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07/11/2006
-
20h07
GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
O ex-ministro da Saúde Barjas Negri (PSDB) negou hoje, em depoimento à CPI do Sanguessugas, ter qualquer envolvimento com o empresário Abel Pereira --apontado como elo entre o ex-ministro e a máfia das ambulâncias. O ex-ministro, no entanto, acabou caindo em contradição ao falar sobre os encontros que manteve com o empresário.
Primeiro, Barjas disse à CPI que se encontrou apenas uma vez com Abel, no próprio Ministério da Saúde, quando o empresário foi intermediar a liberação de verbas para o município de Jaciara (MT).
"Ele esteve uma vez no Ministério para um convênio que foi aprovado como tantos outros. Nunca tive nenhum contato estreito com ele", afirmou.
Ao ser questionado sobre a doação de R$ 15 mil do empresário para sua campanha à prefeitura de Piracicaba, em 2004, Barjas admitiu ter encontrado novamente Abel Pereira nesse período. Mas negou qualquer irregularidade na doação.
"Esse dinheiro foi declarado no Tribunal Regional Eleitoral. Isso não é pecado, pecado é caixa dois", ironizou.
Barjas disse à CPI que, no período em que esteve no Ministério, não houve qualquer intermediação do governo para a compra de unidades móveis de saúde.
"Durante a nossa gestão, o Ministério da Saúde não adquiriu nenhuma ambulância. Grande parte, senão a totalidade dos convênios, eram feitas a partir de emendas parlamentares", disse ao negar participação na máfia dos sanguessugas.
Ataques
Segundo o ex-ministro, durante o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Ministério da Saúde liberou "três vezes mais" recursos para emendas parlamentares. "Na nossa gestão, investimos R$ 150 milhões no financiamento de emendas de bancadas e individuais. Foi a metade de atual gestão, que gastou R$ 303 milhões."
Ele também negou ter qualquer relacionamento com os empresários Darci e Luiz Antonio Vedoin, sócios da Planam, empresa apontada pela Polícia Federal como chefe do esquema dos sanguessugas.
"Eu não tenho nada a ver com o Vedoin. Ele tem delírios. Se ele vendeu o dossiê [contra candidatos tucanos], ele está pagando a fatura porque recebeu por isso", criticou.
A reunião da CPI foi marcada pela ausência do presidente, Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), e do relator, Amir Lando (PMDB-RO), que alegaram compromissos profissionais para o não comparecimento. O sub-relator Carlos Sampaio (PSDB-SP) também não compareceu por estar fazendo exames médicos na capital paulista.
Clima Tenso
O clima na CPI ficou tenso quando a deputada Vanessa Grazziottin (PC do B-AM) chegou a bater boca com parlamentares da oposição, como José Carlos Aleluia (PFL-BA), sobre a ligação entre Barjas e Abel Pereira.
O deputado Eduardo Valverde (PT-RO) chegou a sugerir uma acareação entre Barjas e Abel Pereira, mas foi acusado pelo deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) de estar atrapalhando o andamento das investigações.
"A tropa de choque do governo politizou a sessão para melar a investigação da CPI", criticou o deputado.
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da Folha Online, em Brasília
O ex-ministro da Saúde Barjas Negri (PSDB) negou hoje, em depoimento à CPI do Sanguessugas, ter qualquer envolvimento com o empresário Abel Pereira --apontado como elo entre o ex-ministro e a máfia das ambulâncias. O ex-ministro, no entanto, acabou caindo em contradição ao falar sobre os encontros que manteve com o empresário.
Primeiro, Barjas disse à CPI que se encontrou apenas uma vez com Abel, no próprio Ministério da Saúde, quando o empresário foi intermediar a liberação de verbas para o município de Jaciara (MT).
"Ele esteve uma vez no Ministério para um convênio que foi aprovado como tantos outros. Nunca tive nenhum contato estreito com ele", afirmou.
Ao ser questionado sobre a doação de R$ 15 mil do empresário para sua campanha à prefeitura de Piracicaba, em 2004, Barjas admitiu ter encontrado novamente Abel Pereira nesse período. Mas negou qualquer irregularidade na doação.
"Esse dinheiro foi declarado no Tribunal Regional Eleitoral. Isso não é pecado, pecado é caixa dois", ironizou.
Barjas disse à CPI que, no período em que esteve no Ministério, não houve qualquer intermediação do governo para a compra de unidades móveis de saúde.
"Durante a nossa gestão, o Ministério da Saúde não adquiriu nenhuma ambulância. Grande parte, senão a totalidade dos convênios, eram feitas a partir de emendas parlamentares", disse ao negar participação na máfia dos sanguessugas.
Ataques
Segundo o ex-ministro, durante o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Ministério da Saúde liberou "três vezes mais" recursos para emendas parlamentares. "Na nossa gestão, investimos R$ 150 milhões no financiamento de emendas de bancadas e individuais. Foi a metade de atual gestão, que gastou R$ 303 milhões."
Ele também negou ter qualquer relacionamento com os empresários Darci e Luiz Antonio Vedoin, sócios da Planam, empresa apontada pela Polícia Federal como chefe do esquema dos sanguessugas.
"Eu não tenho nada a ver com o Vedoin. Ele tem delírios. Se ele vendeu o dossiê [contra candidatos tucanos], ele está pagando a fatura porque recebeu por isso", criticou.
A reunião da CPI foi marcada pela ausência do presidente, Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), e do relator, Amir Lando (PMDB-RO), que alegaram compromissos profissionais para o não comparecimento. O sub-relator Carlos Sampaio (PSDB-SP) também não compareceu por estar fazendo exames médicos na capital paulista.
Clima Tenso
O clima na CPI ficou tenso quando a deputada Vanessa Grazziottin (PC do B-AM) chegou a bater boca com parlamentares da oposição, como José Carlos Aleluia (PFL-BA), sobre a ligação entre Barjas e Abel Pereira.
O deputado Eduardo Valverde (PT-RO) chegou a sugerir uma acareação entre Barjas e Abel Pereira, mas foi acusado pelo deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) de estar atrapalhando o andamento das investigações.
"A tropa de choque do governo politizou a sessão para melar a investigação da CPI", criticou o deputado.
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