex-presidente José Sarney continuarão fortes. Mas Lula quer ampliar a interlocução com a ala do partido que lhe faz oposição.

Nesse contexto, o presidente do PMDB, Michel Temer, e o deputado Geddel Vieira Lima (BA), terão papel de destaque.

Leia mais
  • Presidente do PT minimiza vaias e xingamentos contra Dirceu
  • Serra diz que história recente tem exemplos de "virada" eleitoral
  • FHC diz que "3º turno" é "golpismo", mas defende investigação de denúncias
  • Lembo considera muito difícil vitória de Alckmin e compara Lula a "catapora"

    Especial
  • Leia cobertura completa das eleições 2006
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página